Novembro 24, 2024

Após quase dois meses, França começa a sair do isolamento por etapas

A França, que foi um dos países europeus mais atingidos pela pandemia de Covid-19, deu início nesta segunda-feira (11) à flexibilização das regras de isolamento que estavam em vigor desde o dia 17 de março. A medida foi tomada com cautela após uma redução na pressão sobre o sistema de saúde.

Os franceses poderão circular livremente na rua sem nenhum tipo de autorização no limite de 100 km em torno da sua residência.

Estabelecimentos comerciais não essenciais, como salões de beleza, lojas de roupas, floriculturas e livrarias, reabriram suas portas, com uma série de precauções para funcionários e clientes. As 400 mil lojas do país só poderão receber simultaneamente quatro clientes. Já restaurantes, bares, teatros e cinemas permanecerão fechados até junho pelo menos.

"Graças a vocês, o vírus regrediu. Mas ainda está aqui. Salve vidas, tenha cuidado", tuitou o presidente Emmanuel Macron, algumas horas antes do início do desconfinamento.

O vírus continua circulando no país. As autoridades registraram três novos focos de infecção em regiões consideradas até então de baixo risco, despertando o medo de um novo pico de contágio.

Quatro regiões permanecem em alerta vermelho: Île-de-France (que inclui Paris), Hauts-de-France, Bourgogne-Franche-Comté e Grand Est. Nessas regiões, a saída do confinamento se faz com medidas mais restritas.

O país registrou mais de 177 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 26,3 mil mortes. As flexibilização do isolamento acontece em um momento em que o país registra uma redução na pressão sobre o sistema de saúde. No domingo (10), o país teve 70 mortes nas últimas 24 horas - o menor balanço diário desde o início do confinamento.

Transportes
Várias medidas de precaução foram tomadas, como a utilização obrigatória de máscara no transporte público e também nas estações. Para isso, o Estado francês disponibilizou 10 milhões de máscaras para as empresas de transporte público, que irão distribuí-las entre os usuários.

Em Paris, é preciso ter um certificado da empresa que justifique o uso do transporte público durante o horário de pico, embora as agências policiais sejam instruídas a não impor nos primeiros dias as multas previstas de 135 euros (cerca de R$ 830).

Para garantir a distância física entre os passageiros, placas e setas foram instaladas no piso das plataformas da estação de metrô. Caso as regras não sejam respeitadas, o serviço poderá ser interrompido, alertam os responsáveis.

Escolas
O ministro da Educação Nacional francês, Jean-Michel Blanquer, afirmou que mais de 80% das cidades estão preparadas para retomar as aulas nesta semana. "Em torno de 86% das 50,5 mil escolas da França vão abrir para receber mais de 1,5 milhão de crianças", disse ao "Journal du Dimanche".

Depois de mais de dois meses dando aulas através de uma tela de computador, os professores também retornam às escolas para preparar o retorno das crianças às salas de aula a partir de terça-feira (12).

O retorno às aulas será realizado de forma voluntária e seguindo um rigoroso protocolo sanitário. Nele, as crianças deverão manter uma distância de pelo menos um metro o tempo todo, e os professores deverão estar de máscara.

Vários prefeitos ameaçaram não abrir os estabelecimentos em suas cidades, alegando que os riscos à saúde continuam sendo significativos.

Impacto na economia
Fronteiras do país seguem fechadas até 15 de junho, seguindo as determinações europeias.

A pandemia de Covid-19 teve um impacto devastador na economia francesa, com a redução da atividade em cerca de um terço e quase meio milhão de desempregados no setor privado.

G1
Portal Santo André em Foco

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