O Papa Francisco visitou o centro de refugiados da Bulgária nesta segunda-feira (6) e disse que eles estão carregando a "cruz da humanidade".
A declaração foi feita um dia após Francisco pedir aos búlgaros que não fechem os olhos e os corações aos imigrantes.
Crianças refugiadas do Iraque, do Paquistão e de outros países cantaram para Francisco no centro de Vrazhdebna, em uma escola reformada com fundos da União Europeia (UE) na periferia da capital búlgara, Sofia.
Francisco agradeceu aos refugiados por sua alegria e esperança, disse que conhece bem a dor de deixar o país e comparou sofrimento deles à cruz que Cristo levou.
"Hoje, o mundo dos imigrantes e refugiados é uma espécie de cruz, a cruz da humanidade. É uma cruz que muitas pessoas carregam", afirmou Francisco.
O governo da Bulgária tem sido criticado por grupos de direitos humanos e pelo Conselho Europeu por seu tratamento ao imigrantes que pedem asilo, principalmente menores desacompanhados, e está construindo uma cerca de mais de 270 km na fronteira com a Turquia para impedir a entrada de sírios, afegãos e iraquianos que fogem da guerra.
O papa está no segundo dos três dias de visita aos Bálcãs. Nesta segunda, ele celebrou a Primeira Comunhão para mais de 200 crianças. Ele encerra o dia com um evento pela paz em Sofia.
'Não feche os olhos'
Ao chegar no domingo, ele pediu aos búlgaros para não serem indiferentes à situação dos migrantes e refugiados, dizendo que muitos estão fugindo da guerra, do conflito e da pobreza extrema em busca de uma vida melhor.
Ele lembrou que a própria Bulgária, o mais pobre dos 28 países da UE, estava perdendo milhares de seus próprios cidadãos, que buscavam melhores oportunidades em outros países da União Europeia.
"Eu respeitosamente sugiro que você não feche os olhos, o coração ou as mãos - de acordo com a sua melhor tradição - para aqueles que batem à sua porta", disse Francisco a autoridades do governo no palácio presidencial em Sofia.
Imigração e eleição
Francisco transformou a situação de imigrantes e refugiados em uma marca registrada de seu papado, instando os governos a construírem pontes, não muros, e a fazerem o que puderem para acolher e integrar os refugiados.
A viagem é feita três semanas antes das eleições para o Parlamento Europeu, nas quais se espera que os partidos nacionalistas e anti-migrantes consigam muitos votos.
Associated Press
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