A seleção brasileira teve de se acostumar a conviver sem Neymar neste ciclo de Copa do Mundo. Melhor jogador das Eliminatórias - vice-artilheiro, com sete gols (dois a menos do que Marcelo Moreno, da Bolívia), o camisa 10 sofre com questões físicas a poucos dias de completar 30 anos (dia 5 de fevereiro). Ele desfalcou a equipe comandada por Tite em aproximadamente um a cada três jogos desde a eliminação para a Bélgica, nas quartas de final do Mundial da Rússia.
Baixa na última partida, o empate sem gols com a Argentina, em novembro, Neymar está fora também dos dois próximos compromissos do Brasil nas Eliminatórias, contra Equador, no próximo dia 27, em Quito, e Paraguai, em 1º de fevereiro, no Mineirão. O jogador ainda se recupera de uma lesão no tornozelo esquerdo que o afasta dos campos há um mês e meio.
Na ocasião, ele foi atingido por um carrinho do volante Maçon, do Saint-Étienne, em jogo do campeonato francês. O adversário pisou no pé esquerdo do brasileiro, que sofreu lesão ligamentar no tornozelo. A expectativa é pelo retorno no início de fevereiro, a tempo de jogar contra o Real Madrid, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. A primeira partida é dia 15.
Desde setembro de 2018 - no primeiro compromisso pós-Rússia da Seleção -, o Brasil entrou em campo 41 vezes, 15 delas sem Neymar. Isso significa que o atacante participou de 63% das partidas - o percentual cairá para 60% depois dos próximos dois confrontos.
Ausente na campanha do título da Copa América de 2019, o craque ainda teve que ser substituído, machucado, aos 8, 20 e 12 minutos do primeiro tempo dos amistosos contra Camarões, Catar e Nigéria, respectivamente, entre fim de 2018 e de 2019.
Porém, quando esteve apto e entrou em campo, Neymar foi decisivo como sempre, atuando como "arco e flecha", termos utilizados por Tite para definir o papel de articulação e conclusão de jogadas que o camisa 10 passou a ter. Em 26 jogos neste ciclo de Copa, ele marcou 13 vezes e deu 19 assistências, média de mais de uma participação de gol por partida.
As condições clínicas do craque acendem o sinal amarelo na comissão técnica da Seleção, que o acompanha de perto. Dois dos membros do estafe do jogador, que vivem em Paris, também são funcionários da CBF. São eles o preparador físico Ricardo Rosa e o fisioterapeuta Rafael Martini.
Além da dupla, o preparador físico Fábio Mahseredjian e o médico Rodrigo Lasmar, ambos da Seleção, também são responsáveis por colher informações sobre o estado físico de Neymar e municiar Tite e seus auxiliares.
Em entrevista coletiva após a convocação da última quinta-feira, o treinador foi questionado sobre os cuidados com o camisa 10 e afirmou:
– A atenção e a preocupação que eu tenho é da saúde dele estar boa. Esse é o detalhe. A partir daí, vêm os estágios para que possa chegar bem, com saúde, na sua melhor condição técnica. Essa é a expectativa, assim como com todos os outros atletas – declarou Tite, antes de mencionar a viagem feita por membros da CBF à Europa no mês passado:
– Agora quem esteve na França, mais especificamente, foram Thomaz (Araújo, analista de desempenho) e Matheus (Bachi, filho e auxiliar de Tite), que tiveram contato com ele. Assim como tiveram contato com o Marquinhos e outros atletas. A gente está trazendo e buscando essas intervenções de uma forma direta. Agora a área é mais clínica, vamos torcer torcer para que ele (Neymar) tenha uma total recuperação.
Após passar as festas de fim de ano em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, Neymar voltou nessa semana à França, onde finaliza a recuperação da lesão. O jogador tem retorno esperado para o início de fevereiro, a tempo de jogar contra o Real Madrid, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.
Na temporada, o atacante tem 14 jogos com a camisa do PSG, com três gols marcados e três assistências. O ano de 2021 foi o pior de Neymar em média de gols e assistências por partida desde que ele chegou à Europa (clique aqui e confira os números).
Depois dos jogos contra o Equador e Paraguai, o Brasil ainda disputará pelo menos mais sete compromissos antes da Copa do Mundo no Catar.
Veja a agenda da Seleção em 2022:
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