Se você acha que a rivalidade entre Brasil e Argentina é grande, você precisa conhecer melhor a relação entre peruanos e chilenos. Adversários na segunda semifinal da Copa América, na próxima quarta-feira, na Arena do Grêmio, Peru e Chile já travaram uma guerra no Século XIX, cujos desdobramentos perduram até hoje.
A chamada "Guerra do Pacífico" aconteceu entre 1879 e 1883. De um lado, o Chile. Do outro, uma aliança entre Peru e Bolívia. Em disputa, uma área rica em recursos minerais, como salitre e cobre. O Chile se saiu vencedor, anexando ao seu território a província de Taracapá, do Peru, e Antofagasta, da Bolívia – o que deixou os bolivianos sem acesso ao Oceano Pacífico. Até hoje eles tentam recuperar essa saída para o mar, sem sucesso.
Apesar disso, tal qual o oceano, a relação entre os países atualmente é pacífica. O que não significa que a rivalidade dentro de campo deixe de existir. Peru x Chile é, para a imprensa sul-americana, o Clássico do Pacífico.
"O Chile é o nosso rival histórico, existe uma rivalidade extra", concorda Paolo Guerrero.
Um dos últimos encontros entre as seleções, em outubro de 2015, por exemplo, deu o tom da desavença. No jogo das eliminatórias realizado em Lima, os peruanos vaiaram muito o hino do Chile, que, por sua vez, venceu a partida por 4 a 3. Os chilenos, então campeões da Copa América, deixaram um recado na parede do vestiário.
– Respeito! Por aqui passou o campeão da América.
"Não nos param nem com bruxaria! Felizes pela vitória. Tem que falar menos e jogar mais", escreveu Medel na ocasião.
No Deserto do Atacama, talvez o destino turístico mais procurado em território chileno, ainda há placas alertando para a possibilidade de haver minas perdidas sob o solo. Afinal, a região foi palco do conflito. A rivalidade respinga até na culinária: até hoje não há acordo sobre a origem do pisco sour, drinque feito a partir do destilado da uva. O Chile e Peru reivindicam a autoria.
Rivalidade à parte, Ricardo Gareca e Reinaldo Rueda trataram de falar apenas sobre futebol nas entrevistas que antecedem o confronto. Sem pôr lenha na fogueira.
– Vamos enfrentar uma grande seleção. Acredito na seleção peruana, na nossa capacidade, em tudo que nós fazemos. Depois se vai ou não ser suficiente, não sei. Somos fortes. O Peru é uma seleção muito forte. Independentemente dos resultados ou adversidades, somos uma seleção muito forte – disse Gareca.
– Espero que nós tenhamos a possibilidade de chegar a uma instância importante, que é a final que queremos para ratificar o status do futebol chileno – afirmou Rueda.
Chile e Peru se enfrentam na próxima quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
Globo Esporte
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