O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (12) acreditar que o comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode dificultar o compromisso de outros países ricos com o enfrentamento à crise climática.
"Pelo comportamento do presidente americano, eu acho que vai ficar cada vez mais difícil os países ricos quererem se comprometer a ajudar a salvação do planeta", afirmou Lula em entrevista a uma rádio de Macapá (AP).
Trump tomou posse na presidência dos EUA há menos de um mês e, neste período, já tomou medidas que vão na direção contrária à proteção ambiental – o país iniciou as tratativas para deixar o Acordo de Paris e voltou a incentivar o uso de canudos de plástico, por exemplo.
No momento da declaração, Lula comentava a dificuldade em fazer com que os países ricos cumpram as promessas de financiar a preservação ambiental nos países pobres – um tema que se arrasta há várias Conferências do Clima (COPs) da ONU e deve se repetir na COP 30, em novembro, em Belém (PA).
"Queremos discutir seriamente o financiamento. Vão financiar ou não? Na COP de 2009, eu fui e lá os países prometeram dar US$ 100 bilhões para que os países que tivessem floresta em pé mantivessem as florestas em pé. Não deram. Depois, prometeram 300 bilhões. Não deram".
Segundo Lula, atualmente, os cálculos apontam que seria preciso transferir US$ 1,3 bilhão dos países ricos para os países pobres para garantir essas ações de preservação.
g1
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A menor oferta de produtos alimentícios como o tomate e a cenoura explicam a alta da inflação de alimentos apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro.
O índice divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o grupo alimentos e bebidas subiu 0,96% no mês, representando impacto de 0,21 ponto percentual (p.p.) no IPCA.
Apesar da alta, o resultado é uma desaceleração. Em dezembro, o grupo teve expansão nos preços de 1,18%.
Em janeiro, só o grupo transportes (alta de 1,3% e peso de 0,27 p.p.) subiu mais que os alimentos e bebidas. O IPCA como um todo fechou o primeiro mês do ano em 0,16%, o menor para o mês desde 1994, quando começou o Plano Real.
Preocupação com preços
A inflação dos alimentos é um dos principais focos de preocupação do governo. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse querer baixar o custo de vida da população.
De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebida tem um peso mensal de 21,69% no custo de vida da população com rendimento até 40 salários mínimos.
O governo estuda também reduzir tarifa de importação para baratear alimentos.
Produtos
Entre os itens apurados pelo IBGE, o que mais subiu em janeiro foi o de tubérculos, raízes e legumes, 8,19%. Em seguida figuram bebidas e infusões (2,96%), pescados (1,71%) e aves e ovos (1,69%).
O índice de difusão dos produtos alimentícios no IPCA de janeiro foi de 71%. Isso representa que de todos os subitens pesquisados, 71% tiveram aumento de preço.
Os pesquisadores do IBGE encontraram os maiores impactos no café moído (8,56% e impacto de 0,04 p.p.), tomate (20,27% e 0,04 p.p.) e cenoura (36,14% e 0,02 p.p.).
O gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, explica que as altas desses produtos são explicadas por questões ligadas à quantidade produzida pelos agricultores.
“A cenoura tem uma concentração de produção em Minas Gerais, Bahia e Goiás enviando menos produto para o mercado, então teve uma redução na oferta”.
Quando um produto diminui a disponibilidade no mercado, e a procura por parte dos consumidores continua a mesma, a tendência é aumento do preço, efeito da chamada “lei de oferta e procura”.
Clima
Gonçalves explicou que a produção de tomate foi influenciada ainda por questão climática.
“O tomate também teve problema de chuva muito intensa. Isso limitou um pouco a produção. Alguns frutos ficaram manchados, e janeiro teve esse problema de redução da produção”, afirmou o gerente da pesquisa.
Somado a isso, ele destaca que o produto está em período de fim de safra. “Isso já começa a trazer uma redução de oferta”.
Contextualizando que algumas culturas sofreram com problemas climáticos no ano passado, Gonçalves acrescenta que produtores que tiveram perdas podem também optar por não insistir no cultivo dos mesmos alimentos, diminuindo a oferta. “Às vezes os produtores têm prejuízo em algum tipo de cultura, então reduzem as produções nas próximas plantações”, ressalta.
