A vontade era tanta que, logo na primeira onda, a prancha quebrou. Foram pouco mais de dois minutos até que Italo Ferreira nadasse à areia para recomeçar. O que parecia um mau presságio, porém, não passou de um leve percalço. No mar revolto de Tsurigasaki, o surfista brasileiro enfileirou manobras e garantiu o primeiro ouro da história do surfe em Olimpíadas. O primeiro do Brasil em Tóquio. Diante do japonês Kanoa Igarashi, que eliminou Gabriel Medina na semifinal, o potiguar entrou para o rol de heróis olímpicos do país.
Italo superou Igarashi com sobras. Apesar da quebra da prancha logo em sua primeira tentativa de manobra, o brasileiro não desanimou. Agressivo durante toda a bateria, conseguiu três boas notas, o suficiente para deixar o japonês em combinação. No somatório final, 15,14 contra 6,60 do rival. A festa começou antes mesmo do fim, a dois minutos do sinal tocar. O ouro já estava garantido.
Diante da ameaça de chegada de um tufão a Tóquio, a organização adiantou em um dia as finais. Com a decisão, ondas que abriram espaço para manobras melhores. Durante todo o dia, apesar de dores na perna esquerda, Italo se mostrou focado. Sabia que tinha o caminho aberto até o ouro. Na final, viu uma pequena multidão de voluntários torcer para Igarashi. Também não se importou. Na areia, no fim, festa ao lado de Silvana Lima, Tatiana Weston-Webb e de toda a delegação do Brasil.
Diante da ameaça de chegada de um tufão a Tóquio, a organização adiantou em um dia as finais. Com a decisão, ondas que abriram espaço para manobras melhores. Durante todo o dia, apesar de dores na perna esquerda, Italo se mostrou focado. Sabia que tinha o caminho aberto até o ouro. Na final, viu uma pequena multidão de voluntários torcer para Igarashi. Também não se importou. Na areia, no fim, festa ao lado de Silvana Lima, Tatiana Weston-Webb e de toda a delegação do Brasil.
Italo, agora, chega a um feito e tanto. Campeão mundial de surfe em 2019, o potiguar de Baía Formosa agora também soma o título olímpico. Gabriel Medina por pouco fez uma dobradinha no pódio. Na decisão pelo bronze, caiu para o australiano Owen Wright. No feminino, o Brasil ficou fora da disputa pelo ouro depois que Silvana Lima se despediu nas quartas de final. A americana Carissa Moore foi a campeã após bater a sul-africana Bianca Buitendag na decisão. A japonesa Amuro Tsuzuki ficou com o bronze.
- Eu vim com uma frase para o Japão: diz amém que o ouro vem. Eu treinei muito nos últimos meses, mas só tenho que agradecer a Deus por tudo isso. Meu intuito é ajudar as pessoas e as famílias. Eu queria que a minha avó estivesse viva para ver isso. Sou muito feliz pelo que me tornei, pelo que fiz pelos meus pais. Sempre pedi para que esse sonho fosse realizado e ele aconteceu - disse Italo.
Final começa com prancha quebrada
A final olímpica começou com um evento inesperado. Logo em sua primeira onda, Italo quebrou a prancha, precisando substituí-la por um equipamento reserva. Ele recebeu 1.70 pelas poucas manobras obtidas. Já Kanoa teve um 3.83 como primeira nota. Pouco depois, ele levou um 0.67 após sofrer uma queda.
Aos oito minutos corridos, Italo pegou a sua primeira boa onda, recebendo nota 7.00 dos juízes. Empolgado, o brasileiro trocou a sua segunda nota na sequência, ao pegar uma onda de 5.50. A 16 minutos do término, Italo foi para um aéreo e recebeu 7.77, deixando Kanoa Igarashi numa combinação de 14.77.
Mais tranquilo do que nunca, Italo continuou dando show em Tsurigasaki. A três minutos do fim, ele pegou uma onda de 7.37 e já começou a comemorar. Coube a Kanoa Igarashi apenas aceitar a derrota e assistir de camarote à vitória do brasileiro.
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