O governo do Equador informou nesta quarta-feira (31) que removeu 150 cadáveres que estavam em várias casas em Guayaquil. A cidade portuária enfrenta um colapso do sistema funerário após o aumento da demanda por conta da pandemia de coronavírus.
As autoridades não confirmaram quantas vítimas da Covid-19 estão entre os 150 mortos retirados em uma força-tarefa conjunta entre a polícia e militares criada pelo governo.
Jorge Wated, porta-voz da ação, disse à agência France Presse que falhas nas equipes de recolhimento dos corpos fizeram com legistas não atendessem rapidamente aos casos. Além disso, o país instaurou um toque de recolher de 15 horas por conta do coronavírus.
Denúncias em redes sociais
Como resultado, o povo de Guayaquil começou a publicar nas redes sociais vídeos de corpos abandonados nas ruas e mensagens de ajuda de parentes para enterrar seus mortos.
São diversos vídeos e testemunhos sobre pessoas morrendo fora dos hospitais e corpos esperando dias para serem coletados em casa.
"Meu tio morreu em 28 de março e ninguém vem nos ajudar", disse a equatoriana Jésica Castañeda à rede britânica . "Ligamos para o 911 e nos pediram paciência. O corpo ainda está na cama, onde ele morreu, porque ninguém pode tocá-lo."
A jornalista Blanca Moncada, do jornal "Expresso", fez uma série de postagens no Twitter solicitando informações de parentes e vizinhos de pessoas que estão nessa situação.
"Busco quantificar a magnitude dessa tragédia porque, em questão de números, Guayaquil é agora uma grande nuvem cinza", disse à BBC.
A província de Guayas cuja capital é Guayaquil, concentra 70% dos casos da Covid-19 no Equador, que tem 2.758 infectados e 98 vítimas fatais desde 29 de fevereiro.
G1
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