Novembro 24, 2024

Justiça britânica reconhece Guaidó como 'presidente' em caso de ouro da Venezuela

Um juiz britânico determinou nesta quinta-feira (2) "inequívoco" o reconhecimento de Juan Guaidó como "presidente interino" da Venezuela, em um julgamento sobre mais de 30 toneladas de ouro venezuelano depositadas no Banco da Inglaterra (BoE). O governo de Nicolás Maduro teve o acesso impedido ao ouro, que é avaliado em US$ 1 bilhão.

"O governo britânico reconhece o senhor Guaidó na capacidade de presidente constitucional interino da Venezuela" e "em virtude da doutrina de 'uma única voz' o tribunal deve aceitar esta declaração como inequívoca", escreveu o juiz Nigel Teare em sua decisão.

A direção do Banco Central da Venezuela, presidida por Calixto Ortega, que pediu o desbloqueio do ouro em maio para financiar o combate à pandemia de Covid-19. O BoE afirma, no entanto, que o ouro está bloqueado entre esta direção do BCV e outra rival, nomeada por Guaidó.

Por este motivo, o juiz decidiu examinar antes, em um caso diferente, quem deve ser reconhecido como legítimo representante da república venezuelana.

Banco Central da Venezuela já anunciou que irá recorrer. "O Banco Central da Venezuela pedirá permissão ao tribunal para apelar esta sentença, por considerar que ignora por completo a realidade da situação no terreno", afirmou em nota o advogado Sarosh Zaiwalla.

Ouro bloqueado
O opositor Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, autoproclamou-se presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019 e recebeu o reconhecimento de 50 países que rejeitam a legitimidade do governo Maduro.

Entre estes países está o Reino Unido. O então ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, afirmou em fevereiro de 2019 que "a opressão do regime ilegítimo e cleptocrático [governado por ladrões] de Maduro deve terminar".

Desde então, e apesar dos múltiplos esforços de Caracas, o Banco da Inglaterra não responde ao pedido de repatriamento de mais de 30 toneladas de ouro, que a Venezuela, como vários outros países, mantém na instituição.

Guaidó escreveu duas vezes às autoridades britânicas para pedir que rejeitem o pedido.

A Venezuela, país com as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, sofre uma grave crise econômica, com severa escassez de alimentos e remédios, além do colapso no abastecimento de água e energia elétrica, o que forçou milhões de pessoas a abandonar o país nos últimos anos.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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