Abril 21, 2025
Arimatea

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (12) que quer ter uma boa relação com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por isso colocou uma "mulher bonita" na articulação política do governo com o Congresso.

Ao falar sobre a relação com o Legislativo, o petista se referiu à ministra Gleisi Hoffmann, que assumiu na última segunda-feira (10) a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política.

"É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa que quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, porque não quero mais ter distância de vocês", afirmou Lula.

"Não quero que alguém ache que o presidente está distante do presidente da Câmara, está distante do presidente do Senado. Temos que mostrar para a sociedade que nós somos, em lugares diferentes, pessoas com o mesmo compromisso de defender a soberania do país, o bem-estar do brasileiro", completou o petista.

A escolha de Gleisi Hoffmann para articulação política gerou surpresa em parlamentares que defendiam um nome do Centrão para a Secretaria de Relações Institucionais, para melhorar a relação do Executivo com o Congresso.

Lula deu a declaração sobre a nova ministra durante cerimônia no Palácio do Planalto sobre um programa para ampliar o crédito consignado para trabalhadores do setor privado, garantido pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

'Cabeçudão do Ceará'
A ministra Gleisi Hoffmann não foi a única presente no evento no Palácio do Planalto que foi alvo de comentários do presidente Lula, que disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa ter "mais charme" e que nem sempre é "feliz quando pega o microfone".

O presidente também fez considerações sobre o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a quem chamou de "cabeçudão do Ceará" quando falava da aprovação da reforma tributária.

"Nós conseguimos fazer [a reforma tributária] com a participação de todos os deputados e senadores. E nós só temos 9 senadores de 81, e 70 deputados em 513. E nós fizemos isso. Muito por conta da competência do nosso deputado, na Câmara, pelo trabalho primordial do Guimarães, esse cabeçudão do Ceará, e pelo companheiro Jaques Wagner, que é um companheiro da mais alta qualidade de negociação", concluiu o petista.

g1
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Uma operação militar contra membros de um grupo separatista que sequestraram um trem com mais de 400 de passageiros no sudoeste do Paquistão chegou ao fim no início da tarde desta quarta-feira (12), no horário de Brasília —noite no horário local—, informou o Exército paquistanês.

Segundo um porta-voz do Exército, 33 separatistas e 22 reféns foram mortos. O Exército de Libertação do Baluchistão (ELB) assumiu a autoria do ataque.

O impasse entre os separatistas e as forças de segurança durou mais de 24 horas, porque o sequestro ocorreu em uma região remota do estado do Baluchistão, no sudoeste do país, e o grupo tinha homens-bomba entre os passageiros e ameaçou realizar execuções.

O grupo separatista fez mais de 400 reféns, dos quais 190 foram libertados na noite de terça-feira, no horário local, e o restante foi resgatado nesta quarta.

Durante o impasse, as forças de segurança paquistanesas evitaram um confronto direto com os sequestradores por conta de preocupações com a segurança dos passageiros. Nesta quarta-feira, os separatistas ameaçaram executar cinco reféns por hora até que o governo cumprisse suas exigências.

Horas depois, o grupo afirmou que executou 50 reféns como consequência da "retaliação direta", porém o número não foi confirmado pelo Exército. O ELB também publicou um vídeo com o momento do ataque ao trem. Ainda não se sabe se as mortes de reféns anunciadas oficialmente ocorreram em execuções ou no momento do ataque ao trem.

Centenas de soldados e equipes em helicópteros foram mobilizados para resgatar os reféns na remota região montanhosa onde o trem foi parado. O maquinista e várias outras pessoas já haviam sido mortas no momento do ataque, disseram as autoridades a agências de notícias. Durante esta quarta-feira, um trem carregado com caixões partiu em direção ao local do sequestro.

Autoridades paquistanesas haviam dito no início da quarta-feira que pelo menos 30 militantes do grupo haviam sido mortos em confrontos com as forças do governo na terça-feira. Não se sabe se esse número está incluído no anunciado pelo Exército.

O ataque ocorreu perto de um túnel no distrito de Bolan, na província do Baluchistão. O trem viajava de Quetta para a cidade de Peshawar, no norte do país, quando foi atacado. Entre 70 e 80 militantes atuaram no sequestro, segundo uma fonte de segurança da agência de notícias Reuters.

Os militantes do grupo explodiram os trilhos e abriram fogo contra o trem, chamado Jafer Express, para forçar a locomotiva de nove vagões a parar. O maquinista ficou ferido, e os guardas a bordo foram atacados, mas não há detalhes sobre quantos eram ou o que aconteceu com eles. Segundo a Reuters, o maquinista e outras pessoas foram mortas no trem.

