A Associação de Futebol da Argentina (AFA) enviou uma carta à Conmebol na tarde desta quarta-feira, na qual diz ter sido "claramente prejudicada" pela arbitragem na derrota por 2 a 0 para o Brasil, na última terça-feira, na semifinal da Copa América. A entidade argentina também quer ter acesso aos áudios da comunicação dos árbitros (veja abaixo o documento na íntegra, em espanhol).
A Conmebol não respondeu formalmente, mas o GloboEsporte.com apurou que a entidade não vê nenhum problema em tornar públicos os áudios das conversas ente a cabine do VAR e o árbitro no campo.
Em documento de seis páginas, assinado pelo presidente da entidade, Claudio Tapia, a AFA questiona a não utilização do árbitro assistente de vídeo (VAR), critica a escolha do árbitro equatoriano Roddy Zambrano para apitar a partida e menciona até mesmo a presença do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Mineirão.
Bolsonaro acompanhou o clássico das tribunas e, no intervalo, andou pelo campo, acenando para o público.
– Concretamente, a imprudência na designação arbitral gerou um inevitável ambiente prévio ao encontro, agravado pela presença do presidente do Brasil Jair Bolsonaro no estádio Mineirão, de Belo Horizonte, que não passou inadvertidamente aos jogadores, dirigentes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenvolvimento do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo ele deu uma verdadeira volta olímpica pelo estádio – diz trecho da nota.
A AFA alega que membros da equipe de segurança de Bolsonaro não estavam identificados e também lembra que atletas já foram punidos por fazerem manifestações políticas em eventos da Conmebol, o que é proibido.
Os argentinos também mencionaram pontos negativos da Copa América que "desprestigiam o futebol sul-americano", tais como:
No documento, a AFA menciona a "necessidade de trabalhar e cumprir os objetivos institucionais, observando os principios da ética, lealdade, jogo limpo, regras claras e transparência, deixando para trás a 'pesada herança' recebida por nossos antecessores" e diz que o que aconteceu no jogo entre Brasil e Argentina precisa de uma profunda reflexão por duvidar que isso tenha sido observado.
Também alvo da nota, o brasileiro Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem, é tido como alguém que "não goza de antecedentes positivos em seu cargo". Sobre ele, a AFA diz que houve negligência no balanço do VAR apresentado ao fim da primeira fase, já que ele não conta "as vezes em que se omitiu a utilização da ferramenta". A Associação de Futebol da Argentina também diz duvidar da existência de imparcialidade no VAR e cobra uma "explicação bem fundamentada" de Seneme sobre as circunstâncias do uso do árbitro de vídeo no jogo contra o Brasil. Caso tais explicações não sejam satisfatórias, a AFA pedirá o afastamento do dirigente do cargo.
A nota lembra até acontecimentos da Copa Libertadores, como no duelo entre São Paulo e Talleres, pela segunda fase do torneio – "foi vista uma passividade preocupante do árbitro em inúmeras ações violentas exercidas por jogadores do clube brasileiro). Antes da carta da AFA, Messi já havia feito críticas à Conmebol. Segundo ele, o Brasil "controla tudo."
Acesso à comunicação do VAR
Em outro documento endereçado à Conmebol, a Federação Argentina pede acesso à comunicação de áudio dos árbitros.
Globo Esporte
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