O café, subitem alimentício que mais pressionou para cima a inflação, deve manter o preço em alta, de acordo com produtores. Nesse caso, além do clima ter afetado a produção, a maior demanda global também empurra os preços para o alto.
Carnes sobem menos
Em relação às carnes, que subiram 0,36% em janeiro, patamar bem abaixo de meses anteriores, Fernando Gonçalves fez uma relação com a chegada do período de chuvas.
“Chuvas vieram, então começa a melhorar o pasto, isso tudo traz reduções no custo de produção, que podem influenciar nesse custo final da proteína”.
Em dezembro de 2024, a inflação das carnes tinha sido de 5,26%. Em novembro chegou a 8,02%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem dito que a queda recente do dólar e a safra recorde de 2025 vão contribuir para conter a inflação dos alimentos.
De acordo com estimativas do IBGE, após redução em 2024, a safra nacional deve apresentar expansão de 10,2% em 2025.
Agência Brasil
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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o carnaval de 2025 movimente R$ 12,03 bilhões em receitas no país, um aumento real de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado, descontada a inflação.
Para a entidade, este crescimento está diretamente relacionado ao avanço no número de turistas estrangeiros, impulsionado pelo câmbio e pela diversidade de atrativos culturais do Brasil. Se confirmada a projeção, este será o melhor carnaval desde 2015, diz a CNC.
“O Brasil não é apenas uma alternativa econômica, mas também um destino que combina diversidade cultural e hospitalidade, atraindo turistas de diversos lugares do mundo”, disse José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.
Ele reforça que manter investimentos em promoção internacional e infraestrutura é algo essencial para que o setor siga crescendo. “Estamos construindo um modelo de turismo que alia desenvolvimento socioeconômico e valorização cultural, beneficiando toda a cadeia produtiva”, acentuou.
Os gastos dos turistas em bares e restaurantes deverão liderar as receitas do carnaval, com projeção de R$ 5,4 bilhões, seguidos pelos serviços de transporte de passageiros (R$ 3,31 bilhões) e hospedagem (R$ 1,28 bilhão). Esses segmentos somados representarão 83% do total gerado pelo turismo durante a folia.
Fortalecimento
“A concentração de receitas em setores como alimentação, transporte e hospedagem mostra como o carnaval movimenta diretamente a economia local e favorece o fortalecimento do setor de serviços”, avaliou Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa.
A desvalorização do real frente ao dólar tem colocado o Brasil no radar de viajantes internacionais. Em 2024, o país alcançou números recordes, com 6,66 milhões de turistas estrangeiros, segundo dados da Embratur. A receita acumulada do turismo no ano passado também foi histórica: US$ 7,34 bilhões.
Apenas em fevereiro de 2024, o Brasil recebeu 833,31 mil turistas estrangeiros. Para 2025, a expectativa da CNC é que este número cresça 4,8%, atingindo 868,46 mil visitantes e superando o recorde de 2018.
Empregos temporários
O carnaval de 2025 será responsável pela criação de 32,6 mil vagas temporárias. O setor de bares e restaurantes oferecerá o maior número de postos (22,85 mil), seguido por hotéis, pousadas e similares (4,06 mil) e empresas de transporte (3,31 mil). Apesar disso, a taxa de efetivação após o evento deverá ser de apenas 7%, refletindo a previsão de crescimento econômico mais moderado em 2025.
“O carnaval tem um papel muito importante na geração de empregos temporários, especialmente em localidades que atraem um grande volume de visitantes. Esses postos são essenciais para movimentar a economia regional e atendendo a alta demanda sazonal”, ressaltou Alexandre Sampaio, diretor da CNC e coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da entidade (Cetur).
Segundo a CNC, mesmo diante de desafios globais, o turismo brasileiro segue em crescimento. Desde a crise sanitária causada pela pandemia de covid-19, em 2020, o setor não apenas se recuperou, mas também superou os níveis anteriores, registrando faturamento 11% maior em relação a fevereiro de 2020.
Agência Brasil
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O volume de motocicletas produzidas pelo Polo Industrial de Manaus (PIM) em janeiro desde ano cresceu 34% na comparação com dezembro, conforme dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similiares (Abraciclo).