O grupo separatista havia exigido a libertação em até 48 horas de prisioneiros políticos Baloches, ativistas e pessoas desaparecidas que, segundo o grupo, foram sequestradas pelo Exército paquistanês. Se isso acontecesse, os militantes libertariam os passageiros, segundo o porta-voz do ELB, Jeeyand Baloch.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou o ataque. O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, chamou os sequestradores de "inimigos" do Paquistão e o ataque de uma conspiração para desestabilizar o país. Um porta-voz do governo, Shahid Rind, descreveu o ataque como "um ato de terrorismo".

As autoridades informaram que há mulheres e crianças entre os resgatados. Agentes de segurança foram mortos em confrontos com os sequestradores, mas o número de mortes não foi revelado. Os passageiros resgatados estão sendo enviados para suas cidades de origem, enquanto os feridos recebem tratamento em hospitais no distrito de Mach. Outros foram levados para Quetta, a capital provincial, a cerca de 100 km de distância.

Esta foi a primeira vez que os separatistas do ELB sequestraram um trem, embora o grupo já tenha atacado ferrovias no passado. O grupo regularmente ataca forças de segurança paquistanesas e também já alvejou civis, incluindo cidadãos chineses que trabalham em projetos bilionários ligados ao Corredor Econômico China-Paquistão. Estima-se que o ELB tenha cerca de três mil combatentes.

O Paquistão abriga milhares de trabalhadores chineses como parte da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, que financia grandes projetos de infraestrutura, incluindo portos e aeroportos no Baluchistão. A China condenou o ataque e a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que Pequim "continuará a apoiar firmemente o Paquistão no avanço de seus esforços de combate ao terrorismo".

Região marcada pelo separatismo
O Baluchistão, que faz fronteira com o Irã e o Afeganistão, há muito tempo é palco de insurgências separatistas que exigem maior autonomia do governo central em Islamabad e uma parcela maior dos recursos naturais da região.

Além disso, insurgências dos dois lados da fronteira entre Irã e Paquistão têm gerado tensões entre os países, que suspeitam mutuamente de apoio ou tolerância a grupos militantes do lado oposto.

No Irã, o grupo militante Jaish al-Adl realizou diversos ataques nos últimos anos. Teerã pediu ajuda ao Paquistão para conter essa ameaça, enquanto Islamabad quer que o Irã negue refúgio a combatentes do ELB.

Em janeiro de 2024, os dois países realizaram ataques aéreos em áreas fronteiriças um do outro, matando pelo menos 11 pessoas, mas rapidamente amenizaram a situação por meio de negociações.

Os trens no Baluchistão geralmente viajam com agentes de segurança a bordo, porque militares frequentemente utilizam a ferrovia para se deslocar de Quetta, uma cidade no oeste perto da fronteira com o Afeganistão, para outras partes do país. Em novembro, o ELB realizou um ataque suicida em uma estação ferroviária de Quetta que matou 26 pessoas.

Analistas alertam que o ataque ao trem e o foco em civis podem ter um efeito negativo para o ELB.

"Após falhar em causar danos significativos ao Exército do Paquistão dentro do Baluchistão, o ELB mudou seus alvos de militares para civis desarmados. Isso pode dar a eles atenção imediata da mídia e do público, mas enfraquecerá sua base de apoio entre a população civil, que deveria ser seu principal objetivo", disse Syed Muhammad Ali, analista de segurança independente baseado em Islamabad.

Rico em petróleo e minerais, o Baluchistão é a maior e menos populosa província do Paquistão. A região é o centro da minoria étnica balúchi, cujos membros afirmam sofrer discriminação e exploração por parte do governo central.

g1
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Um exame de raios X confirmou a melhora na condição clínica do Papa Francisco, informou o Vaticano nesta quarta-feira (12). Ainda assim, a Santa Sé destacou que o quadro geral do pontífice continua complexo.

Francisco está internado em um hospital de Roma desde o dia 14 de janeiro para tratar uma pneumonia bilateral. Até o momento, não há previsão de alta. No entanto, o Vaticano indicou que a saúde do papa tem apresentado uma melhora significativa nos últimos dias.

De acordo com o boletim desta quarta-feira, Francisco continua realizando oxigenoterapia de alto fluxo durante o dia e ventilação mecânica não invasiva à noite.

O pontífice também tem participado de algumas atividades de trabalho diretamente do hospital e realizado orações em uma capela privada.

Na segunda-feira (10), o Vaticano informou que Francisco não está mais em perigo iminente, mas que seu estado de saúde ainda exige cautela e prudência.

Leia o boletim do Vaticano na íntegra
"As condições clínicas do Santo Padre, dentro da complexidade do quadro geral, permaneceram estáveis.

A radiografia do tórax realizada ontem confirmou, radiologicamente, as melhoras registradas nos dias anteriores.

O Santo Padre continua a realizar oxigenoterapia de alto fluxo durante o dia e ventilação mecânica não invasiva durante o repouso noturno.

Esta manhã, após acompanhar os Exercícios Espirituais por conexão com a Aula Paulo VI, recebeu a Eucaristia, dedicou-se à oração e, posteriormente, à fisioterapia motora.

