A CBF divulgou na manhã desta quarta-feira, numa transmissão ao vivo por meio do seu canal no Youtube, um relatório da efetividade do protocolo de segurança e combate ao coronavírus e defendeu a continuidade dos campeonatos em meio ao auge da pandemia no Brasil.
- A aplicação do protocolo sanitário, com a convicção ainda mais forte que nós já tínhamos no ponto de vista teórico, em agosto, quando retomamos. Mas agora com convicção da aplicação na prática. O futebol é seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar - disse Walter Feldman, secretário-geral da CBF, antes de passar a palavra ao médico Jorge Pagura.
Esse é o pior momento da pandemia no Brasil. Nas últimas 24h, 1.954 pessoas morreram no país vítimas da Covid-19, um recorde. Ao todo, o Brasil perdeu 268.568 vidas para o vírus até a noite de terça. Só em março, já são 13.550 mortes registradas em solo brasileiro.
Alguns dados apresentados pelo relatório da CBF:
Em seguida, Pagura, que é o coordenador médico da CBF, apresentou alguns dados e informações sobre o protocolo que explicam a decisão da entidade em seguir com os campeonatos no Brasil.
- Trabalhamos em conjunto para que a gente pudesse realizar nossa atividade. Somos médicos, treinados para salvar e não há nada mais importante que a vida. Reconhecemos também o problema social como perda de empregos. Tentamos unir preservação da saúde de qualquer maneira e tentar elaborar um protocolo que preenchesse alguns preceitos. 1º: segurança de todos; 2º: controlabilidade; 3º: manutenção das atividades. Isso norteou o nosso trabalho - disse Pagura.
- Rapidamente eu gostaria de dizer como funcionou o protocolo. Tivemos a honra de comandar uma comissão técnica que consta com o maior número de especialistas no nosso país. Colocamos médicos que já tinham experiência muito grande no futebol para que fizessem a interface com os nossos médicos e todos os clubes, que foram ouvidos antes do protocolo - completou.
"Na curva de ocorrência por 200 mil habitantes, o futebol se dissociou. Quando tem alguns picos, rapidamente volta ao normal. Eram surtos isolados. Tanto que depois baixava", concluiu Pagura.
Caso Valvídia
No dia 16 de janeiro deste ano, um caso chamou atenção na Série B do Brasileirão: Valvídia, do Avaí, foi comunicado no intervalo do jogo contra o CSA que havia testado positivo para coronavírus e, portanto, foi retirado da partida.
Convidado para a apresentação do relatório, o epidemiologista Bráulio Roberto Marinho explica o que ocorreu.
- O Valdívia jogou o primeiro tempo da partida, o teste positivo foi comunicado no intervalo. Acompanhamos os 14 dias seguintes no CSA. Três dias depois, 19 testes e nenhum positivo. Seis dias depois, 18 testes e nenhum positivo. Treze dias depois, outros 19 testes e nenhum positivo. Mesmo no cenário extremo, não há a transmissão do vírus em campo - disse.
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