O que mudou com a ressurreição de Cristo
Afirmamos e confirmamos que a Páscoa mudou o coração do mundo. No Senhor Ressuscitado, o princípio da existência de todos os seres já está recriado. A maior revolução da história humana aconteceu quando Maria Madalena e a outra Maria foram cedo para ver o sepulcro e, de repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela... Os guardas tremeram e caíram. “Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito” (cf. Mt 28,6).
O universo inteiro foi levado à sua glorificação. “Quando eu for levantado da terra atrairei todos a mim” (Jo 12,32). Deus já interveio, antecipou-se, como sempre, no amor, fazendo com que a vida fosse a primeira e a última palavra. Solidário com toda a humanidade e todo o universo, Cristo tornou-se a nova fonte a brotar no rio da história. Como um vulcão em erupção, a aparição de Cristo ressuscitado em nosso mundo, manifestou brilhantemente uma mudança essencial. Para o futuro, no coração de todas as realidades humanas e terrestres, está Jesus ressuscitado, novo começo, novo nascimento, nova criação para a eternidade.
É bom e necessário lembrarmos, a cada instante, esta notícia que tanto alegrou os discípulos e discípulas de Cristo que o tinham acompanhado no caminho da cruz. Com o Ressuscitado estamos todos envolvidos num projeto de esperança. O universo inteiro está tomado pela presença criadora de Deus, em Cristo, o “primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas”.
Jesus Ressuscitado é o coração do mundo. Nele toda a humanidade caminha em direção à redenção do nosso corpo e à libertação gloriosa dos Filhos de Deus, da qual participará, a seu modo, todo o universo, arrebatado por sua voz na ressurreição do Senhor (cf. Rm 8,18-23).
Na verdade, se olharmos ao nosso redor, para este mundo de nossa experiência humana, ainda não vemos esta mudança essencial. As pessoas não deixaram de sofrer e morrer, os pecados e as misérias continuam se multiplicando, a astúcia da maldade parece se tornar cada vez mais eficiente, os filhos das trevas são criativos em suas artimanhas... Tudo parece continuar como antes da Páscoa, porque vivemos e paramos na superfície. Às vezes nos espantamos com os fracassos e esquecemos de lançar as redes em águas mais profundas. Lembramos que a fé consiste, precisamente em “afirmar a realidade que não se vê” (Hb 11,1).
A partir disto concluímos que evangelizar as pessoas não é ensinar-lhes uma doutrina, impor-lhes uma moral ou conduzi-las à uma prática religiosa. Evangelizar é antes de tudo, ajudar a reconhecer este Cristo Senhor que já as envolve em seu amor que nos antecipou como Salvador e Senhor. No encontro com o Ressuscitado nos colocamos no caminho da esperança, na certeza do novo, como possibilidade de cada dia.
Frei Luiz Turra
COMECE O DIA FELIZ
Portal Santo André em Foco
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