À tarde, depois de participar dos Exercícios Espirituais da Cúria, continuou em oração, descansou e prosseguiu com a fisioterapia respiratória."

g1
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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderia pressionar a Rússia a aceitar um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas que isso não será necessário.

A jornalistas, ele confirmou também que uma delegação americana está a caminho da Rússia nesta quarta-feira (12) para discutir a proposta já discutida com a Ucrânia de uma pausa de 30 dias nos combates e um caminho para negociações de paz.

Trump disse que agora a decisão cabe à Rússia. Na terça, após uma reunião de mais de oito horas entre diplomatas de Washington e de Kiev na Arábia Saudita, a Ucrânia concordou com um plano imediato de cessar-fogo.

Questionado se faria algo para pressionar a Rússia a aceitar os termos, Trump disse: "Posso fazer coisas financeiramente, isso seria muito ruim para a Rússia. Não quero fazer isso porque quero obter paz."

"Espero que possamos obter um cessar-fogo da Rússia", disse Trump a repórteres no Salão Oval, enquanto recebia o primeiro-ministro da Irlanda, Micheál Martin.

"Recebi algumas mensagens positivas, mas uma mensagem positiva não significa nada. Esta é uma situação muito séria."

O Kremlin disse nesta quarta-feira que estava aguardando detalhes de Washington sobre uma proposta de cessar-fogo na Ucrânia, enquanto fontes importantes de Moscou disseram, segundo a Reuters, que um acordo teria que levar em conta os avanços territoriais da Rússia e abordar suas preocupações.

Trump disse que um cessar-fogo faria sentido para a Rússia, mas disse que havia "muitas desvantagens para a Rússia também", sem dar mais detalhes.

"Temos uma situação muito complexa resolvida de um lado, praticamente resolvida. Também discutimos terras e outras coisas que a acompanham", disse ele. "Sabemos das áreas de terra sobre as quais estamos falando, se é para recuar ou não."

EUA e Ucrânia
Na reunião de terça, além da proposta de cessar-fogo imediato, EUA e Ucrânia concordaram em concluir "o mais rápido possível" um acordo para a exploração dos recursos minerais ucranianos.

Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados por autoridades americanas e ucranianas, e não há prazo definido para o início do cessar-fogo, caso seja aprovado pela Rússia.

A negociação foi elogiada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Ele afirmou que a proposta de cessar-fogo dá garantias de segurança ao país por terra, água e mar.

Ainda segundo Zelensky, a Ucrânia propôs que o acordo possibilite a troca de prisioneiros civis e militares, além da devolução de crianças ucranianas que foram levadas à força pela Rússia.

g1
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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez ameaças aos Estados Unidos e chamou as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um possível acordo nuclear com o governo iraniano de "enganação", nesta quarta-feira (12).

Em pronunciamento à mídia estatal do Irã, Khamenei afirmou que negociar com o atual governo americano não levaria à retirada das sanções impostas a Teerã e rebateu as acusações sobre arsenal nuclear:

"Se quiséssemos produzir uma arma nuclear, os Estados Unidos não seriam capazes de impedir. Nós mesmos não queremos fazer isso".

Questionado em relação às ameaças militares feitas por Trump, o líder iraniano garantiu que o país irá retaliar em caso de ataque: "O Irã pode retaliar e, definitivamente, o fará".

Pouco depois, em seu perfil oficial na rede social X, Khamenei reiterou as ameaças:

"Se os Estados Unidos e seus agentes fizerem um movimento militar errado contra o Irã, eles serão os que sofrerão as maiores perdas".

Nesta quarta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã revelou, também na mídia estatal, que uma carta do presidente dos EUA ao clero do Irã foi entregue por Anwar Gargash, conselheiro diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos.

O envio da carta havia sido anunciado por Trump na semana passada. No entanto, ele afirmou que o destinatário era o aiatolá Ali Khamenei e que o texto era uma proposta de negociações.

"Há duas maneiras de lidar com o Irã : militarmente ou você faz um acordo", ameaçou.

Após a declaração do republicano, Khamenei, que tem a palavra final em assuntos do Estado iraniano , respondeu prontamente que Teerã não seria intimidada a negociar com "demandas excessivas" e ameaças.

Nesta terça-feira (11), o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que não negociaria com ameaças pairando sobre sua cabeça e, segundo a mídia estatal iraniana, em um acesso de raiva, disse a Trump para "fazer o que diabos você quiser".

Ameaças do Irã à pressão americana
No final de fevereiro, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi já havia afirmado que o Irã não iria sucumbir à pressão e às sanções impostas pelos Estados Unidos.

"A posição do Irã em relação às negociações nucleares é clara e não negociaremos sob pressão e sanções. Não há possibilidade de negociações diretas com os EUA enquanto a pressão máxima estiver sendo aplicada dessa forma", afirmou Araqchi.

Há um mês, o líder supremo do Irã falou que era necessário reforçar ainda mais o Exército do país, além de seus mísseis.

