Acostumados que estamos às notícias negativas sobre os males causados por excesso de gordura no corpo e aos muitos alertas de que o consumo de café pode ser igualmente maléfico, causaram surpresa as mais recentes divulgações científicas sobre os temas: a primeira, que existe um tipo de gordura no corpo que, quanto mais, melhor; a segunda, que tomar café pode ser benéfico ao ajudar essa gordura a entrar em ação, contribuindo para a perda de peso - para alguns pesquisadores, uma aposta no combate à obesidade.
É o que indica um artigo de cientistas da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, publicado nesta semana no periódico "Scientific Reports".
O estudo analisou os efeitos de um copo de café na gordura marrom em humanos, um tipo de tecido descoberto recentemente em adultos e que, diferente da gordura mais famosa, a branca, é inversamente proporcional ao peso - ou seja, pessoas obesas tendem a apresentar menos gordura marrom no corpo e as mais magras, mais gordura deste tipo.
Também diferente da gordura branca, que armazena energia, a marrom queima calorias. Enquanto a branca está em todo o corpo, como na barriga e abaixo da pele, a marrom está em camadas mais profundas, na região do pescoço e do coração.
Outra característica dessa gordura recentemente confirmada em adultos é seu papel fundamental no controle da temperatura do corpo, esquentando-o e aumentando a atividade no frio - tanto que, há até pouco tempo, o comum era mostrar sua presença em mamíferos que hibernam e em bebês.
"Era apontado o papel da gordura marrom na termorregulação no corpo dos bebês, que precisam se adaptar a temperaturas diferentes do ambiente intrauterino", explica José Carlos de Lima Júnior, médico e pesquisador de pós-doutorado em biologia vascular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
"Mas, nos últimos dez anos, a gordura marrom ganhou muito destaque depois que pelo menos três grupos de pesquisa descreveram que ela existe em adultos".
"Ela se tornou então o 'Santo Graal' na busca por tratamentos para obesidade", diz Lima Júnior, pesquisador no Centro de Pesquisa de Obesidade da Unicamp, que já divulgou trabalhos importantes acerca da gordura marrom.
Mas, segundo o pesquisador, a possibilidade de um medicamento que mire a gordura marrom para tratar a obesidade ainda é distante e até frustrada - até agora, pareceu difícil contornar efeitos colaterais importantes, como o aumento da frequência cardíaca.
É aí que entram os cientistas de Nottingham.
Pimenta e café
Os autores da pesquisa publicada na "Scientific Reports" testaram o papel da cafeína em duas frentes: em uma, colocando uma dose em contato com células in vitro; em outra, deram para nove voluntários saudáveis um sachê de 1,8 g de café instantâneo dissolvido em 200 ml de água e depois observaram alterações corporais através de exames de imagens.
As células mostraram atividade metabólica aumentada, como no consumo de oxigênio e abundância de proteínas. Nos indivíduos, a região do pescoço teve aumento de temperatura, o que segundo os autores indica também mais atividade em uma região que coincide com a presença da gordura marrom.
"Juntos, esses resultados demonstram que a cafeína pode estimular as funções da gordura marrom (...) e que esta tem o potencial de ser utilizada terapeuticamente em humanos adultos", diz um trecho do artigo.
Os autores dizem ainda que, na literatura, já houve diversos trabalhos que associaram o consumo de cafeína à perda de peso, mas nenhum analisou especificamente este papel na gordura marrom.
"Este é o primeiro estudo a determinar que os efeitos estimulantes da cafeína (...) observados in vitro podem ser traduzidos em humanos adultos após a ingestão de uma dose de café comumente consumida".
Lima Júnior diz que muitos pesquisadores têm apostado no papel que os alimentos e alguns compostos naturais podem ter para estimular a gordura marrom, apesar de ser incerto ainda o alcance real da dieta - por exemplo: O quanto de café precisaria ser ingerido para que isso de fato tivesse impacto no tratamento da obesidade?
