A mídia da Rússia empregou uma campanha sistemática de desinformação contra o Ocidente para piorar o impacto do coronavírus, gerar pânico e semear a desconfiança, de acordo com um documento da União Europeia visto pela agência Reuters nesta quarta-feira (18).
O Kremlin (o governo russo)negou as alegações, que classificou como infundadas e que há falta de bom senso sobre elas.
O documento da União Europeia diz que a campanha russa espalha notícias falsas em inglês, espanhol, italiano, alemão e francês, usa relatos contraditórios, confusos e maliciosos para dificultar a comunicação da União Europeia em sua resposta à pandemia.
“Uma campanha de desinformação significativa por parte da mídia estatal russa e de canais aliados ao governo russo a respeito do Covid-19 está acontecendo”, afirma o documento interno de nove páginas, do dia 16 de março.
“O objetivo maior do Kremlin é agravar a crise de saúde pública nos países do Ocidente em linha com a estratégia mais ampla de tentar subverter as sociedades europeias”, de acordo com o texto.
Serviço de Ação Externa da União Europeia
O documento foi redigido pelo braço de política exterior da União Europeia, o Serviço de Ação Externa Europeia.
Um especialista em bancos de dados do bloco notificou 80 casos de desinformação sobre o coronavírus desde 22 de janeiro.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que não há exemplos específicos dados pela UE.
"Estamos falando mais uma vez de algumas alegações infundadas que, na situação atual, são provavelmente o resultado de uma obsessão anti-russa", disse Peskov.
O documento da UE citou exemplos da Lituânia para a Ucrânia. Nas mídias sociais, o serviço de notícias RT Em Espanhol, financiado pelo estado russo, foi a 12ª fonte de notícias mais popular sobre o coronavírus entre janeiro e meados de março, com base na quantidade de notícias compartilhadas nas mídias sociais.
O Serviço de Ação Externa Europeia se recusou a comentar diretamente o relatório.
A Comissão Europeia disse que estava em contato com Google, Facebook, Twitter e Microsoft. Um porta-voz da UE acusou Moscou de "brincar com a vida das pessoas" e apelou aos cidadãos da UE para "serem muito cuidadosos" e usarem apenas fontes de notícias em que confiam.
Reuters
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