As declarações de Khamenei foram feitas enquanto o líder iraniano conferia as principais apostas no setor de Defesa em uma exposição em Teerã. Entre eles um "drone kamikaze" movido a jato - com imagens de um lançamento feito de um submarino exibidas pela primeira vez -, de acordo com a agência de notícias Tasnim.

"O progresso não deve ser interrompido, não podemos ficar satisfeitos. Digamos que definimos anteriormente um limite para a precisão de nossos mísseis... Agora sentimos que esse limite não é mais suficiente. Temos que seguir em frente. Hoje, nosso poder defensivo é bem conhecido, nossos inimigos têm medo disso. Isso é muito importante para nosso país", afirmou Khamenei nesta quarta.

Dias antes, ele havia aconselhado o governo a recusar qualquer negociação com EUA e o embaixador do país na ONU pediu que o Conselho de Segurança tomasse medidas contra o governo americanopor causa das ameaças do uso de força se o Irã se recusar a negociar seu programa nuclear.

O Irã garante que seu programa de mísseis balísticos é puramente defensivo, mas o arsenal é visto no Ocidente como um fator de risco.

E embora tenha negado por muito tempo suas ambições de armas nucleares, segundo o chefe da agência nuclear da ONU, o país está acelerando "dramaticamente" seu enriquecimento de urânio para 60% de pureza físsil, próximo ao nível de aproximadamente 90% para armas.

Teerã também anunciou, nos últimos meses, novas adições ao seu armamento convencional - como seu primeiro porta-aviões não tripulado e uma base naval subterrânea - e um acordo com a Rússia nas áreas de Defesa e Segurança.

g1
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Uma operação militar contra membros de um grupo separatista que sequestraram um trem com mais de 400 de passageiros no sudoeste do Paquistão chegou ao fim no início da tarde desta quarta-feira (12), no horário de Brasília —noite no horário local—, informou o Exército paquistanês.

Segundo um porta-voz do Exército, 33 separatistas e 22 reféns foram mortos. O Exército de Libertação do Baluchistão (ELB) assumiu a autoria do ataque.

O impasse entre os separatistas e as forças de segurança durou mais de 24 horas, porque o sequestro ocorreu em uma região remota do estado do Baluchistão, no sudoeste do país, e o grupo tinha homens-bomba entre os passageiros e ameaçou realizar execuções.

O grupo separatista fez mais de 400 reféns, dos quais 190 foram libertados na noite de terça-feira, no horário local, e o restante foi resgatado nesta quarta.

O grupo separatista publicou nesta quarta-feira um vídeo do momento do ataque ao trem. No vídeo, é possível ver uma explosão nos trilhos enquanto o trem passava por uma região descampada, e logo depois mostra reféns saindo da locomotiva sob escolta de membros armados do ELB.

Durante o impasse, as forças de segurança paquistanesas evitaram um confronto direto com os sequestradores por conta de preocupações com a segurança dos passageiros. Nesta quarta-feira, os separatistas ameaçaram executar cinco reféns por hora até que o governo cumprisse suas exigências.

Horas depois, o grupo afirmou que executou 50 reféns como consequência da "retaliação direta", porém o número não foi confirmado pelo Exército. Ainda não se sabe se as mortes de reféns anunciadas oficialmente ocorreram em execuções ou no momento do ataque ao trem.

Centenas de soldados e equipes em helicópteros foram mobilizados para resgatar os reféns na remota região montanhosa onde o trem foi parado. O maquinista e várias outras pessoas já haviam sido mortas no momento do ataque, disseram as autoridades a agências de notícias. Durante esta quarta-feira, um trem carregado com caixões partiu em direção ao local do sequestro.

Autoridades paquistanesas haviam dito no início da quarta-feira que pelo menos 30 militantes do grupo haviam sido mortos em confrontos com as forças do governo na terça-feira. Não se sabe se esse número está incluído no anunciado pelo Exército.

O ataque ocorreu perto de um túnel no distrito de Bolan, na província do Baluchistão. O trem viajava de Quetta para a cidade de Peshawar, no norte do país, quando foi atacado. Entre 70 e 80 militantes atuaram no sequestro, segundo uma fonte de segurança da agência de notícias Reuters.

Os militantes do grupo explodiram os trilhos e abriram fogo contra o trem, chamado Jafer Express, para forçar a locomotiva de nove vagões a parar. O maquinista ficou ferido, e os guardas a bordo foram atacados, mas não há detalhes sobre quantos eram ou o que aconteceu com eles. Segundo a Reuters, o maquinista e outras pessoas foram mortas no trem.

O grupo separatista havia exigido a libertação em até 48 horas de prisioneiros políticos Baloches, ativistas e pessoas desaparecidas que, segundo o grupo, foram sequestradas pelo Exército paquistanês. Se isso acontecesse, os militantes libertariam os passageiros, segundo o porta-voz do ELB, Jeeyand Baloch.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou o ataque. O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, chamou os sequestradores de "inimigos" do Paquistão e o ataque de uma conspiração para desestabilizar o país. Um porta-voz do governo, Shahid Rind, descreveu o ataque como "um ato de terrorismo".