De todo modo, ele lembra que pesquisadores americanos já demonstraram os impactos positivos da pimenta no aumento da atividade da gordura marrom.
"Mas o principal estímulo (à gordura marrom) é o frio. Tanto é que, inicialmente, ela foi descrita em trabalhadores que atuam em áreas externas de países escandinavos. Eles tinham maior volume desse tecido no pescoço", menciona o brasileiro, apontando que um clima tropical como o nosso pode limitar a ação deste tecido na perda de peso.
O pesquisador explica ainda que, em geral, pessoas mais velhas e diabéticos apresentam menor quantidade de gordura marrom.
E, se a gordura marrom foi o "Santo Graal" há alguns anos, agora parece que existe também uma "menina dos olhos" - a gordura bege, que parece ter origem como uma célula branca mas ser capaz de transformar-se em marrom.
"As células de gordura bege estão presentes em todo corpo, e em quantidade cerca de dez vezes maior que a marrom. Ela parece ser capaz de se modificar entre a branca e a marrom", aponta.
BBC
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O Centro de Referência para Pessoas com Deficiência em Microcefalia foi inaugurado nesta quinta-feira (27), em João Pessoa. O local irá atuar acolhendo crianças de até seis anos de idade, com atividades de cuidado básico em atenção à doença.
O centro funcionará na Avenida Júlia Freire, 1621, em Tambauzinho, das 8h às 17h. A capacidade de atendimento é de até 45 famílias, onde as crianças poderão ser atendidas por meio período ou integralmente, recebendo todos os cuidados de alimentação e higiene.
O espaço conta com uma equipe formada por terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, assistente social, cuidadores, psicóloga, além de assistência hospitalar. Atividades ocupacionais para o desenvolvimento das capacidades motoras dos pacientes serão promovidas, além de oficinas e palestras de apoio aos familiares.
Microcefalia
A Paraíba passou por uma epidemia de microcefalia causada pelo vírus da zika, hoje chamada de Síndrome Congênita do Zika Vírus, em 2015. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram 97 casos confirmados de microcefalia em 2015 e 96 em 2016.
G1 PB
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A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) divulgou, nesta quinta-feira (27), a primeira chamada da lista de espera para ingresso na Instituição pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) 2019.2. Os candidatos convocados nesta chamada devem efetuar matrícula nos dias 28 de junho, 1º e 2 de julho, das 7h às 12h, na coordenação do curso para o qual foi aprovado. As matrículas no Câmpus de Monteiro serão realizadas nos dias 1º e 2 de julho, devido ao Feriado Municipal do dia 28 de junho.
Para a matrícula, os estudantes selecionados deverão apresentar certificado de conclusão do Ensino Médio e histórico escolar; RG; CPF; prova de quitação com o Serviço Militar (no caso de candidatos do sexo masculino); registro de nascimento ou certidão de casamento; prova de quitação com o TRE (para maiores de 18 anos); e uma foto 3x4 recente - todos os documentos com as respectivas cópias autenticadas.
A matrícula só será realizada após apresentação de todos os documentos exigidos no edital, não sendo permitida a entrega de documentos posteriormente. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (83) 3315-3350.
G1 PB
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Termina hoje (27) o prazo para que as secretarias municipais de educação de todo o país enviem o registro de frequência escolar de beneficiários do Programa Bolsa Família ao Ministério da Educação. As informações são referentes aos meses de abril e maio deste ano.
O benefício do programa está condicionado à presença mínima mensal de 85% nas aulas para alunos de 6 a 15 anos e de 75% para jovens entre 16 e 17 anos.
“Pedimos que os registros sejam feitos ao longo do período para que o sistema não fique sobrecarregado na última hora e gere dificuldades”, alerta a coordenadora geral de Acompanhamento da Inclusão Social da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação, Simone Medeiros.
