O peso daquela derrota ainda era evidente. Ao entrar em quadra contra a Argentina, o Brasil precisava se livrar da ressaca da queda para evitar um fim ainda pior. Não conseguiu. Apática na maior parte do tempo, a seleção caiu para os rivais em 3 sets a 2, parciais 25/23, 20/25, 20/25, 25/17 e 15/13. Assim, fica fora do pódio no vôlei masculino nas Olimpíadas de Tóquio.
É a primeira vez que a seleção fica fora do pódio olímpico desde 2000, em Sydney. Desde então, havia chegado à decisão em todas as edições. Nas Olimpíadas na Austrália, a equipe caiu nas quartas de final justamente para a Argentina, que terminou em quarto lugar. Naquele ano, a seleção fechou a sua participação na sexta posição. Em Tóquio, França e Rússia disputam o ouro às 21h15.
- Liga das Nações é Liga das Nações, Olímpiadas é outros 500. Realmente aqui tive muitos altos e baixos, na própria Liga não comecei da melhor maneira, mas no decorrer do campeonato lá fui crescendo. E aqui realmente faltou bastante da minha parte, não era da maneira que eu esperava terminar e sair dessa competição. Uma coisa não faltou que foi dedicação, muito sacrifício, ficar longe de família, dos amigos... A gente não veio para cá passear. E agora realmente é pensar no que poderia ter feito diferente, não que vá mudar, mas acredito que cada um que estava em quadra deu seu máximo. Fiz tudo que estava no meu alcance, errei acertei, tentei, mas não foi suficiente - disse Wallace na saída da quadra.
A seleção brasileira chegou a Tóquio como grande favorita. Em quadra, porém, não conseguiu confirmar a superioridade. Ao cair nas semifinais para a Rússia, precisava recalcular a rota. Na disputa pelo bronze, porém, não conseguiu se livrar do peso da decepção. A ausência no pódio deixa marcas expostas em um grupo acostumado a vencer.
1° set - Apática, seleção tenta reagir no fim, mas cai
Não foi um início dos mais fáceis. Em dois bloqueios, um de Solé e outro de De Cecco, a Argentina abriu 7/5 na conta. A seleção tentava afastar qualquer apatia diante de uma busca que não era a sonhada. Àquela altura, a Argentina parecia querer mais. Em dois pontos seguidos de Facundo Conte, os Hermanos abriram 13/9.
Renan mudou. Mandou Douglas Souza à quadra no lugar de Leal, em uma tentativa melhorar o passe e dar mais vibração ao time. A seleção melhorou. Em um ponto do ponteiro, fez a diferença cair para dois pontos, em 19/17. Marcelo Méndez, então, pediu tempo. O Brasil até ameaçou encostar, mas ficou no quase. Um ponto de Conte fechou o set em 25/23
2° set - Brasil reage e empata o jogo
Era preciso reverter o cenário. A seleção tentou entrar em quadra mais confiante. Na vibração de Lucarelli, no bloqueio, fez 6/5 e passou à frente na conta. Era um início melhor que o da parcial anterior. Maurício Souza, ao parar o ataque de Conte, fez o placar abrir 10/7 a favor do Brasil. Marcelo Méndez, mais uma vez, parou o jogo.
A Argentina voltou a encostar. Durante boa parte do set, se manteve na cola no placar, tentando tomar a frente. Mas, em um bloqueio de Lucarelli, a seleção abriu 20/17. O time brasileiro, então, se impôs na marra. No ponto de bloqueio de Wallace, fechou a parcial em 25/20.
3° set - Brasil se impõe e passa à frente
A Argentina voltou melhor no terceiro set. Abriu 4/1 até com certa facilidade. A seleção brasileira precisou rearrumar a casa. Chegou a ficar quatro pontos atrás no placar, mas chegou ao empate em uma pancada de Wallace no contra-ataque: 10/10. A Argentina voltou a abrir, e o Brasil foi buscar mais uma vez em um ace de Wallace (13/13).
Em um erro de Sole, o Brasil abriu 19/17 na reta final. A Argentina tentou buscar, mas esbarrou na vontade dos brasileiros. Àquela altura, já não havia mais apatia. A seleção pareceu lembrar de sua superioridade aos rivais e se impôs. Em um bloqueio de Wallace, fechou o terceiro set e pulou à frente na partida: 25/20.
4° set - Seleção despenca, e Argentina força o tie-break
Mas quando tudo parecia dominado, a apatia voltou. A seleção caiu de ritmo de uma forma assustadora. A Argentina disparou no placar com alguma facilidade. Em um erro de Lucão, o time rival abriu 15/7. O Brasil até tentava reagir, mas parecia sem forças. Na pancada de Conte, a Argentina fez a diferença abrir para 20/13. A partir dali, nada mudou. No ponto final, os traços de melancolia no saque de Lucarelli por debaixo da rede: 25/17.
5° set - Argentina liquida fatura e empurra Brasil do pódio
Ali, nada mais parecia dar certo. Renan mudou praticamente todo o time. Cachopa, Douglas Souza, Isac, Alan. Todos em quadra para tentar evitar a queda. Não conseguiram. A Argentina, mais vibrante, dominou a parcial. Abriu 10/6 e se aproximou da vitória. Um ataque certeiro de Douglas Souza diminuiu a diferença e reacendeu as chances do Brasil. Lucarelli, com um ace, deixou tudo igual em 12/12. Foi um último suspiro. No fim, vitória argentina por 15/13.
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