Novembro 24, 2024

Um dos líderes da oposição na Venezuela foi o responsável por tentativa de invasão do país com mercenários, diz jornal

Leopoldo López, o fundador do partido de Juan Guaidó, esteve por trás de uma tentativa fracassada de derrubar o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, com mercenários, em maio deste ano, de acordo com uma reportagem publicada pelo "Wall Street Journal" nesta sexta-feira (26).

Foram consideradas ao menos seis propostas de grupos privados para uma operação militar que tinha como propósito disparar uma rebelião na Venezuela, de acordo com a reportagem.

No fim, um grupo tentou invadir o litoral da Venezuela e foi detido logo depois. Oito mercenários morreram e 50 foram presos --dois deles são ex-soldados dos Estados Unidos, que ainda estão detidos em Caracas.

Guaidó e outros aliados de López afirmaram que não estavam mais em contato com os mercenários e que foi o próprio Maduro que havia encenado uma tentativa de golpe.
Líder vive em asilo político na embaixada da Espanha

López, de 49 anos, estudou em Harvard, tem defendido ação direta para tirar Maduro do poder. Em 2014 houve uma série de protestos que acabaram se tornando violentos, até uma tentativa, em 2019, de levante entre os militares.

Em 2018, Maduro foi reeleito em uma disputa polêmica. López então começou a dizer que as negociações ou eleições iriam levar muito tempo, de acordo com uma fonte ouvida pelo "Wall Street Journal".

O político vive asilado na embaixada da Espanha em Caracas, e, pelo seu acordo com o governo espanhol, ele não dá entrevistas.

O partido Vontade Popular, fundado por López, perdeu membros importantes durante este ano.

Guaidó reconheceu que alguns de seus assessores se encontraram com os responsáveis pela invasão frustrada, mas que eles cortaram relações cerca de seis meses antes da tentativa de golpe.

Líderes da oposição venezuelana afirmaram que em outubro de 2019 o grupo que planejava a invasão já tinha sido infiltrado por agentes do regime chavista. Detalhes da operação foram relatados a oficiais dos EUA e da Colômbia.

"Não foi só infiltrada, foi uma operação financiada pela ditadura. O único que se beneficiou daquela operação foi o regime de Maduro", disse Guaidó em uma videoconferência.

Enquanto isso, em Washington
Nos EUA, o ex-conselheiro de segurança John Bolton publicou um livro em que descreve seu período na Casa Branca.

Uma das revelações é que os americanos tinham dúvidas se Guaidó teria força suficiente para ser um líder.

Trump, segundo Bolton, pensava que invadir a Venezuela poderia ser "cool" (descolado, legal). Ele foi convencido a não fazer isso, descreve o ex-conselheiro.

G1
Portal Santo André em Foco

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