Os números mostram também uma produção 17,6% superior à de janeiro de 2024, melhor desempenho para o mês desde 2014.
“Esse desempenho é resultado da ampliação da capacidade produtiva e da criação de 1.700 novos postos de trabalho no ano passado. As fabricantes estão investindo no aumento da produtividade para atender à crescente demanda do mercado”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Bento.
Para este ano, a estimativa da entidade é que a fabricação de motos e similares fique em torno de 1, 88 milhão de unidades, ou seja, uma produção 7,5% maior.
A categoria mais produzida em janeiro foi a Street, com 87.192 unidades. E, na sequência, a Trail e a Motoneta.
Licenciamentos
Já os licenciamentos na categoria atingiram 151.983 unidades, alta de 14,4% em relação a janeiro de 2024 e de 3,3% em relação a dezembro. A média diária de vendas em janeiro foi de 6.908 unidades.
As exportações, por sua vez, registraram o embarque de 2.807 unidades, o que também significa alta de 12,5% na comparação com janeiro de 2024, e 11,5% a mais que dezembro passado.
Agência Brasil
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Com menos de um mês de mandato, o presidente estadunidense, Donald Trump, não passa um dia de seu governo sem fazer declarações que desagradam países vizinhos ou parceiros estratégicos de longa data. Entre os anúncios, estão novas tarifas para produtos importados de nações como China, México e Canadá, incluindo itens como o aço e o alumínio.
Além disso, Trump tem feitos ameaças diretas aos Brics, em relação à implantação de altas tarifas de importação caso os países decidam fazer trocas comerciais em moeda própria (em vez do dólar).
As atitudes polêmicas passam por ameaçar a soberania de outros povos e nações, como as declarações acerca de retomar o Canal do Panamá, passar a controlar a Groenlândia (um território autônomo dentro do Reino da Dinamarca) e transformar o Canadá em um estado norte-americano.
Houve também afrontas ao multilateralismo e aos sistemas de governança global, ao retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Trump decidiu opinar na questão palestina e declarou que pretende controlar a Faixa de Gaza, região devastada por bombardeios israelenses nos últimos meses, e expulsar os palestinos do território, enviando-os forçadamente para países como o Egito e a Jordânia.
A última declaração, que contraria o direito internacional, fez com que a relatora especial da UNHRC (a sigla, em português, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) para Israel e os Territórios Ocupados Palestinos, Francesca Albanese, encorajasse a comunidade internacional a isolar os Estados Unidos.
“A comunidade internacional é feita por 193 países e é hora de dar aos Estados Unidos o que ele tem buscado, que é o isolamento”, disse a relatora, em coletiva após Trump fazer a proposta sobre Gaza.
Isolamento
Os EUA ainda são a maior economia do mundo. O país é considerado a maior potência militar do mundo, o que inclui bases espalhadas por todo o planeta, e proporciona ajuda financeira a diversas nações.
No entanto, Evandro Carvalho, doutor em direito internacional e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que nenhum país é autossuficiente a ponto de conseguir se manter isolado completamente das relações internacionais, mesmo os Estados Unidos.
“A economia de um país depende das interações com outras economias, dentro daquela lógica de buscar oportunidades no mercado internacional para baratear custos. Tanto o importador quanto o exportador estão atentos às oportunidades que estão fora das fronteiras do país onde sua empresa tem sede. Uma parte significativa da economia dos Estados Unidos depende das exportações e importações”.
Segundo o professor, na medida em que Trump adota essa postura “pouco diplomática” em relação a outros países, ele pode gerar uma reação dessas nações.
“Ao verificar que os Estados Unidos se tornaram um país fora do controle, e isso, em parte, é muito verdade, os países tendem a se reunir, não necessariamente em um consenso global contra os Estados Unidos, mas no sentido de convergir na direção de conter esse país. Todos os países começarão a tomar iniciativas, de maneira organizada ou com uma convergência, para amarrar o ‘gigante Gulliver’. Essa atuação de Donald Trump, de fato, tende a isolar ainda mais os Estados Unidos, agravando a perda de credibilidade e a legitimidade da liderança do país no sistema internacional”, explica Carvalho.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, por exemplo, usou suas redes sociais, nesta terça-feira (11), para criticar a decisão de Trump de taxar o aço e o alumínio e prometeu medidas para proteger os interesses dos países do bloco.
