Novembro 24, 2024

"Cordial e unido": Futebol deixa as diferenças de lado para atacar a pandemia do novo coronavírus

Depois de meses de discussões e trocas de farpas sobre novas competições, conversas sobre superligas e reclamações da ganância dos clubes de elite, líderes do futebol enterraram as suas diferenças para atacar os efeitos da pandemia do novo coronavírus no mundo.

Na última terça-feira, a Uefa aceitou adiar a Eurocopa de 2020 por um ano, e assim permitir que as temporadas nacionais fossem completadas. Ao mesmo tempo, a Fifa recomendou a suspensão do novo Mundial de Clubes.

- Foi uma chamada relativamente curta, provavelmente a maior união de opiniões que eu já vi no futebol europeu. Foi uma conversa bem cordial - comentou Jonas Baer-Hoffmann, secretário-geral do Sindicato Mundial de Jogadores Profissionais (FIFPro), sobre a videoconferência desta terça entre representantes de clubes, ligas e a Uefa.

O mesmo não ocorreu em outros encontros recentes. Há duas semanas, o presidente da Uefa Aleksander Ceferin declarou em congresso da entidade que: "nenhum administrador do futebol, não importa o tamanho do ego, pode pensar que é uma estrela do jogo. Somos apenas os guardiões do futebol". Ceferin não mencionou ninguém, mas o presidente da Fifa, Gianni Infantino, cujos esforços para criar o novo Mundial de Clubes irritaram a Uefa, estava sendo na primeira fila.

No ano passado, a Uefa e a Associação de Clubes da Europa (ECA, em inglês), propuseram uma reforma da Liga dos Campeões, que poderia torná-la numa competição semi-aberta, de 2024 em diante. A proposta foi descartada e sofreu forte oposição das ligas nacionais.

Em dezembro, os jornais Financial Times e New York Times tiveram reportagens sobre discussões lideradas pelo presidente do Real Madrid, Florentino Perez, sobre a possibilidade de se criar uma superliga com os clubes mais poderosos do mundo, com duas divisões. Notícias similares se tornaram comuns nos últimos anos, em que o abismo financeiro entre os clubes de elite e os outros só aumenta.

Há duas semanas, o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, questionou o direito da Atalanta disputar a Liga dos Campões, porque faltaria ao clube "história internacional".

A ambição da Fifa com o novo Mundial de Clubes, com 24 equipes, é vista como uma tentativa de aumentar as suas receitas e diminuir a dependência dos lucros obtidos com a Copa do Mundo.

Mas o tom foi muito diferente na videoconferência desta terça-feira, com as lideranças do futebol europeu.

- Em tempos como esses, a comunidade do futebol precisa mostrar responsabilidade, unidade, solidariedade e altruísmo - comentou o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin.

- Encontrar soluções apropriadas e adequadas num nível global é imperativo. Nós temos que pensar em todos aqueles ao redor do mundo que podem ser impactados pelas nossas decisões - declarou o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

Globo Esporte
Portal Santo André em Foco

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