Novembro 24, 2024

Protestos são retomados em Santiago com dezenas de detidos e feridos

Os protestos foram retomados nas ruas de Santiago, no Chile, com novos ataques a transportes públicos e saques de lojas que se estenderam até o amanhecer desta terça-feira e que deixaram 283 detidos e 76 policiais feridos, segundo um balanço oficial.

Convocados para protestar contra o governo de Sebastián Piñera na primeira segunda-feira (2) de março, quando a maioria das atividades produtivas do país começa após o feriado, milhares de manifestantes se reuniram à tarde no centro da Plaza Italia, em Santiago, onde ocorreram violentos confrontos com a polícia.

"A cidade funcionou, as pessoas puderam realizar suas atividades, mas à tarde e à noite houve violência pura e dura. São atos de violência que nada têm a ver com demandas sociais", afirmou nesta terça-feira o ministro do Interior e da Segurança, Gonzalo Blumel, à Rádio Agricultura.

Um manifestante foi atropelado por um carro da polícia "devido ao grande número de objetos contundentes e coqueteis Molotov que foram jogadas no para-brisa" do veículo, disse o chefe de polícia Juan Chevy à mídia local.

Os confrontos se deslocaram para várias áreas da periferia de Santiago, onde foram erguidas barricadas e houve vários ataques a empresas. Por volta das 22h (horário local), o sistema de transporte público da capital chilena foi suspenso por segurança e colocado em operação durante a madrugada.

A ferrovia metropolitana também fechou para segurança 15 estações, reabertas na manhã desta terça-feira, quando as principais estradas de Santiago ainda mostravam resquícios dos distúrbios, com semáforos no chão e restos de barricadas fumegantes.

Março de protestos
Os protestos que eclodiram em 18 de outubro contra o aumento das tarifas do metrô de Santiago rapidamente se tornaram uma reivindicação generalizada a favor de profundas reformas sociais, em um país com altos níveis de desigualdade.

Depois de algumas semanas de tensão máxima, a violência nas ruas diminuiu em janeiro e fevereiro - quando a maioria dos chilenos tira férias - mas com a ameaça latente de que voltariam à força em março.

Um grande calendário de manifestações circula pelas redes sociais quase todos os dias deste mês, com chamadas de organizações de mulheres para uma grande marcha para o próximo domingo (8) e uma greve feminista na segunda-feira (9) seguinte, juntamente com convocações de grupos indígenas, ambientalistas, grupos sindicais e de estudantes.

Todos procuram pressionar Piñera a expandir a agenda de reforma social proposta por seu governo para enfrentar esta crise social sem precedentes que abalou um país considerado até recentemente um dos mais estáveis da América Latina.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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