“Lamento profundamente a decisão dos EUA de impor tarifas nas exportações de aço e alumínio europeus. A União Europeia agirá para salvaguardar seus interesses econômicos. Nós protegeremos nossos trabalhadores, negócios e consumidores”, escreveu.
Ana Garcia, pesquisadora do Brics Policy Center, acredita, no entanto, que os Estados Unidos não podem ser facilmente isolados, por serem, entre outros motivos, o maior mercado consumidor e um importante centro de produção.
“Os Estados Unidos não podem ser facilmente isolados por nenhum país ou bloco. Eles são ainda o epicentro das cadeias de produção. Isso não é possível, a não ser que os países agissem conjuntamente. Não é possível politicamente. Você não vai ter a União Europeia agindo conjuntamente com a China, por exemplo”, afirma a pesquisadora.
Brasil
Entretanto, é possível que ocorram substituições dos EUA nas relações bilaterais, ocorrendo ano após ano, como no caso da China, que substituiu os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil nos últimos anos. “A gente tem a ideia de que seria o mundo ideal, a gente poder prescindir dos americanos e ter um mundo mais multipolar, mas isso ainda não é possível”.
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) Pedro Dallari, as agressões dos EUA aos direitos humanos, em especial o tratamento dado aos imigrantes e aos palestinos, devem ser contrapostas firmemente pela comunidade internacional.
Em relação às medidas econômicas, esta é uma oportunidade para os países, inclusive o Brasil, buscarem parceiros alternativos. “No que se refere às medidas econômicas adotadas pelo governo dos EUA, a posição do Brasil deve ser pragmática, alinhada aos interesses da sociedade brasileira. Indiscutivelmente, uma ação prudente é aumentar a diversidade de parceiros comerciais, sendo prioridade, neste momento, a entrada em vigor do acordo entre Mercosul e União Europeia”, destaca Dallari.
Os Brics podem ser um caminho para o Brasil, em uma situação em que o comércio com os EUA se torne desvantajoso. A hegemonia da China, país com maior participação no comércio global, dentro do Brics deve permanecer, segundo Dallari. Mas, para Eduardo Carvalho, o Brasil deve olhar para os outros países-membros.
“Há uma imensa oportunidade na cúpula que ocorrerá este ano aqui no Brasil para se discutir o comércio intra Brics. Hoje há uma relação comercial intensa de todos os países com a China. Mas a relação do Brasil com a Índia, Rússia, África do Sul e os novos membros, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã, tem espaço para crescer. É preciso identificar onde estão as vantagens competitivas”, afirma Carvalho.
Ana Garcia lamenta que o comércio do Brasil com os outros países do Brics ainda seja muito pequeno e que todos os membros do grupo ainda dependam muito do comércio com a China.
“A China seria a única potência que poderia vir a jogar esse papel de tentar contornar [as políticas protecionistas dos EUA]. Cada vez que o Trump age de maneira a restringir comércio, investimento, ele está dando um passo contrário a si mesmo, de abrir espaço para a China. Mas ainda assim não em todos os setores”.
Para a pesquisadora, o Brasil deveria diversificar suas relações comerciais, de forma a não depender tanto de nenhum país, sejam os Estados Unidos seja a China. “O mundo ideal seria uma diversificação das relações comerciais, incluindo, a Europa e outros países. Mas fortalecer primordialmente, as relações sul-sul do Brasil. Aí, sim, a gente teria talvez um diferencial para lidar com os parceiros de forma mais equânime”.
Ana Garcia lamenta que o Brasil tenha deixado de lado seu papel de liderança dentro da América Latina e as suas relações com a África e o Oriente Médio, que marcaram os primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em prol de assuntos mais globais como os Brics e o G20. “Seria importante a diversificação e a busca de parcerias mais equânimes para as relações comerciais, mas também para os fóruns multilaterais”.