Segundo ela, o acompanhamento é feito cinco vezes ao ano. No primeiro período de 2019, de fevereiro a março, o percentual de cumprimento de frequência do público acompanhado foi de 95,16%. “Esse levantamento é uma importante referência para a formulação de políticas públicas de fomento à permanência e à progressão escolar”.
O esforço conjunto do governo federal, das administrações estaduais e das prefeituras envolve uma rede de aproximadamente 56 mil profissionais de educação, mobilizados ao longo de cinco períodos bimestrais em mais de 140 mil escolas.
A partir do levantamento, também são identificados os motivos que levaram à baixa frequência escolar dos alunos. As informações são consideradas ferramenta fundamental para o desenvolvimento de ações de combate ao abandono e à evasão escolar. Os dados são mantidos no Cadastro Único, que permite a identificação dos estudantes, o monitoramento de sua frequência e o recebimento do benefício do Programa Bolsa Família.
Agência Brasil
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A coalizão liderada pelos Estados Unidos que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria informou que matou 1.319 civis em ataques desde 2014.
O número é menor do que o estimado por grupos que monitoraram o conflito nos dois países.
"A coalizão realizou 34.514 ataques entre agosto de 2014 e o final de maio de 2019", afirmou em um comunicado.
Outros 159 relatos de mortes de civis são analisados.
A Airwars, uma ONG que monitora o impacto sobre civis das guerras em todo o mundo, estima que mais de 8.000 pessoas tenham morrido em ataques da coalizão.
Em um relatório divulgado no final de abril, a Anistia Internacional e Airwars indicaram que os ataques aéreos e de artilharia da coalizão mataram mais de 1.600 civis apenas nos quatro meses de bombardeio para expulsar o EI da cidade síria de Raqa.
Os jihadistas do EI ocuparam grandes áreas do Iraque e da Síria em 2014, declarando um "califado" no território sob seu controle.
"A coalizão continuará a trabalhar com as forças aliadas para negar ao EI qualquer espaço físico e influência na região", declarou a coalizão em seu comunicado.
France Presse
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O Papa Francisco denunciou que a falta de alimento e de água para milhões de pessoas é resultado da falta de compaixão, e da pouca vontade social e política, durante o discurso aos participantes da 41ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
"Para combater a falta de alimento e de acesso à água potável é necessário atuar em torno das causas que as provocam. Na origem deste drama está sobretudo a falta de compaixão, o desinteresse de muitos e uma escassa vontade social e política na hora de responder às obrigações internacionais", lamentou o papa.
Além disso, o pontífice ressaltou que esta carência "não é um assunto interno e exclusivo dos países mais pobres e frágeis, mas diz respeito a cada um de nós".
Francisco lembrou que "o aumento do número de refugiados no mundo durante os últimos anos demonstra para todos que o problema de um país é o problema de toda a família humana".
Em relação a isso, o papa afirmou que um dos meios que está ao nosso alcance "é a redução do esbanjamento de alimentos e de água" e que para isso serve "a educação e a sensibilização social".
Para a luta contra a fome, o papa recomendou que o trabalho das entidades multilaterais deve contar com "o compromisso dos governos, das empresas, do mundo acadêmico, das instituições da sociedade civil e das pessoas".
"O esforço conjunto de todos conseguirá tornar realidade as metas e compromissos assumidos através de programas e políticas que ajudem a população local a adquirir responsabilidades com o seu próprio país, com suas comunidades e, por último, com suas próprias vidas", afirmou Francisco.
Boas-vindas
Ao receber esta delegação, o Papa Francisco também parabenizou o chinês Qu Dongyu, que foi eleito no domingo (24) diretor-geral da FAO. Ele desejou que a organização possa continuar trabalhando com responsabilidade e determinação, para "erradicar com maior rapidez e força os complexos, graves e inaceitáveis flagelos da fome e da insegurança alimentar".
