Um desfecho improvável garantiu o ouro a Nathan Torquato na estreia do parataekwondo em Paralimpíadas. O brasileiro de 20 anos sagrou-se campeão da categoria até 61kg, classe K44, que inclui atletas com deficiência unilateral em um dos membros superiores, com vitória oficialmente classificada como interrupção do árbitro.
- Realmente teve um impasse. A gente ficou esperando oficializar se o atleta do Egito iria poder lutar, a posição do médico e do diretor da WT, ficamos na espera. Demorou um tempo, foi confirmado e só tivemos que formalizar, agora alegria - disse Rodrigo Ferla, técnico da seleção brasileira de parataekwondo.
A semifinal que definiria o rival do brasileiro foi entre Homaed Elzayat, do Egito, e Daniil Sidorov, do Comitê Paralímpico Russo. No confronto o russo deu um golpe irregular no egípcio, que deixou a arena de maca, e foi desclassificado. A primeira informação era de que Elzayat havia sofrido uma concussão e não poderia voltar à disputa.
A World Taekwondo (WT) chegou a comunicar a vitória por W.O. à comissão técnica do Brasil, e as redes sociais da Confederação Brasileira de Taekwondo, inclusive, comemoraram antecipadamente o título em uma postagem.
Cerca de 30 minutos depois, porém, a WT voltou atrás e informou à equipe brasileira que o golpe ilegal na verdade teria sido no pescoço e que o egípcio talvez tivesse condições de lutar. Homaed Elzayat, porém, a esta altura estava no hospital da Vila dos Atletas.
Elzayat até voltou à arena a tempo da disputa, mas sem condições de lutar. Se apresentou apenas para na sequência o árbitro oficialmente interromper o combate. Era o necessário para confirmar Nathan como campeão paralímpico na estreia do esporte no programa dos Jogos.
A campanha dourada de Nathan teve três outras vitórias. Na estreia, vitória tranquila sobre Parfait Hakizimana, do time de refugiados, por 27 a 4. Nas quartas ele atropelou o japonês Mitsuya Tanaka por 58 a 24. Na semifinal o triunfo foi sobre o italiano Antonino Bossolo por 37 a 34.
- É surreal, não consigo expressar com palavras o que eu sinto, sentimento de toda comissão, toda seleção. Olhar para trás para ver o que a gente começou no final de 2017, no meio de um ciclo. Começamos do zero enquanto muitos países estavam na nossa frente e ver tudo que foi construído, tudo que foi planejado corretamente e nos deu esse resultado, acho que é fantástico. O processo foi maravilhoso e a coroação espetacular. É surreal, não consigo expressar - contou Rodrigo Ferla, treinador da seleção brasileira de parataekwondo
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