Agência Brasil
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O Irã alertou o Conselho de Segurança da ONU que pode fazer uso da força caso receba qualquer agressão dos Estados Unidos, nesta terça-feira (11).
Em carta enviada às Nações Unidas, o enviado especial do país descreveu declarações dadas pelo presidente americano, Donald Trump, como "imprudentes e inflamatórias" e ameaçou:
"Qualquer ato de agressão terá consequências severas".
O documento ainda pede que o Conselho de Segurança não fique em silêncio diante dos comentários "profundamente alarmantes e irresponsáveis" de Trump, que, segundo o Irã, violam flagrantemente o direito internacional.
Dizendo que "rejeita e condena firmemente" as ameaças feitas pelo republicano, o governo iraniano afirmou que defenderá "sua soberania, integridade territorial e interesses nacionais contra qualquer ação hostil".
Ameaça dos Houthis
Em meio a muitas incertezas sobre a continuidade do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, uma ameaça foi feita pelos Houthis, grupo extremista do Iêmen, nesta terça-feira (11).
O líder do grupo, Abdulmalik al-Houthi, afirmou em um discurso televisionado que está pronto para lançar ataques contra Israel se o país retomar os bombardeios a Gaza e não se comprometer com o acordo.
"Nossas mãos estão no gatilho e estamos prontos para imediatamente intensificar a ofensiva contra o inimigo israelense se ele retornar à escalada na Faixa de Gaza", disse.
Os Houthis, apoiados pelo Irã, controlam a maior parte do oeste do Iêmen, incluindo a capital. Desde que a guerra entre o governo israelense e o grupo extremista palestino começou, eles atacaram embarcações de Israel e de outros países no Mar Vermelho, perturbando as rotas marítimas globais, alegando que eles eram atos de solidariedade com Gaza.
Últimas declarações de Israel e Hamas sobre o acordo
Nesta segunda-feira (10), o porta-voz do braço armado do Hamas informou que o grupo extremista palestino irá atrasar a libertação de reféns planejada para o próximo sábado (15) até novo aviso, através de um comunicado divulgado no Telegram.
"A entrega dos prisioneiros sionistas será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense os direitos das semanas anteriores retroativamente. Reafirmamos nosso compromisso com os termos do acordo, desde que a ocupação também os cumpra", afirmou.
Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, justificou a decisão afirmando que, nas últimas três semanas, Israel cometeu violações e não cumpriu termos do acordo de cessar-fogo, enquanto o Hamas "cumpriu todas as suas obrigações".
"Desde o atraso no retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, até o alvo de bombardeios e tiros em várias áreas do setor, e a não entrada de materiais de ajuda de todas as formas conforme acordado", enumerou.
Após a divulgação do comunicado, o ministro da Defesa de Israel afirmou que a paralisação da entrega de reféns é uma violação do cessar-fogo e também fez um anúncio: disse que instruiu os militares a se prepararem para o mais alto nível de prontidão em Gaza e para defender as comunidades.
A última liberação ocorreu na manhã deste sábado (8). Mais três reféns israelenses foram devolvidos pelo grupo após dias de incerteza sobre a continuidade do cessar-fogo entre Israel e Hamas,
A libertação chegou a ficar ameaçada após as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os EUA devem tomar o controle da Faixa de Gaza após a guerra.
Foram libertados neste sábado pelo grupo terrorista:
Ohad Ben Ami e Eli Sharabi, ambos feitos reféns durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.
Or Levy, sequestrado no mesmo dia na festa rave que acontecia no sul de Israel no momento do ataque.
Pela primeira vez, o Hamas montou uma espécie de palco para exibir os reféns antes de devolvê-los à Cruz Vermelha — que faz a intermediação da devolução dos dois lados. Os três israelenses libertados aparentavam estar mais magros, vestiam a mesma roupa (um conjunto de moletom marrom) e exibiam uma espécie de certificado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou a devolução e disse que não iria "ignorar o que foi visto".
Em troca, Israel libertou 183 prisioneiros palestinos. Entre eles, estão condenados por envolvimento em ataques que mataram dezenas de pessoas, incluindo 18 que cumprem sentenças de prisão perpétua e 111 detidos em Gaza durante a guerra.
g1
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (11) que o cessar-fogo na Faixa de Gaza será encerrado se o Hamas não devolver os reféns mantidos no território até o meio-dia de sábado (15), no horário local (7h, em Brasília).