As autoridades informaram que há mulheres e crianças entre os resgatados. Agentes de segurança foram mortos em confrontos com os sequestradores, mas o número de mortes não foi revelado. Os passageiros resgatados estão sendo enviados para suas cidades de origem, enquanto os feridos recebem tratamento em hospitais no distrito de Mach. Outros foram levados para Quetta, a capital provincial, a cerca de 100 km de distância.

Esta foi a primeira vez que os separatistas do ELB sequestraram um trem, embora o grupo já tenha atacado ferrovias no passado. O grupo regularmente ataca forças de segurança paquistanesas e também já alvejou civis, incluindo cidadãos chineses que trabalham em projetos bilionários ligados ao Corredor Econômico China-Paquistão. Estima-se que o ELB tenha cerca de três mil combatentes.

O Paquistão abriga milhares de trabalhadores chineses como parte da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, que financia grandes projetos de infraestrutura, incluindo portos e aeroportos no Baluchistão. A China condenou o ataque e a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que Pequim "continuará a apoiar firmemente o Paquistão no avanço de seus esforços de combate ao terrorismo".

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O Instituto Aço Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) acreditam em um diálogo para reverter a decisão dos Estados Unidos de estabelecer uma alíquota de importação de 25% para o aço, independentemente da origem. A decisão afeta bastante o Brasil, porque os EUA são o principal mercado externo para o aço brasileiro.

O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas que fabricam o metal, informou ter recebido com surpresa a decisão estadunidense, mas disse estar confiante na abertura do diálogo entre os governos dos dois países para restabelecer o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos nas bases do acordo firmado em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump.

Segundo o instituto, o acordo definiu o estabelecimento de cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados/placas e 687 mil toneladas de laminados.

“Tal medida flexibilizou decisão anterior do presidente Donald Trump que havia estabelecido alíquota de importação de aço para 25%. Importante ressaltar que a negociação ocorrida em 2018 atendeu não só o interesse do Brasil em preservar acesso ao seu principal mercado externo de aço, mas também o interesse da indústria de aço norte-americana, demandante de placas brasileiras”, diz a nota do Instituto Aço Brasil.

De acordo com o instituto, a taxação do produto impacta não apenas a indústria brasileira, como também a própria economia estadunidense, uma vez que ela depende da importação do produto.

“A taxação de 25% sobre os produtos de aço brasileiros não será benéfica para ambas as partes”, avalia.

O Brasil supriu 60,7% da demanda de importação de placas de aço dos Estados Unidos em 2024, segundo a entidade. No ano passado, os EUA precisaram importar 5,6 milhões de toneladas do produto por não ter oferta interna suficiente. Desse total, 3,4 milhões de toneladas foram exportadas pelo Brasil.

De acordo com o instituto, o mercado brasileiro também “vem sendo assolado pelo aumento expressivo de importações de países que praticam concorrência predatória, especialmente a China”.

“Assim, ao contrário do alegado na proclamação do governo americano de 10 de fevereiro, inexiste qualquer possibilidade de ocorrer, no Brasil, circunvenção para os Estados Unidos de produtos de aço oriundos de terceiros países”, diz o instituto.

A entidade informa ainda que, na balança comercial dos principais itens da cadeia do aço - carvão, aço, máquinas e equipamentos -, no valor de US$ 7,6 bilhões, os EUA são superavitários em US$ 3 bilhões, ou seja, vendem mais que o dobro do que compram do Brasil.

CNI
A CNI, que representa as indústrias brasileiras como um todo, informou que continua buscando diálogo para reverter a decisão. A confederação destaca que os EUA são o destino de 54% das exportações de ferro e aço brasileiros, sendo o quarto maior fornecedor desses produtos para os estadunidenses.

Para a CNI, a decisão de taxar o aço é ruim tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos. A confederação informou que segue trabalhando para fortalecer as relações entre os dois países e que acredita em alternativas consensuais para preservar esse relacionamento comercial.

Agência Brasil
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Sem o desconto na conta de luz que ajudou a segurar a inflação em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial, fechou fevereiro em 1,31%. É o maior resultado desde março de 2022, quando tinha marcado 1,62%, e o mais alto para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%).

Os dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no acumulado de 12 meses, o IPCA soma 5,06%, o patamar mais alto desde setembro de 2023 (5,19%) e fica acima da meta do governo - de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, um intervalo de 1,5% a 4,5%.

Desde o início de 2025, o período de avaliação da meta é referente aos 12 meses imediatamente passados e não apenas o alcançado no fim do ano (dezembro). A meta só é considerada descumprida se estourar o intervalo de tolerância por seis meses seguidos.

