Novembro 22, 2024

Por boa impressão e crescimento, Argentina e Chile disputam terceiro lugar da Copa América

Por toda tradição da Argentina e pelo retrospecto recente do Chile, a disputa do terceiro lugar da Copa América até pode não atrair muita atenção das duas seleções neste sábado, em São Paulo. Mas, por uma boa impressão e, principalmente, pelo futuro das equipes, o duelo que será disputado na Arena Corinthians, às 16h, pode ter um significado mais especial.

Sem levantar um título desde 1993, a Argentina amarga uma seca de conquistas de 26 anos. Depois de ficar com o vice-campeonato em quatro das últimas cinco edições da Copa América, a equipe tenta fortalecer seu amplo processo de reformulação.

Dentro de campo, Messi mostrou que pode continuar como a liderança de um time que aposta em novos nomes. A base argentina pode ter daqui para frente uma formação com Foyth, Paredes, De Paul, Lo Celso, Dybala e Lautaro Martínez, todos com até 25 anos.

Fora, o técnico Lionel Scaloni deixa a Copa América respaldado por uma boa atuação contra o Brasil, com direito a reclamações contra a Conmebol por causa do uso do VAR, mas com a possibilidade de ser substituído pela experiência de Gabriel Heinze ou de Marcelo Gallardo.

– Esses garotos, independentemente de quem estiver no cargo, eles serão o futuro da seleção. Se nós (atual comissão técnica) não seguirmos, para o treinador que vier nós teremos dado uma boa mão, porque ele terá de onde tirar. Isso é o mais importante. Um trabalho em oito anos é melhor do que em seis meses, mas não há lógica no futebol – disse Scaloni.

– Me enche de orgulho ver jogadores que chamamos pela primeira vez e hoje estão em um nível alto e continuarão na seleção. Não quero nomear um a um, mas dissemos a eles: "Que coloquem a camisa da Argentina e não tirem mais." Isso ocorreu com alguns, não todos, mas com esses estamos orgulhosos. Com os que já estavam na seleção e convocamos de novo, confirmamos que podem ajudar. Mas aqueles que demos oportunidades, a satisfação é em dobro – completou.

Do lado chileno, o time comandado por Reinaldo Rueda passa a se dedicar na formação do plantel que vai disputar as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022.

Nomes como Alexis Sánchez, Arturo Vidal, Gary Medel e Charles Aránguiz, por exemplo, já passaram dos 30 anos. Nesta Copa América, o Chile foi a equipe com maior média de idade entre as 12 participantes: 28,6 anos.

O desafio será proporcional aos feitos recentes do time chileno, atual bicampeão da competição continental. Mas, mesmo com a geração mais vitoriosa de sua história, a Roja ficou fora da Copa da Rússia, em 2018, e agora trabalha para recuperar espaço entre as principais seleções do mundo.

– A ultima participação do Chile num Mundial Sub-20 foi na Turquia 2013, há seis anos. Em 2015, 2017 e 2019 nossas gerações não se projetaram internacionalmente. E por isso, talvez, sejamos a única seleção sul-americana que não tem um jogador sub-23, como outras seleções, ou até sub-25 que são titulares em seus clubes, que tem méritos para estar numa seleção nacional – disse Rueda, sobre a necessidade de renovação do elenco.

– Temos que fazer um trabalho, há jogadores, mas não na porcentagem que deveria. Não é porque saiu uma geração dourada que se conserva, não é fácil renová-la. O trabalho para o futuro no Chile é sensível, intenso e temos que fazer uma combinação progressivamente. No Catar, muitos deste homens vão ficar pelo caminho, por decisão deles, do destino ou por não manterem seus status. Temos que analisar o futuro – acrescentou o colombiano comandante do Chile.

A disputa do terceiro lugar da Copa América será também uma reedição das últimas duas decisões. Em 2015 e 2016, os chilenos levaram a melhore sobre os argentinos nas cobranças de pênaltis.

Globo Esporte
Portal Santo André em Foco

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