EFE
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Duas explosões que ocorreram em Túnis, capital da Tunísia, nesta quinta-feira (25), mataram um policial e deixaram pelo menos 8 pessoas feridas, afirmou um porta-voz do ministro do Interior tunisiano, segundo a agência de notícias Reuters. De acordo com ele, os incidentes foram ataques suicidas.
O porta-voz, Sufian Zaq, informou, também de acordo com a agência, que um dos ataques tinha como alvo um carro de polícia que estava na rua Charles de Gaulle, no centro da cidade, que fica a cerca de 400 metros da embaixada da França. A informação inicial é de que essa explosão deixou outro policial e 3 civis feridos.
"Foi uma explosão enorme que sacudiu toda a rua. As pessoas saíram correndo em todas as direções", explicou à agência de notícias EFE uma testemunha a poucos metros do local.
De acordo com a rádio local "Mosaïque FM", fontes sindicais informaram que o policial morto é Mahdi Zammali, integrante da direção da polícia municipal.
Segundo a Reuters, Zaq confirmou, ainda, um segundo ataque suicida perto de uma estação policial no distrito de El Gorjani, que deixou outros 4 feridos.
Ainda não se sabe quem está por trás dos ataques. Os locais das explosões foram isolados por policiais.
Presidente hospitalizado em 'estado crítico'
m nota não relacionada às explosões, o governo da Tunísia informou, também nesta quinta-feira (27), que o presidente do país, Béji Caïd Essebsi, de 92 anos, foi levado a um hospital militar depois de sofrer uma "grave crise de saúde".
"A situação do presidente é crítica", disse seu consultor Firas Guefrech no Twitter.
Segundo a France Presse, o chefe do governo, Yussef Chahed, que foi ao centro da Tunísia, não quis responder às perguntas da imprensa sobre o estado de saúde do presidente.
Essebsi já havia sido hospitalizado no final da semana passada. Um dos conselheiros presidenciais disse que ele fez exames médicos de rotina, enquanto outro falava de um pequeno problema de saúde.
Ataque anterior
A rádio local "Mosaïque FM" também fala em um terceiro ataque, anterior, ocorrido por volta das 3h da madrugada no horário local desta quinta (por volta da meia noite de quarta (26) no horário de Brasília). O incidente teria ocorrido em uma estação de TV na cidade de Gafsa, localizada cerca de 350km ao sul de Túnis.
De acordo com informações do ministério da Defesa tunisiano obtidas pela rádio, terroristas dispararam tiros contra a estação, que é protegida por unidades militares, e depois fugiram. Não houve dano ou feridos, e forças militares e de segurança estão em busca dos autores.
Histórico
A Tunísia tem lutado contra grupos que operam nas áreas remotas da vizinha Argélia desde que uma revolta derrubou o líder autocrático tunisiano Zine Abidine Ben Ali em 2011. A alta taxa de desemprego também tem causado tumulto nos últimos anos.
Em outubro passado, uma mulher cometeu um ataque suicida em Túnis, ferindo 15 pessoas, incluindo 10 policiais, em uma explosão que acabou com um longo período de calma, depois que dezenas de pessoas morreram em ataques de militantes em 2015.
Desde que as autoridades impuseram um estado de emergência, em novembro daquele ano, a segurança no país melhorou, mas os ataques assustaram turistas e investidores, o que agravou os problemas econômicos do país, diz a Reuters.
G1
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Duas pessoas morreram e sete ficaram feridas no pouso de emergência de um avião de passageiros Antonov An-24 em um aeroporto na região russa de Nizhneangarsk, na Sibéria, nesta quinta-feira (27). O balanço de vítimas foi divulgado pelo Ministério de Situações de Emergência da região.
O avião decolou da cidade de Ulan-Ude com 48 pessoas, incluindo os cinco membros da tripulação. Autoridades locais disseram, segundo a Reuters, que o avião teve um problema em um dos motores, o que forçou o pouso de emergência.