Em um pronunciamento, Netanyahu afirmou que ordenou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) se posicionem dentro e ao redor da Faixa de Gaza para uma operação. Ele não deu mais detalhes sobre o plano.
"Se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará, e as IDF retomarão os intensos combates até a derrota final do Hamas", declarou.
Netanyahu acatou uma sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que Israel deveria ignorar o cessar-fogo caso os reféns não fossem libertados até o prazo estabelecido.
"Deixe o inferno se instaurar", disse o presidente americano enquanto assinava ordens executivas na Casa Branca.
O Hamas não havia se pronunciado sobre as declarações de Netanyahu até a última atualização desta reportagem. Mais cedo, o grupo disse ainda que Trump "não ajuda em nada e complica ainda mais as coisas".
Na segunda-feira (10), o Hamas anunciou que pretende atrasar a libertação de reféns prevista para sábado, alegando que Israel violou os termos do acordo de cessar-fogo, em vigor há três semanas.
O Hamas acusou Israel de dificultar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, atrasar o retorno de deslocados ao norte do território e realizar bombardeios. O grupo exigiu que o governo israelense compense os termos violados.
Crise no acordo
Um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor no dia 19 de janeiro e está sendo aplicado em três etapas. Nesta primeira fase, o Hamas se comprometeu a libertar 33 reféns de forma gradual. Em contrapartida, Israel retirou tropas de Gaza e libertou prisioneiros palestinos.
Até esta terça-feira, 16 dos 33 reféns haviam sido libertados pelo grupo.
Israel declarou que o atraso na entrega dos demais reféns configura uma violação do cessar-fogo e colocou os militares em nível de prontidão para defender comunidades na região de fronteira.
Segundo a agência Reuters, mediadores do cessar-fogo temem que o acordo possa ruir. Novas negociações para as próximas fases foram adiadas.
A tensão entre Hamas e Israel também aumentou após declarações de Trump, que afirmou que os palestinos deveriam ser retirados da Faixa de Gaza de forma permanente.
A guerra na região começou em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando mais de 1,2 mil pessoas. Em resposta, Israel bombardeou a Faixa de Gaza, resultando em mais de 40 mil mortes.
g1
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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira (11) que acredita que os palestinos podem ser realocados em terras da Jordânia e do Egito. Ele recebeu o rei Abdullah 2º da Jordânia na Casa Branca.
Nos últimos dias, Trump tem defendido a anexação da Faixa de Gaza, cuja infraestrutura foi destruída pela guerra entre Hamas e Israel. Pelos planos do Republicano, os EUA assumiriam o território para construir uma espécie de "Riviera do Oriente Médio" — os palestinos, por outro lado, não teriam direito de retorno, uma manobra vista como limpeza étnica pela comunidade internacional.
"Não há nada o que comprar", disse Trump, sobre Gaza. "Vamos tomá-la, vamos mantê-la, vamos valorizá-la."
O presidente afirmou que seu plano resultará na criação de "vários" empregos no Oriente Médio.
Sobre a anexação de Gaza por Washington, o rei da Jordânia afirmou que essa era uma questão que seria analisada postariormente.
A Jordânia já abriga atualmente mais de 2 milhões de refugiados palestinos em seu território, onde vivem 11 milhões de habitantes, e seu status e número há muito tempo são uma fonte de ansiedade para a liderança do país.
Amã, que depende muito de Washington para assistência militar e econômica, também está se recuperando da pausa de 90 dias na ajuda humanitária de Trump. Israel e Egito receberam isenções, mas o US$ 1,45 bilhão que a Jordânia recebe a cada ano permanecem congelados, aguardando uma revisão da administração Trump de toda a ajuda estrangeira.
O rei Abdullah "está em uma posição muito, muito vulnerável, onde os EUA têm muita influência", disse Ghaith Al-Omari, membro sênior do "think tank" Washington Institute for Near East Policy.
