A estreia do Botafogo-PB no quadrangular do acesso da Série C do Campeonato Brasileiro, diante do Remo, neste sábado, vai marcar um momento importante para o clube e seu treinador. É que Evaristo Piza vai fazer 100 jogos oficiais à frente do Alvinegro da Estrela Vermelha. Um ciclo que, passando por interrupções e retornos, altos e baixos, chega a uma marca histórica.
A primeira passagem de Evaristo Piza foi em 2018. Desconhecido para o futebol nordestino, sua chegada foi cercada de desconfiança. A missão, após a demissão de Leston Júnior, que levou o estadual daquele ano pelo Belo, mas não conseguiu engrenar na Série C, era levar o time ao mata-mata do acesso.
E Piza conseguiu. Fez um time melhorar de rendimento na Série C e colocou o clube nas quartas de final do torneio, decidindo uma vaga na Série B com o Botafogo-SP.
Para a tristeza dos botafoguenses e de Evaristo Piza, o Belo fracassou na hora que não podia. Em mais uma eliminação traumática, após vencer a ida no Almeidão por 1 a 0, o time levou o gol no jogo de volta na última bola. Nas penalidades, após um empate no agregado, a equipe de Piza perdeu nas penalidades.
Um 2019 começando bem e terminando mal
Apesar de fracassar no objetivo final, a diretoria do Botafogo-PB deu uma merecida proposta de renovação de contrato, aceita por Piza, que ficou para 2019. E o ano teve altos e baixos. Altos até bem altos. Foi em 2019 que o Botafogo-PB foi campeão paraibano, vencendo o estadual pela terceira vez seguida, e chegou a uma histórica final de Copa do Nordeste.
Com um futebol vistoso, ofensivo e agradável para o torcedor, Piza ganhou moral com a torcida e só parou no Nordestão na final, perdendo o título para um emergente Fortaleza, que estava na Série B, e era treinado por Rogério Ceni. Na Série C, no entanto, aquele time bom de se ver dentro de campo caiu de rendimento, mesmo conservando boa parte das peças, e acabou sem avançar de fase.
Briga política, saída e retorno em 2020
Mesmo terminando a temporada em baixa, e com um clima péssimo interno no Botafogo-PB, com outrora aliados começando a se distanciar e formando dois grupos políticos distintos, Piza foi mantido. Mas a briga política dentro do Belo acabou por fazer parecer que a saída do comandante era questão de tempo. E assim foi. Após uma derrota na Copa do Nordeste de 2020 para o Santa Cruz, apenas a segunda na temporada (a outra foi na Copa do Brasil, fora de casa, para o Fluminense) o técnico foi demitido.
Acontece que aquele 2020 foi um ano completamente atabalhoado do Botafogo-PB dentro e fora do campo. O time não rendeu em nenhum momento, e o Belo só acumulou fracassos nas competições.
Fora do campo, o grupo político que era um só virou dois, capitaneados por Sérgio Meira de um lado e Breno Morais de outro. Enquanto os campos políticos brigavam, em campo o Botafogo-PB agonizava na Série C e rapidamente se colocou como grande candidato ao rebaixamento para a Série D.
O ano era de eleição e o grupo de Breno Morais, perto do fim do ano e do fim da Série C, acabou vencendo o pleito, com Alexandre Cavalcanti sendo eleito presidente. Após algumas contestações jurídicas acerca das eleições, Alexandre tomou posse e recolocou Piza no comando do Botafogo-PB para disputar cinco jogos, e com a missão de manter o Belo na Série C.
O comandante conseguiu cumprir a missão e manteve o clube na Terceirona, inclusive, na última rodada, empatando com o Treze e rebaixando o rival. Com o salvamento e a consequente queda do maior rival, Piza continuou com moral dentro do clube e na torcida.
Retorno para a Série C 2024
Embora tenha conseguido manter o Botafogo-PB na Série C, Evaisto Piza não seguiu para a temporada de 2021. E continuou a sua carreira em outros clubes. Enquanto isso, o Botafogo-PB também seguiu a sua vida e contou com vários outros técnicos. Nesse período, o único que teve uma certa longevidade foi Gerson Gusmão, enquanto que os outros tiveram rápidas passagens.
Apenas em 2024, após um primeiro semestre fraco, a diretoria alvinegra voltou a recorrer a um velho conhecido. Depois da perda do título estadual para o Sousa, em João Pessoa, Moacir Júnior caiu e deu lugar a Evaristo Piza, que conseguiu dar mais qualidade ao time, construindo uma campanha histórica na Série C deste ano. O Belo de Piza quebrou o recorde de pontos da primeira fase da Série C no formato atual — que era do Operário-PR — e fez 41 pontos.
Classificado para o quadrangular do acesso, Evaristo Piza garantiu que vai chegar ao seu centésimo jogo à frente do Botafogo-PB. E será neste sábado diante do Remo, quando também completará 813 dias de trabalho no clube. Vale lembrar que durante a Série C deste ano, Piza não ficou à beira do gramado na estreia, contra o Floresta, por não estar regularizado, e diante do Sampaio Corrêa, por conta de suspensão. Para efeito da contagem dos jogos, o ge considerou que durante esse período, mesmo quando não atuou diretamente do gramado, o técnico esteve à frente da equipe, assim como também só somou jogos oficiais.
Neste século, ele só tem menos dias de trabalho à frente do Alvinegro do que Marcelo Vilar. Piza terá mais uma chance de acesso, que ficou no caminho em 2018, pelo Botafogo-PB. Uma boa oportunidade de entrar de vez para a história do clube e se colocar como um dos mais importantes treinadores de todos os tempos do Botafogo-PB.
Piza no Botafogo-PB
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