Na última vez em que o Fluminense entrou no Maracanã para decidir uma final de Carioca, em 2005 Abel Braga estava à beira do campo comandando Marcão e companhia rumo ao título estadual. Neste sábado, 17 anos depois, eles estarão lá novamente defendendo o Tricolor: Abel é mais uma vez o técnico, e Marcão, agora, seu auxiliar. A missão é a mesma: levantar a taça do Carioca. Desta vez, com um novo personagem se juntando ao lugar de protagonismo.
Um terceiro zagueiro que une experiência, carinho da torcida e confiança de Abel. Assim podemos descrever tanto Marcão em 2005 quanto Felipe Melo em 2022. O "Pitbull" chegou ao Fluminense neste ano e já se tornou uma das peças mais importantes do time para Abelão. Assim como foi com Marcão.
Em 2005, o Tricolor teve dificuldades para engrenar. A equipe não começou o ano bem e sequer se classificou para a semifinal da Taça Guanabara. Marcão estava no Flu desde 1999 e, aos 33 anos, era um dos mais experientes do grupo. Ainda na busca da melhor formação para o time, Abel colocou o então volante para atuar como terceiro zagueiro.
A ideia deu certo. O Fluminense conquistou o Campeonato Carioca sobre o Volta Redonda, com direito a gol do ídolo Marcão na finalíssima.
- Eu sonhei com o gol, a torcida comemorando e falando: "Pô, Marcão, você fez gol!". Falei: vai sair alguma coisa diferente para nós. Foi um momento especial - disse Marcão em entrevista à FluTV.
No primeiro jogo, o Voltaço levou a melhor por 4 a 3, mas o Flu conseguiu vencer a segunda partida por 3 a 1 - Antônio Carlos marcou nos acréscimos e foi o herói do jogo.
Em 2022, foi a vez de Felipe Melo assumir um papel parecido com o que Marcão teve em 2005. O jogador tem um papel importante tanto na questão psicológica da equipe, muito por conta de sua experiência, quanto na parte tática. Só que dentro de campo, a função ainda é encarada como novidade para o experiente jogador, apesar de já ter jogado como terceiro zagueiro no Palmeiras.
- No Fluminense, o Abel pede para eu fazer uma leitura de jogo. Às vezes, dar um passinho atrás e fazer uma linha de três, como líbero, como terceiro zagueiro. Por vezes, dar um passo à frente e fazer esse trio defensivo, mas um passo à frente, como primeiro homem à frente da dupla de zaga. Acaba sendo novo, porque eu tenho que fazer uma leitura de jogo, e não é tão simples assim - disse Felipe Melo ao ge.
Só que na temporada atual houve uma oscilação dos ânimos. O Flu estreou com derrota para o Bangu, e Abel se tornou alvo de críticas. No entanto, o time engatou uma sequência de 12 vitórias e passou a viver lua de mel com a torcida. Mas o cenário mudou repentinamente.
No jogo de ida da terceira fase da Libertadores, o Fluminense venceu o Olimpia por 3 a 1, no Nilton Santos, e foi até Assunção com uma vantagem de dois gols na bagagem. Porém, a equipe perdeu por 2 a 0 e foi eliminada nos pênaltis, o que gerou revolta entre os torcedores.
Por mais que o time tenha vencido o jogo de ida da semifinal do Carioca, a má atuação e a derrota para o Botafogo por 2 a 1 na segunda partida, que por muito pouco não terminou com a classificação alvinegra, voltou a deixar o clima pesado.
O esquema com três zagueiros voltou a ser criticado pelos torcedores, só que a vitória sobre o Flamengo no jogo de ida da final - que também marcou o retorno de Felipe Melo, fora dos dois duelos da semifinal por conta de lesão - tornou a atmosfera um pouco mais tranquila novamente.
Agora, o clima é de atenção para que a equipe não desperdice uma vantagem expressiva mais uma vez.
- A gente sabe que ainda falta muito, falta um jogo, e a gente vai enfrentar um time que é um dos melhores da América do Sul. É sempre muito difícil, mas estou muito confiante, orgulhoso de fazer parte dessa equipe e, sobretudo, dando a minha parcela de contribuição, mesmo com dores, mesmo às vezes me lesionando.
- Mas o importante é honrar a camisa Fluminense e junto com nossos companheiros vencermos esse campeonato que é tão esperado por nós. São dez anos já sem ganhar o Campeonato Carioca e um clube grande como o Fluminense não pode passar esse jejum - disse Felipe Melo .
Fluminense e Flamengo duelam no sábado, às 18h (de Brasília), no Maracanã. O Tricolor pode ser campeão perdendo por um gol de diferença. Caso o Flamengo vença por dois gols de diferença, a disputa será nos pênaltis. Para conquistar o título no tempo normal, a equipe rubro-negra precisa vencer por três ou mais gols de vantagem.
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