Em janeiro, o acumulado de 12 meses ficou em 4,56%, ou seja, neste novo modelo de acompanhamento de meta, fevereiro é o segundo mês fora da tolerância.

Conta de luz
A alta da energia elétrica, de 16,8%, foi o que mais pressionou a inflação. Essa variação representa impacto de 0,56 ponto percentual no índice. A explicação está no efeito estatístico causado pelo fim do Bônus Itaipu – desconto que os brasileiros receberam na conta de luz em janeiro e fez com que a inflação daquele mês ficasse em 0,16%.

Saiba o que é o bônus na conta de luz que ajudou a segurar a inflação em janeiro.

Sem o desconto em fevereiro, o preço da energia dá um salto no mês seguinte. Isso fez com que o item habitação passasse de -3,08% em janeiro para 4,44% em fevereiro, exercendo o maior impacto (0,65 ponto percentual) inflacionário do mês.

“O subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”, explica o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves.

De acordo com Gonçalves, se o impacto da energia elétrica fosse retirado do cálculo, a inflação teria sido de 0,78%, o maior desde fevereiro de 2024 (0,83%).

Mensalidades escolares
O segundo grande peso de alta de preços em fevereiro foi a educação, que subiu 4,7%, representando impacto de 0,28%. A explicação está nos tradicionais reajustes de mensalidades escolares, com destaque para o ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).

Alimentos sobem menos
Uma das grandes preocupações atuais do governo, o preço dos alimentos desacelerou em fevereiro, ou seja, continuaram subindo, no entanto em menor velocidade.

A alta ficou em 0,70% (impacto de 0,15 ponto percentual), ante 0,96% de janeiro (0,96%).

Os maiores impactos no grupo alimentos e bebidas foram o café moído, que subiu 10,77% (impacto de 0,06%) e o ovo de galinha, com alta de 15,39% e impacto de 0,04 ponto percentual.

“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos e também pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, diz o gerente do IPCA.

Em 12 meses, o café subiu 66,18%.

Cerca de 92% do resultado do IPCA de fevereiro estão concentrados em quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados: habitação, educação, alimentação e bebidas e transportes.

Transportes
O grupo transportes subiu 0,61% (impacto de 0,13 ponto percentual), abaixo do registrado em janeiro (1,30%). O reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual, influenciou o aumento de 2,89% nos combustíveis.

A gasolina ficou 2,78% mais cara e representou a segunda maior pressão em todos os produtos e serviços pesquisados pelo IBGE – impacto de 0,14 ponto percentual. O óleo diesel subiu 4,35%, e o etanol, 3,62%. O impacto da gasolina é maior que o dos demais combustíveis pois é um produto que tem mais peso na cesta de consumo das famílias.

Espalhamento
O índice de difusão do IPCA de fevereiro ficou em 61%. Isso significa que dos 377 subitens (produtos e serviços) pesquisados pelo IBGE, 61% apresentaram elevação de preço. Em dezembro, o patamar era de 69%; em janeiro, 65%.

Se forem considerados apenas os produtos alimentícios, o índice de difusão de fevereiro cai para 55%.

Resultado dos grupos

  • Educação: 4,70% (0,28 ponto percentual)
  • Habitação: 4,44% (0,65 p.p.)
  • Alimentação e bebidas: 0,70% (0,15 p.p.)
  • Transportes: 0,61% (0,13 p.p.)
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,49% (0,07 p.p.)
  • Artigos de residência: 0,44% (0,01 p.p.)
  • Comunicação: 0,17% (0,01 p.p.)
  • Despesas pessoais: 0,13% (0,01 p.p.)
  • Vestuário: 0% (0 p.p.)

Principais impactos positivos de fevereiro

  • Energia elétrica residencial: 16,80% (0,56 p.p.)
  • Gasolina: 2,78% (0,14 p.p.)
  • Ensino fundamental: 7,51% (0,12 p.p.)
  • Ensino superior: 4,11% (0,07 p.p.)
  • Café moído: 10,77% (0,06 p.p.)
  • Aluguel residencial: 1,36% (0,05 p.p.)
  • Ovo de galinha: 15,39% (0,04 p.p.)
  • Ônibus urbano: 3,00% (0,03 p.p.)
  • Condomínio: 1,33% (0,03 p.p.)
  • Ensino médio: 7,27% (0,03 p.p.)
  • Etanol: 3,62% (0,02 p.p.)
  • Plano de saúde: 0,57% (0,02 p.p.)
  • Pré-escola: 7,02% (0,02 p.p.)

Principais impactos negativos de fevereiro

  • Passagem aérea: -20,46% (-0,16 p.p.)
  • Cinema, teatro e concertos: -6,96% (-0,03 p.p.)
  • Arroz: -1,61% (-0,01 p.p.)
  • Leite longa vida: -1,04% (-0,01 p.p.)
  • Batata-inglesa: -4,10% (-0,01 p.p.)
  • Banana-d'água: -5,07% (-0,01 p.p.)
  • Laranja-pera: -3,49% (-0,01 p.p.)
  • Óleo de soja: -1,98% (-0,01 p.p.)

