As federações de Pernambuco e da Paraíba vão encabeçar o pedido para a homologação do Torneio Paralelo de 1986 como Campeonato Brasileiro da Série B daquele ano. A CBF deu o aval para que o processo pedido pelo Treze tenha seguimento, desde que este seja oficializado por alguma federação. Além do time paraibano, também seriam beneficiados Central, Criciúma e Inter de Limeira, que dividiriam o título da Segundona de 1986.

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, está no Rio de Janeiro e vai levar o pedido pessoalmente ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

- Não vejo nenhum problema no reconhecimento no Torneio Paralelo como Série B de 1986. Não haveria prejuízo para ninguém, a competição não contaria pontos para o ranking atual. É apenas um afago na história. Os quatro times merecem o reconhecimento como campeões. E nós estamos aqui para defender o nosso filiado - disse Evandro, se referindo ao Central.

Por outro lado, a Federação Paraibana de Futebol concluiu a análise do pedido do Treze e já fez o pedido de oficialização junto à CBF através de ofício. Para Michelle Ramalho, que comanda a entidade, o reconhecimento do título da Série B de 1986 será um marco para o futebol paraibano.

- Entendemos que é um pleito justo. Não apenas do Treze, mas dos outros clubes que também conquistaram o acesso dentro do campo em 1986. A CBF vem sendo solícita nesse tipo de análise histórica, reconhecendo títulos do passado. Queremos o mesmo em relação à Série B de 1986 - explicou a dirigente.

Através de nota, a CBF disse estar aberta ao pedido, bastando apenas ser provocada de forma oficial por alguma federação.

"Todos os filiados da CBF, através das federações, tem o direito de fazer suas solicitações e requerimentos. Mas só comentamos a partir do momento que ocorrer e não com especulações, mas a CBF está aberta a receber o pleito dos filiados", disse a nota da entidade, ao ser indagada pelo ge.

O movimento iniciado pelo Treze logo ganhou repercussão entre os outros dois postulantes. Central e Criciúma estão acompanhando de perto os pedidos na CBF. A Inter de Limeira foi a única que não se pronunciou oficialmente.

Como foi o Torneio Parelelo de 1986
O Torneio Paralelo foi disputado por 36 equipes, divididas em quatro grupos de nove. Os times jogaram entre si, dentro do próprio grupo, em turno único. Apenas o campeão de cada chave avançava para a segunda fase do Brasileirão, considerado o acesso no mesmo ano - como já acontecera nos anos anteriores. Treze, Central, Inter de Limeira e Criciúma foram os vencedores.

Vale lembrar que a Série A daquele ano teve a participação de 44 times. Os quatro vencedores do Torneio Paralelo entraram a partir da segunda fase. Na classificação final do Brasileirão, o Criciúma terminou na 15ª colocação, a Inter de Limeira em 16º, o Treze em 35º e o Central em 36º.

A situação, embora inusitada, não é inédita. O São Caetano, por exemplo, foi vice-campeão do Módulo Amarelo da Copa João Havelange de 2000 e, no mesmo ano, foi vice-campeão brasileiro.

No argumento do Treze, o Torneio Paralelo teve o mesmo objetivo, o do acesso:

"Em relação ao pleito do Treze, tudo é mais simples e mais claro: a Taça de Prata, o Campeonato Brasileiro da Série B e o Torneio Paralelo compartilham rigorosamente a mesma finalidade, a mesma até hoje: qualificar clubes para a elite do futebol nacional", diz a nota.

Título inédito para pernambucanos e paraibanos
Para Treze e Central, o reconhecimento da Série B de 1986 seria o primeiro título nacional de ambos. Já para Criciúma e Inter de Limeira, a taça viria somar à galeria que incluiu outras façanhas.

Criciúma
- Campeão da Copa do Brasil de 1991
- Campeão da Série B de 2002
- Campeão da Série C de 2006

Inter de Limeira
- Campeão da Série B de 1988

Central
Não tem título nacional

Treze
Não tem título nacional

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