A aeronave ultrapassou a pista após o pouso, atingiu um pequeno prédio e pegou fogo.
Autoridades locais informaram que um piloto e um técnico morreram no acidente, mas todos os passageiros foram retirados com segurança antes que o incêndio destruísse o avião.
A companhia aérea russa Angara era responsável pelo voo, de acordo com a imprensa local.
G1
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Mais de 411 mil postos de trabalho e 80 mil empresas fechadas em quatro anos. Este é o saldo do comércio brasileiro em meio à retração econômica, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geogradia e Estatística (IBGE).
A Pesquisa Anual do Comércio (PAC) trouxe os dados consolidados do comércio em 2017. Naquele ano, havia no país pouco mais de 1,5 milhão de empresas do ramo comerciário, que empregavam 10,2 milhões de trabalhadores. Em 2014, eram cerca de 1,6 milhão de empresas e mais de 10,6 milhões de ocupados no setor – uma queda, respectivamente, de 5% e 3,9% no período.
Com o fechamento de empresas, também diminuiu o número de lojas, expresso na pesquisa como "unidades locais com receita de revenda". Nos quatro anos de crise, 61,7 mil lojas fecharam as portas no país, o que corresponde a uma queda de 3,9% no período.
A receita operacional líquida do comércio também encolheu com a crise. Ela atingiu a cifra de R$ 3,4 trilhões em 2017, valor este, segundo o IBGE, 5,2% menor que o alcançado em 2014.
De acordo com o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Jordano Rocha, somente o setor varejista registrou perda acumulada da receita no período, de 3%. O atacado, por sua vez, acumulou alta de 19,7%, e o de veículos, 8,9%.
Mudança estrutural
Ao analisar os dados do comércio entre 2008 e 2017, o IBGE identificou uma mudança na estrutura do setor, com alteração da participação das três principais atividades comerciárias no país.
“Em termos estruturais, uma coisa que a gente pode chamar a atenção é que, em 2008, a atividade com maior participação na receita liquida era o atacado. Já em 2017 houve uma inversão, com o varejo assumindo a maior participação no setor”, apontou o pesquisador.
No início da década, segundo o IBGE, o atacado respondia por 44,4% do comércio no Brasil. Ao final, o varejo assumiu a liderança, com 45,5%.
“Esse aumento no varejo veio decorrente de uma queda na participação de veículos, que passou de 16% [em 2008] para 9,9% [em 2017]”, enfatizou Rocha.
O pesquisador pontuou ainda que a expansão do comércio varejista foi puxada pelo segmento de supermercados e hipermercados, cuja receita operacional líquida aumentou 2,7 pontos percentuais (p.p.) no período. Esse desempenho se deve, sobretudo, ao varejo de produtos alimentícios, que registou aumento de 2,6 p.p. em sua receita ao longo dos dez anos.
Como destaque negativo, Jordano Rocha apontou o comércio de peças de veículos autores, que registou um recuo de 5,5 p.p. da receita operacional líquida.
Sudeste perde participação
A PAC mostrou que também houve mudança na destruição regional do setor, com perda de participação da Região Sudeste.
Segundo o levantamento, em 2008 o Sudeste respondia por 53,1% da receita bruta de revenda [receita auferida com a venda de mercadorias antes de serem descontados os impostos, deduções e similares] do comércio nacional. Em 2017, esse percentual caiu para 50,5% - uma perda de 2,6 p.p.
O Sul também registrou perda de participação, passando de 20,3% para 20% (-0,3 p.p.). As demais regiões, porém, tiveram aumento dessa receita: o Nordeste, de 14,3% para 15% (0,7 p.p.); o Centro Oeste de 8,8% para 10,1% (1,3 p.p.), e o Norte de 3,5% para 3,6% (0,1 p.p.).