Mas a assistência dos EUA a Amã "não é caridade", disse Al-Omari, explicando que a Jordânia hospeda tropas e Força Aérea dos EUA, é um importante parceiro de compartilhamento de inteligência para Washington, e que seu tratado de paz com Israel, assinado em 1994, é essencial para a estabilidade da região.
"O rei esperaria que isso fosse um contraponto à influência que o presidente tem", disse Al-Omari.
Cessar-fogo em crise
Em relação à crise entre Israel e Hamas, surgida após o grupo terrorista dizer que Tel Aviv havia violado o cessar-fogo, Trump afirmou não acreditar que os reféns israelenses sejam soltos no próximo sábado (15).
A tensão entre Hamas e Israel também aumentou após declarações de Trump sobre anexação de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que vai encerrar o cessar-fogo caso os reféns não sejam devolvidos na data prevista.
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“A prefeitura é um alicerce para que a União dê certo. Esse país só será desenvolvido se a cidade for desenvolvida. Não há estado rico com cidade pobre. É preciso que haja um compartilhamento das coisas entre o Governo Federal e o governo municipal”. Com essas palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância do pacto federativo na abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília, nesta terça-feira, 11 de fevereiro.
Organizado pelo Governo Federal, o evento prossegue até a quinta-feira (13/2) e reúne na capital 3.110 prefeitos e 560 vice-prefeitos, de mais de 3.200 municípios. É visto como um indicador importante do fortalecimento da democracia no país. “É uma alegria emocionante a gente poder constatar o avanço da consolidação do processo democrático brasileiro”.
Durante o discurso acompanhado por boa parte dos 22.632 inscritos no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Lula frisou que as discussões jamais serão pautadas por aspectos ideológicos. Reforçou que o evento é uma grande chance para os gestores entenderem como podem aproveitar programas e iniciativas federais. Citou que os 38 ministros de seu governo estarão representados e acessíveis em estandes, palestras, qualificações e seminários.
“O que queremos é estabelecer com vocês uma relação altamente civilizada. Não haverá hipótese de que um banco como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNB, o Basa ou o BNDES deixe de atender os interesses de um governador, de uma cidade por questão ideológica”.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, registrou a importância do evento para fortalecer o conceito de pacto federativo. “Estamos aqui celebrando a Federação. A União, os Estados, os Municípios, os Poderes Executivo e Legislativo. Somos um país continental, onde o caminho é de fortalecer a Federação”.
SENADO E CÂMARA – A abertura foi acompanhada por ministros, governadores e parlamentares, entre eles os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. “Esse importante encontro de acolhimento aos novos gestores permite que eles saiam daqui na certeza de que terão no Governo Federal um braço de apoio nas suas gestões”, afirmou Hugo Motta. “O município é o ente federativo que melhor conhece as peculiaridades locais. É onde o gestor público está mais próximo da população e é onde se concretizam as demandas mais necessárias aos brasileiros e brasileiras. É fundamental reafirmarmos o compromisso com o fortalecimento da gestão local”, reforçou Davi Alcolumbre.
PARCERIAS – Durante os três dias do encontro em Brasília, prefeitos e prefeitas, vices, vereadores e vereadoras, secretários e secretárias, técnicos(as) e gestores(as) terão a oportunidade de ampliar parcerias e investimentos federais e de se capacitarem em programas e ações para a captação de recursos. Diversos painéis em torno dos temas de desenvolvimento social, sustentabilidade e inovação e cidades inteligentes serão realizados. “Aqui está o Brasil. Municípios de todas as características, grandes, médios, pequenos, de todas as regiões, de todos os matizes políticos”, frisou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A pasta é responsável pela coordenação do evento. Para o governador do Pará, Helder Barbalho, o encontro é um convite a um pacto de união, “para que possamos juntos resolver os reais problemas do Brasil”.
DIÁLOGO E COMPROMISSO – O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Edvaldo Nogueira, exaltou a iniciativa. “É um momento importante que estamos vivendo aqui hoje, que é a recepção aos recém-eleitos prefeitos e prefeitas para que o governo possa abrir as portas, mostrar os projetos e fazer esse diálogo direto, sem intermediários”, afirmou. “Esse encontro é o maior sinal de que o governo Lula tem compromisso com a cidade, com o pacto federativo e com a luta política na defesa da cidade”, reforçou Ary Vanazzi, presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM). “Estamos pugnando pelo aperfeiçoamento do pacto federativo”, disse Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios.