O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas - Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre - além de Brasília e nas capitais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Agência Brasil
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (12) projeto da "Lei Bárbara Penna" proibindo que condenados por violência doméstica se aproximem da casa ou do local de trabalho da vítima e de seus familiares (PL 2.083/2022). O texto também classifica como crime de tortura as ameaças e agressões no contexto domiciliar. Ele já pode seguir para a Câmara dos Deputados.

Proposto pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e com parecer favorável de Eduardo Braga (MDB-AM), o projeto traz medidas para reforçar a proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Ele foi inspirado no caso de Bárbara Penna, de Porto Alegre (RS), que foi vítima de tentativa de feminicídio em 2013 e continuou sendo ameaçada pelo agressor mesmo depois de ele ser preso.

Segundo o texto, a Lei de Execução Penal, de 1984, passa a estabelecer como falta disciplinar grave os casos em que o condenado ou preso provisório em regime aberto ou semiaberto, ou em saída temporária, se aproxime dos locais designados. Esses condenados deverão ser submetidos ao regime disciplinar diferenciado (RDD), tipo de reclusão com regras mais rígidas, como a permanência em cela individual e limitações ao direito de visita e de saída para banho de sol.

O projeto também prevê a transferência obrigatória do preso para outras instituições penais. Braga alterou o texto para que, em caso de persistência das ameaças e agressões, a transferência do preso seja para uma unidade federativa diferente daquela em que o crime ocorreu.

Durante a leitura do seu parecer, Braga destacou que mais de 21 milhões de brasileiras — 37,5% da população feminina do país — sofreram algum tipo de agressão só nos últimos 12 meses. Os dados são de pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e foram divulgados no início da semana.

— A Lei Maria da Penha não tem sido suficiente para que as mulheres sejam efetivamente protegidas pelo Estado brasileiro, devendo o legislador prever novas medidas protetivas. Faço aqui o devido reconhecimento e homenagem às mulheres brasileiras e do mundo inteiro, pois este é um dos crimes recorrentes na sociedade, e o número é alarmante — alertou o relator.

Na avaliação do presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), o projeto vem ao encontro do sentimento de que é preciso endurecer a legislação contra "esse crime bárbaro".

— É um projeto em sintonia com o mês de março, que é o mês da mulher, e é um projeto que reforça a proteção à mulher vítima de violência doméstica e familiar.

A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), autora do projeto que resultou no "Pacote Antifeminicídio" (Lei 14.994, de 2024), elogiou a proposta ao lembrar que a medida se soma a outras iniciativas importantes. Para ela, é preciso punir severamente todos os tipos de agressões antes que eles resultem em assassinato da mulher.

— Nós falhamos enquanto Estado, nós falhamos enquanto família na educação. Nós temos que punir de alguma forma. A impunidade é um convite à criminalidade. Foram os homens que nós escolhemos um dia para amar que estão matando à nós, mulheres. Isso é muito triste e vale a pena uma reflexão de nossa sociedade.

A CCJ deu a decisão terminativa sobre o projeto, o que significa que ele não precisa passar pelo Plenário do Senado antes de ir para a Câmara. Isso só acontecerá se houver recurso, assinado por pelo menos nove senadores.

Bárbara Penna
Soraya Thronicke explicou que a proposta foi inspirada no caso de Bárbara Penna, de Porto Alegre (RS). Em 2013, ela foi atacada pelo ex-companheiro, João Guatimozin Moojen Neto, que ateou fogo nela e no apartamento em que morava e a lançou pela janela do terceiro andar. Bárbara sobreviveu à tentativa de feminicídio, mas o incêndio matou seus dois filhos, ainda crianças. Moojen foi condenado a 28 anos de prisão. Mesmo depois de preso, ele continuou a ameaçar Bárbara.

— Hoje ele já obteve êxito na progressão de regime e já está fora, na "saidona". O agressor mora na cidade dela. A vida dela é uma tortura — relatou Soraya

Em razão da repercussão do caso, o senador Sérgio Moro (União-PR) sugeriu que o projeto fosse batizado em homenagem a Bárbara Penna. A Sugestão acatada pelo relator.

— O simbolismo da pessoa que sofreu na pele esse mal que o projeto visa remediar pode chamar mais atenção — argumentou Moro.

Crime de tortura
Durante a reunião, Eduardo Braga também acatou emenda do senador Fabiano Contarato (PT-ES) para classificar como crime de tortura a submissão reiterada da mulher a "intenso sofrimento físico ou mental" no contexto de violência doméstica. Contarato explicou que, com essa alteração, pretende punir de forma efetiva o criminoso antes que seus atos evoluam para um assassinato.