G1
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Pesquisa Anual de Comércio, divulgada hoje (27), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o segmento varejista passou a ser o mais representativo na atividade comercial brasileira em 2017 em relação a 2008, quando o atacado era o segmento mais forte.
O varejo respondeu por 45,5% da receita operacional líquida de R$ 3,4 trilhões do comércio nacional em 2017, contra 44,6% do setor atacadista e 9,9% do comércio de veículos, peças e motocicletas.
Segundo o técnico da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, Jordano Rocha, o aumento da participação do varejo ocorreu devido à diminuição da participação do segmento de veículos, peças e motocicletas.
Analisando os últimos dez anos, observa-se que o comércio varejista subiu de uma participação na receita operacional líquida de 39,6% em 2008 para 45,5% em 2017, enquanto o comércio de veículos caiu de 16% para 9,9%.
O atacado manteve-se praticamente estável. Em 2008, ele participava com 44,4% e subiu para 44,6%. A receita operacional líquida é obtida reduzindo-se da receita bruta as deduções relativas às vendas canceladas, descontos, abatimentos, impostos e contribuições, que somaram R$ 384,5 bilhões em 2017.
A pesquisa revela, ainda, que 1,5 milhão de empresas registradas no país em 2017, englobando 1,7 milhão de unidades locais comerciais, registraram receita bruta de R$ 3,8 trilhões, sendo R$ 1,7 trilhão auferido pelo varejo e atacado cada, e R$ 360,6 bilhões pelo comércio de veículos, peças e motocicletas.
O setor do comércio ocupou 10,2 milhões de pessoas, às quais foram pagos R$ 226,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O valor adicionado bruto obtido pela atividade comercial atingiu R$ 583,7 bilhões em 2017.
Variações
As principais variações de aumento na receita operacional líquida foram observadas em hipermercados e supermercados (2,7 pontos percentuais), passando de 9,8% para 12,5% em dez anos; no comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo e minimercados (2,6 pontos percentuais), de 2,2% para 4,8%; e no comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,1 pontos percentuais), de 6,3% para 8,4%.
No sentido inverso, as principais quedas da receita operacional líquida foram sentidas no comércio de veículos automotores (- 5,5 pontos percentuais), de 11,6% para 6,1%; no comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (-1,4 ponto percentual), de 12,7% para 11,3%; e no comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive tecnologia da informação (TI) e comunicação (-0,8 ponto percentual), de 4,5% para 3,7%.
Emprego
De acordo com a pesquisa, a maior parte, ou o equivalente a 74,3%, das 10,2 milhões de pessoas empregadas em 31 de dezembro daquele ano foram registradas no comércio varejista; 17% no comércio por atacado; e 8,7% no comércio de veículos, peças e motocicletas.
"Em emprego, não houve grandes mudanças na participação de cada segmento de 2008 para 2017. O varejo continua sendo o segmento que mais empregava, entre esses três. Em 2017, ocupava cerca de três quartos do pessoal ocupado em comércio", disse Rocha.
Em 2008, o varejo tinha 72% do pessoal ocupado; o atacado, 17,5%; e o comércio de veículos, peças e motocicletas, 10,6%. "Na participação do emprego, não houve grandes mudanças", disse.
Salários
O levantamento indica também que as empresas pagaram, em 2017, salário médio mensal de 1,8 salário mínimo, mostrando estabilidade em comparação a 2008 (1,9 salário mínimo/mês). Já a divisão por grupos de atividades revela variações significativas.
Jordano Rocha informou que essa queda de 1,9 para 1,8 salário mínimo foi puxada pelo salário do comércio de veículos, peças e motocicletas que, em 2008, era de 2,3 salários mínimos e passou para 2 salários mínimos mensais, em 2017.