MINISTÉRIOS — Os gestores municipais terão conexão direta com ministérios e outros órgãos, como FNDE, Ibama, Iphan, Receita Federal, Serpro, SEBRAE e Correios. Bancos públicos, como CAIXA, Banco do Brasil e BNDES, farão atendimentos presenciais.
INICIATIVA — O evento é uma iniciativa da Presidência da República, com a coordenação da Secretaria de Relações Institucionais (SRI/PR), e com o apoio da Associação Brasileira de Municípios (ABM), da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
Agência Gov
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, defendeu nesta terça-feira (11) a participação do Congresso Nacional na “descentralização do Orçamento da União”. Em discurso na abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília, ele cobrou a transferência de recursos públicos por meio de emendas parlamentares para áreas essenciais como saúde, educação e saneamento.
— No plano federal, ninguém é mais qualificado para atender às peculiaridades de cada canto deste país do que deputados e senadores, que são os interlocutores e representantes da nossa população no Congresso Nacional. Somos atores políticos legitimados pelo voto. Fomos eleitos a partir de plataformas escolhidas pela população de nossos estados. Por isso, lutaremos juntos para que os municípios brasileiros sejam cada vez mais fortalecidos no Orçamento público — disse.
Davi Alcolumbre também afirmou que, como qualquer outro recurso público, “as emendas devem estar submetidas ao controle dos órgãos responsáveis” e “inseridas no contexto de equilíbrio das contas públicas e de responsabilidade”. Mas ele assegurou que o controle sobre as transferências da União “sempre seguiu os critérios técnicos e orçamentários exigidos pela legislação”.
O presidente do Senado defendeu “o aperfeiçoamento do pacto federativo”. E assegurou que o Congresso Nacional vai colaborar com os gestores municipais “para que as demandas sociais sejam efetivamente atendidas”.
— É dever de todos nós trabalharmos conjuntamente para o aperfeiçoamento do pacto federativo. A pauta prioritária apresentada pelas entidades do municipalismo traz demandas urgentes e necessárias para garantir que prefeitos e prefeitas possam desempenhar suas funções com mais autonomia e segurança jurídica — declarou ele.
Previdência
Um dos itens na pauta prioritária dos gestores municipais é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, apresentada pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA). Aprovada no ano passado pelo Senado, a matéria reabre o prazo para que os municípios parcelem dívidas com a Previdência e define limites para o pagamento de precatórios. O texto está em análise na Câmara dos Deputados.
— Essa PEC não traz impacto nenhum ao governo federal. Queremos acertar esse passivo, que hoje é de R$ 1,2 trilhão. Se conseguirmos passar a reforma da Previdência de 2019 para os municípios, com solidariedade federativa, esses municípios teriam uma redução de 54% no passivo, dinheiro que poderia ir para a educação e para a saúde — disse Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que também participou da abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, disse que vai marcar a data da instalação da comissão especial que irá analisar a matéria.
— Vamos trabalhar em prol de um pacto federativo mais justo. Não temos medido esforços para que o pacto federativo seja sempre aperfeiçoado, com o intuito de fortalecer a municipalidade e de fazer com que as políticas públicas alcancem os cidadãos onde eles estão — declarou ele.
No encerramento da cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Poder Executivo garante tratamento igualitário a todos os prefeitos do país — independentemente do viés ideológico ou partidário.
— Enquanto eu for presidente da República, nenhum prefeito ou prefeita será discriminado por não ser do meu partido, porque não votou em mim, porque falou mal de ministro. Todos têm direito porque foram eleitos e representam o povo. Fazemos as coisas não para o prefeito, mas para o povo da cidade que votou democratamente e elegeu quem ele entendia que iriar conseguir melhorar a vida do povo — afirmou o presidente.
O evento
O Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas vai até a próxima quinta-feira (13). Com o tema “A cidade que queremos está em nossas mãos”, o evento busca incentivar a cooperação entre os municípios e o governo federal. O encontro é uma iniciativa da Presidência da República.
Agência Senado
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