O Irã vai reativar parte de seu programa nuclear em resposta à retirada dos Estados Unidos de um acordo de 2015 informou a agência de notícias estatal IRIB nesta segunda-feira (6).
O presidente Hassan Rohani deve anunciar em 8 de maio que o país reduzirá alguns de seus compromissos "menores e gerais" do entendimento com os EUA, mas que não planeja deixar o acordo.
A data é o aniversário de um ano do dia em que os norte-americanos deixaram o pacto. Posteriormente, o presidente Donald Trump reaplicou duras sanções ao Irã, inclusive sobre exportações de petróleo, com a intenção declarada de reduzi-las a zero e privar a economia do país do Oriente Médio.
"A República Islâmica do Irã, em reação à saída da América do acordo nuclear e às promessas ruins de países europeus sobre o cumprimento de suas obrigações, vai reiniciar uma parte das atividades nucleares que foram interrompidas sob as diretrizes do acordo nuclear", disse a fonte, de acordo com a IRIB.
De modo semelhante, a agência semi-oficial de notícias estudantil do Irã (Isna) informou que o país vai anunciar "ações recíprocas" na quarta-feira (8) para a retirada dos EUA do acordo nuclear, citando "fontes com conhecimento" da questão.
Alguns líderes da União Europeia foram extraoficialmente notificados sobre a decisão do Irã, de acordo com a reportagem.
Pressão norte-americana
Os EUA agiram na sexta-feira para forçar o Irã a interromper sua produção de urânio de baixa concentração e expandir sua única usina nuclear.
Trump, que não era presidente quando o acordo foi negociado, disse que havia brechas favoráveis ao Irã a respeito de não haver algo para conter o programa de mísseis balísticos ou o apoio a forças em várias guerras no Oriente Médio.
O Irã informou que seu desenvolvimento de mísseis balísticos não está relacionado à sua atividade nuclear, sendo apenas um mecanismo de defesa, e que seu apoio a aliados no Oriente Médio não é assunto de Washington.
Além disso, os Estados Unidos enviaram um porta-aviões e uma unidade de bombardeiros ao Oriente Médio em resposta ao que chamou de “indicações e advertências preocupantes” vindas do Irã.
O objetivo é enviar "uma mensagem clara e inequívoca ao regime iraniano de que qualquer ataque aos interesses dos Estados Unidos ou de seus aliados enfrentará uma força implacável", disse o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, em comunicado divulgado no domingo.
Reuters
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