Os principais indicadores de emprego das empresas comerciais sinalizam que a média de pessoas ocupadas em 2008 e 2017 permaneceu a mesma no comércio por atacado (9) e no comércio de veículos, peças e motocicletas (6), enquanto no comércio varejista houve acréscimo de uma pessoa, passando de uma média de cinco pessoas ocupadas, para seis por empresa.
Análise regional
O salário médio mensal das empresas comerciais brasileiras foi de 1,8 salário mínimo em 2017. As regiões Sudeste e Sul apresentaram salários médios mensais acima da média (2 e 1,9 salário mínimo, respectivamente). Por outro lado, pagaram salários inferiores à média nacional as regiões Norte e Centro-Oeste (1,7 salário mínimo/mês, cada); e Nordeste, (1,4 salário mínimo).
Jordano Rocha disse que as posições, em termos das grandes regiões, permaneceram constantes entre 2008 e 2017. "A gente vê que o Sudeste, para todas as variáveis expostas, tem a maior participação, seguida pelo Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte". Destacou, porém, que embora não tenha havido mudança na posição de representatividade, ocorreu uma pequena desconcentração, já que o Sudeste teve redução na participação.
salário médio mensal das empresas comerciais brasileiras foi de 1,8 salário mínimo em 2017
Em termos de pessoal ocupado, por exemplo, o Sudeste reduziu sua participação de 52,7% em 2008, para 51,2% em 2017. Já as regiões Norte, Sul e Nordeste registraram elevação, passando de 3% para 3,1%, de 19,8% para 19,9%, e de 16,1% para 17,4%, respectivamente. O Centro-Oeste ficou estável no período de dez anos, com participação no pessoal ocupado de 8,4%.
Receita bruta
A avaliação da participação da receita bruta de revenda das unidades da Federação nas grandes regiões brasileiras evidencia que o Pará teve a maior participação no Norte do país em 2017 (38%), contra 34,9%, em 2008. Já o Amazonas caiu de 33,6% para 25,6%. No total, o Norte do Brasil aumentou sua participação na receita bruta de revenda de 3,5% para 3,7%, em dez anos.
No Nordeste, três estados mostraram as maiores participações da receita bruta de revenda da região, sendo que a Bahia caiu de 30,3% em 2008 para 26,8%; Pernambuco e Ceará tiveram expansão de 18,4% para 20,9%; e de 15,3% para 16%, respectivamente.
Nessa variável, a Região Nordeste elevou sua participação em dez anos de 14,3% para 15,7%. Os três estados nordestinos representaram 63,7% da receita bruta de revenda em 2017. Em 2008, 64%.
Já o Sudeste é caracterizado pela concentração no estado de São Paulo. Em 2017, ele representava 61,4% do total da receita bruta de revenda. Em 2008, tinha 62,4% da revenda. Outro destaque é Minas Gerais, que tinha 17,6% em 2008, e passou para 19,1%, em 2017. No Sudeste, observa-se queda na participação da receita bruta de revenda: de 53,1% para 50,5% na década encerrada em 2017.
Na Região Sul, os três estados têm participação mais uniforme, da ordem de um terço cada um para cima ou para baixo. Em Santa Catarina, foi apurada expansão de participação na variável, que passou de 24,7% para 27,6%. No Paraná, caiu de 38,9% para 37,8%, e no Rio Grande do Sul, de 36,4% para 34,6%. No Sul como um todo, a participação na receita bruta de revenda recuou de 20,3% para 20%.
No Centro-Oeste, o destaque ficou com Mato Grosso e Goiás que, juntos, representaram 67,6% da receita bruta de revenda em 2017, contra 61,5% em 2008. Mato Grosso passou de uma participação de 25,1% para 32,4%. "Aumento de 7,1 pontos percentuais", ressaltou Rocha.
Goiás e o Distrito Federal tiveram participação diminuída de 36,4% para 35,2% e de 23,1% para 17,3%, respectivamente. A região ampliou sua participação na receita bruta de revenda em dez anos de 8,8% para 10,1%.
Agência Brasil
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