Depois de registrar na véspera seu dia mais letal da pandemia de coronavírus, com 883 mortos em 24 horas, a França entra em sua quarta semana de confinamento nesta terça-feira (7), com um balanço total de cerca de 9.000 óbitos.
A epidemia de coronavírus deixou 8.911 mortos na França, o terceiro país mais afetado da Europa em número de vítimas mortais da Covid-19, atrás de Itália e Espanha.
Na segunda-feira, a França viveu seu dia mais sombrio, registrando seu pior balanço em 24 horas até agora. No total, 606 destes óbitos aconteceram em hospitais, e o restante, em lares para idosos.
Uma notícia positiva foi que o número de pacientes em reanimação em estado grave registrou, na segunda-feira, sua evolução diária mais baixa desde o início das medidas de confinamento. O aumento foi de 94 pacientes.
País não atingiu o pico da epidemia
No começo da quarta semana de confinamento, o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, pediu aos franceses que não baixem a guarda e advertiu que os país ainda não atingiu o pico da epidemia.
O confinamento começou em 17 de março na França e está previsto para durar até 15 de abril. As autoridades já sinalizaram, porém, que deve se prolongar.
"O confinamento vai durar o tempo que tiver que durar", declarou Véran nesta terça.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, pediu às autoridades regionais que "examinem caso a caso" a "necessidade de endurecer" as medidas. Com a melhora do tempo, as autoridades temem que a população relaxe a quarentena.
Os franceses vivem confinados em suas casas e podem sair apenas para trabalhar, se o trabalho remoto não for possível, ou para atividades básicas como fazer compras, ou passear com o cachorro.
"Isso não acabou", insistiu Olivier Véran. "Cada um de nós deve entender que, ficando em casa, salvamos vidas", acrescentou.
Pior recessão desde 1945
Em consequência do impacto econômico do coronavírus, a França pode registrar em 2020 sua pior recessão desde o fim da Segunda Guerra Mundial, afirmou o ministro da Economia, Bruno Le Maire, na segunda-feira.
"O pior dado de crescimento que a França registrou desde 1945 foi em 2009, depois da crise financeira de 2008, de -2,2%. Provavelmente estaremos muito além de -2,2% este ano", advertiu o ministro francês.
O resultado de -2,2% corresponde à primeira avaliação feita na época. Posteriormente, o resultado foi revisto para -2,9%, explicou o ministro.
Em seu orçamento revisado, adotado em março, o governo francês projetava uma recessão de 1% este ano, mas Le Maire afirmou poucos dias depois que o impacto sobre a economia será muito maior.
De acordo com o Instituto de Estatísticas da França, um mês de confinamento custaria ao país quase 3 pontos do PIB em um ano. Dois meses de confinamento custariam quase 6 pontos.
France Presse
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