Sempre que a seleção brasileira joga em casa há o costume de prever como será a relação com a torcida. Outro clichê está na expectativa de que a equipe seja mais bem recebida no Nordeste. Nesta terça-feira, o Brasil enfrenta a Venezuela, às 21h30, na Fonte Nova, em Salvador, em mais um teste que extrapola aspectos táticos e técnicos, e entra com tudo na mente dos jogadores.
Na estreia, se por um lado a Seleção deixou a desejar no desempenho em parte da vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia, especialmente no primeiro tempo, por outro obteve conquista rara. Foi a primeira vez, dentro dos quatro torneios sediados em casa nos últimos sete anos, que a equipe venceu sem ter feito gols no primeiro tempo.
Aquele gol "anti-vaia", "antinervosismo", que carrega o torcedor para o lado. Quanto mais demora para abrir o placar, mais improvável se torna o triunfo. No Morumbi, a torcida vaiou ao fim da etapa inicial, mas os comandados de Tite cumpriram um dos mandamentos do técnico: manter o nível alto de concentração durante toda a partida.
– Nossa cabeça nos comanda. É a experiência que tive. No Corinthians, demorou seis meses para o torcedor entender o jeito que a equipe jogava, que não iria jogar com bola longa porque a característica era rodar. É uma variável que não temos condições de controlar, mas temos que saber lidar com pressões, compreender, mas ficar atentos a fazer o melhor trabalho. Ao desempenho individual, coletivo, e saber absorver as melhores situações – comentou Tite.
A série de torneios importantes no Brasil teve início com a Copa das Confederações, em 2013. Luiz Felipe Scolari comandou uma blitz. Em três dos cinco jogos da campanha do título, o primeiro gol saiu antes dos 10 minutos – duas vezes com Neymar e uma com Fred.
Na Copa do Mundo do ano seguinte, em três das sete partidas disputadas o Brasil não marcou no primeiro tempo. Não venceu nenhuma: 0x0 com o México e as derrotas acachapantes para Alemanha (1x7) e Holanda (0x3). O cenário se repetiu na Olimpíada. Antes de comemorar a medalha de ouro, o time sofreu nas duas primeiras partidas e amargou empates sem gols contra as fragílimas seleções sub-23 de África do Sul e Iraque.
Nesta terça, a seleção brasileira aposta no "axé diferente" que emana de Salvador. Na energia baiana. Mas diz estar preparada também para os apupos.
– Como ser humano, sempre criamos expectativa positiva, mas temos que estar preparados se não acontecer. A Bahia tem uma história muito bonita em relação de apoio e às vezes fica brava porque não convocou o Charles (ex-atacante do Bahia que ficou fora da Copa América de 1989 e causou vaias e até uma ovada da torcida em Renato Gaúcho). É humano – disse Tite.
Globo Esporte
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