O árbitro de vídeo esteve no centro das atenções do futebol brasileiro em 2019. E após a temporada de estreia, o VAR deve ter novidades no próximo ano. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, falou sobre os testes que vem sendo feitos com a ferramenta e revelou possíveis mudanças, como a capacitação de uma equipe específica de árbitros de vídeo e uma inspiração na Copa do Mundo: a criação de uma Central de Vídeo no Rio.
A ideia passa por retirar as cabines dos estádios, nos moldes da Central de VAR usada pela FIFA na Rússia, que por sua vez se inspirou na central de replays da NBA.
- Com a equipe do árbitro de vídeo offline aqui no Rio de Janeiro e o sinal vindo diretamente de Salvador por fibra ótica (no teste feito no jogo entre Bahia x Vasco), podemos trazer todas as cabines para o Rio, não mais nos campos, aí teríamos um ganho técnico grande de comunicação com os árbitros de vídeo.
''Quero ter confiabilidade em todos os estádios, testar todos, conseguir ter a garantia que teremos precisão no processo. Até agora, os testes que realizamos nos deixam empolgados''.
Segundo Gaciba, a CBF também quer mostrar todas as revisões nos telões dos estádios (que possuem telões com a resolução necessária) a partir de 2020. Alguns testes nesse sentido foram feitos nas últimas rodadas do Brasileirão.
- Isso vai ser interessante, vai dar transparência pra quem está assistindo in loco. Mostrar também pra televisão algumas checagens (...) se nós tivermos alguma imagem diferente do que foi ao ar, (...) estamos pensando em disponibilizar essas imagens também pro telespectador - frisou.
Ao analisar o primeiro ano do VAR no futebol brasileiro, o presidente da comissão de arbitragem enalteceu a redução de erros capitais e a ''evolução visível'' com o uso da ferramenta.
- Eu não tenho dúvida que o Campeonato Brasileiro de 2019 será lembrado, além de ser o primeiro da era do VAR, como o Campeonato Brasileiro com o menor número de erros capitais da arbitragem.
''Temos computados pela escola de arbitragem 35 erros. Quantos ano passado? Aproximadamente 185 erros''.
- Não se discutem mais gols impedidos, ou mal anulados, não existe mais gol de mão no futebol brasileiro. Erros claros e óbvios de arbitragem foram praticamente erradicados. Essa é a mudança do patamar de discussão. Hoje em dia a gente discute protocolo e lances interpretativos.
''A regra faculta ao árbitro tomar esse tipo de interpretação. Eu posso até achar que meu árbitro errou mas a interpretação dele é aceitável dentro da jogada''.
- Futebol investe muito dinheiro pra que a gente possa ter um gol de mão (...) um erro grave de arbitragem. Então, quanto mais a gente diminuir esses erros, mais justiça, time que jogar melhor ou que fizer mais gols vai vencer a partida.
Por fim, Gaciba confirmou a intenção de criar um quadro apenas com árbitros de vídeo.
- Essa é a intenção da CBF, ter um quadro de árbitro de vídeo. Porque a gente já percebeu que as virtudes pra ser um árbitro de futebol no campo e no vídeo são diferentes.
Globo Esporte
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