O técnico Cuca, hoje à frente do São Paulo, reencontrará o Santos pela primeira vez desde que deixou o comando do clube no clássico entre as equipes, neste sábado, às 17h (de Brasília), no Morumbi, válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Cuca comandou o Santos de agosto até dezembro de 2018 e saiu do Peixe por causa de problemas de saúde (e vários atritos com o presidente José Carlos Peres). O treinador de 56 anos acertou com o São Paulo em fevereiro deste ano, mas só começou a comandar o Tricolor em abril, após a liberação médica.
Abaixo, o GloboEsporte.com analisa o legado deixado por Cuca para seu sucessor, o técnico Jorge Sampaoli, no Santos. O Peixe é líder do Brasileirão, com 32 pontos, 11 à frente do Tricolor, que tem um jogo a menos e ocupa a sexta colocação.
Pontos positivos
- Livre da zona de rebaixamento e classificação à Sul-Americana: Cuca assumiu o Santos no Z-4 e foi um dos responsáveis pela arrancada da equipe no Brasileirão do ano passado, com classificação à Copa Sul-Americana. Na reta final do torneio, porém, o Peixe perdeu a oportunidade de se garantir no G-6, o que daria uma vaga na fase prévia da Libertadores deste ano.
- Bom aproveitamento de estrangeiros do elenco: Cuca chegou ao Santos praticamente junto com Carlos Sánchez e Derlis González, hoje armas de Sampaoli. Especialmente com o uruguaio, o técnico depositou confiança e o transformou em um dos pilares do time desde o início.
- Sequência a Diego Pituca e Gustavo Henrique: Cuca praticamente consolidou o volante e o zagueiro como titulares do Santos na temporada passada – eles pouco tinham atuado com Jair Ventura, seu antecessor. E assim permanecem com Sampaoli, de quem são peças intocáveis no elenco.
Pontos negativos
- Veto a centroavantes gringos...: o Santos esteve perto de contratar Marco Ruben, hoje artilheiro no Athletico, e Nicolás Blandi, do San Lorenzo, mas Cuca vetou as contratações, alegando que queria jogadores que estivessem adaptados ao futebol brasileiro. Com a perda de Gabigol, Sampaoli chegou ao Peixe sem um jogador para a posição e cobrou a contratação de um camisa 9 por praticamente seis meses – o Santos fechou com Uribe em maio.
- ... e recomendação a Felippe Cardoso: além de recusar o estrangeiro, Cuca indicou Felippe Cardoso, uma aposta sua que estava na Ponte Preta. O atacante chegou ao Peixe com pubalgia e pouco jogou sob seu comando. Com Sampaoli, nunca teve espaço e ainda teve um ato de indisciplina ao se recusar a jogar pelo time sub-20 – hoje, Felippe está emprestado ao Ceará.
- Pouca utilização da base: diferentemente do que faz no São Paulo, no Santos Cuca dificilmente apostava em atletas da base, sem contar Rodrygo, que já estava consolidado no profissional e vendido ao Real Madrid. O técnico promoveu Kaio Jorge, mas o atacante foi barrado no fim do ano por conta de um imbróglio em sua renovação, e utilizou Robson Bambu quando não tinha zagueiros à disposição. O defensor se firmou e brigou por vaga entre os titulares, mas depois fechou com o Athletico.
E no São Paulo?
Cuca chegou ao São Paulo em meio à semifinal do Campeonato Paulista, diante do Palmeiras. Ele assumiu o Tricolor no jogo de volta e levou a equipe à final, quando viria a ser derrotada pelo Corinthians.
Ao todo, Cuca comandou o São Paulo em 17 jogos, com cinco vitórias, oito empates e quatro derrotas, um aproveitamento de 45%. Em meio a esse desempenho houve uma eliminação nas oitavas de final da Copa do Brasil, diante do Bahia.
Desde que chegou ao Tricolor, o treinador solicitou à diretoria a contratação de um centroavante e um lateral-direito. Os seus desejos foram atendidos, e o São Paulo reforçou o elenco com os laterais Daniel Alves e Juanfran, e o centroavante Raniel. Nomes como Tchê Tchê e Vitor Bueno também foram pedidos do técnico.
Globo Esporte
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