— A mulher se sente revitimizada porque o crime de feminicídio não acontece só no último fato. Há todo um histórico que é banalizado, que é permeado por uma sociedade sexista e misógina. Ó agressor] hostiliza, ofende, pratica uma ameaça, pratica uma lesão corporal, para, aí sim, continuar com o objetivo nefasto que é o feminicídio.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) disse que o poder público precisa efetivar uma política pública transversal de combate à violência doméstica e ao feminicídio, especialmente diante do crescente índice de violência contra à mulher mesmo diante de novas leis de prevenção e proteção.

— Nenhum marido, companheiro, namorado mata a mulher de um dia para o outro. Ele não acorda e diz: "Vou matar essa mulher hoje". Não é assim. O processo é antecedido pela violência emocional e física reiterada.

Outras mudanças
Eduardo Braga também alterou o texto original para restringir a caracterização da falta grave do preso apenas quando existirem medidas protetivas em vigor, conforme já prevê a Lei Maria da Penha, de 2006. Segundo o relator, isso evitará punições "excessivas".

Em outra mudança, o relator pretende deixar claro que o regime disciplinar diferenciado (RDD) será punitivo e não apenas cautelar. O RDD punitivo serve para presos que cometeram faltas graves dentro do sistema prisional, como rebeliões ou ataques a agentes penitenciários. Já o RDD cautelar é uma medida preventiva, usada quando há indícios de que o preso representa uma ameaça à segurança do presídio ou da sociedade. Ele pode ser aplicado antes mesmo de uma falta grave ser confirmada. Ambos restringem direitos do preso, como visitas e contato com outros detentos.

Pauta prioritária
Soraya Thronicke informou que apresentou um projeto de resolução para que os projetos sobre proteção da mulher e combate à violência doméstica tenham prioridade de votação no Senado (PRS 5/2025). Os projetos de resolução tratam das regras internas do Senado. Ela afirmou que "a proteção da vida não pode esperar".

Alessandro Vieira (MDB-SE) criticou a "morosidade" do Legislativo em relação a propostas de combate à violência contra a mulher, que, segundo ele, não possuem qualquer dúvida técnica e contexto ideológico. Ele defendeu a prioridade do tema na pauta de votação do Congresso.

— Em 2019, o Senado aprovou, por iniciativa da bancada feminina, uma PEC tornando o feminicídio imprescritível e inafiançável [PEC 75/2019]. Até hoje dorme na Câmara dos Deputados. Que esse projeto não seja mais um.

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) falou da sua experiência como médica e plantonista em pronto-socorros da rede pública. Segundo ela, nos finais de semana essas unidades sempre recebem mulheres que foram agredidas por seus parceiros, acompanhadas, na maioria das vezes, por seus filhos. Diante da subnotificação e dos relatos recorrentes de ameaça, principalmente financeira, ela defendeu que o Congresso priorize medidas que assegurem autonomia à essa mulher.

— Elas, na grande maioria, dizem que não podem denunciar porque dependem economicamente do agressor. Por isso a subnotificação é assustadora. E nós votamos aqui e encaminhamos para a Câmara uma coisa de curto prazo, para retirar essas mulheres da dependência econômica de seus agressores.

O projeto em questão é o PL 3.595/2019, já aprovado no Senado, que reserva pelo menos 5% das vagas nas empresas que prestam serviços terceirizados ao governo federal para mulheres vítimas de violência doméstica ou em situação de vulnerabilidade social.

Agência Senado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que os acordos estabelecidos para as escolhas dos partidos para as presidências das comissões permanentes da Casa serão respeitados e cumpridos. Motta deu a declaração ontem (11) à noite, antes de encontro com a nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Motta disse que é natural haver divergências na escolha das comissões pelos partidos e que cabe ao presidente da Câmara mediar os interesses e chegar a um consenso possível. A ideia é que os colegiados sejam instalados na próxima semana.

“Sempre digo que nenhum líder se senta à mesa e sai 100% satisfeito, porque a ordem de escolha possibilita que vá se priorizando o que é importante para cada partido e, no final, monta-se a divisão dentro do que é possível fazer”, afirmou.

Em relação à polêmica sobre a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para o comando da comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Hugo Motta afirmou que o PL tem o direito de fazer cinco escolhas, e que o líder tem colocado o interesse de a legenda ficar com esse colegiado. O PT tem se manifestado contra a indicação do parlamentar para a presidência da comissão.

Motta negou haver motivos para crise. “Não acredito que seja uma crise, porque essa distribuição [de comissões] é algo conhecido por todos, é uma praxe regimental e isso se dá pelo tamanho de cada bancada, não dá para interferir. Vamos cumprir o que tem de ser cumprido, sempre tentando fazer da forma mais harmônica possível”, afirmou.

Ele também destacou que, apesar de o PL também reivindicar a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, um acordo feito no início da legislatura, impede que o partido ocupe novamente a presidência do colegiado. No último ano, o cargo foi ocupado pela deputada Caroline de Toni (PL-SC). “Há acordo prévio e vou fazer valer”, reiterou Motta.

Agência Câmara
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