Em seu último discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, buscou defender sua gestão e suas decisões à frente da principal potência mundial e se disse otimista na resolução dos atuais conflitos mundiais.
"Sei que muitos olham hoje para o mundo e veem dificuldades, mas eu não vejo", discursou.
Em tom de retrospectiva, o presidente norte-americano começou seu discurso citando exemplos de conflitos mundiais nos quais os EUA interveio, como a guerra do Vietnã, para justificar suas decisões de fazer o mesmo nos conflitos na Ucrânia e em Israel.
"As coisas podem melhorar. Eu vi isso ao longo da minha carreira", disse Biden, em referência aos conflitos atuais. "Como líderes, não temos o luxo de nos desesperar".
Em tom otimista, disse acreditar na "capacidade humana para a reconciliação". Bem-humorado, brincou ainda com a idade — fator que pesou em pedidos para que ele desistisse de concorrer à reeleição dos EUA.
"Sei que pareço ter apenas 40 anos".
Mas também pediu o fim imediato da guerra na Faixa de Gaza e disse que "o mundo não pode recuar depois dos horrores de 7 de outubro" de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram Israel e mataram 1.200 pessoas e sequestraram outras centanas, dando início à guerra no território palestino.
"Os reféns e os civis inocentes em Gaza estão passando por um inferno".
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que abriu a sessão, criticou o avanço dos conflitos no Oriente Médio para o Líbano. Aplaudido, pediu que comunidade internacional se mobilize para um cessar-fogo em Gaza.
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Corinthians e Fortaleza entram em campo nesta terça-feira pelo jogo de volta das quartas de final da Copa Sul-Americana. A bola rola às 21h30 (de Brasília) na Neo Química Arena. O ge acompanha todos os lances em tempo real, basta clicar aqui para acompanhar.
Tendo vencido o jogo de ida, no Castelão, por 2 a 0, o Corinthians está em vantagem na luta pela vaga na semifinal. O Timão pode até ser derrotado pelo placar mínimo que ainda assim avançará de fase. Caso o Fortaleza ganhe por dois gols de diferença, a classificação será decidida nos pênaltis.
Quem passar também garante um prêmio de 800 mil dólares (cerca de R$ 4,4 milhões)
O Corinthians tenta manter o bom aproveitamento nas copas e chega embalado por duas vitórias seguidas: depois de ganhar o duelo de ida contra o Fortaleza, bateu o Atlético-GO no último sábado. Como está em vantagem no confronto e segue priorizando o Brasileirão, a equipe deve ir a campo mais uma vez sem alguns de seus principais jogadores.
Já o Fortaleza goleou o Bahia por 4 a 1 no Brasileirão na última rodada, segue no G-4 da competição, e chega com fôlego renovado para buscar a vitória diante do time paulista. O técnico Juan Pablo Vojvoda relacionou 24 atletas para o duelo, mas terá desfalques importantes. Atual vice-campeão da Sula, o Tricolor do Pici quer disputar novamente a final da competição.
A partida terá casa cheia. O Corinthians avisou que todos os ingressos foram vendidos com antecedência.
Corinthians - técnico: Ramón Díaz
De volta ao banco de reservas do Timão, após cumprir suspensão no último sábado, Ramón Díaz deve seguir dando rodagem ao elenco. Igor Coronado, reserva contra o Atlético-GO, deve reaparecer entre os titulares, assim como o zagueiro André Ramalho, que ficou fora das últimas duas partidas.
Memphis Depay, que estreou pelo Corinthians no fim de semana, ainda busca melhor condicionamento físico e ritmo de jogo, mas deve ganhar minutos novamente nesta noite. Talles Magno, com uma lesão muscular de grau 2 no posterior da coxa esquerda, será desfalque.
Provável time: Hugo Souza, Matheuzinho, André Ramalho, Félix Torres e Hugo; Ryan, Breno Bidon (Charles), Carrillo e Igor Coronado; Romero e Yuri Alberto.
Quem está fora: Héctor Hernández (não inscrito); Talles Magno (lesão grau 2 no músculo posterior da coxa esquerda); Alex Santana (lesão no músculo posterior da coxa esquerda), Ruan Oliveira (cirurgia no joelho), Maycon (cirurgia no joelho) e Diego Palacios (cirurgia para correção de uma lesão na cartilagem).
Pendurados: Rodrigo Garro
Fortaleza - técnico: Juan Pablo Vojvoda
Vojvoda deve surpreender mais uma vez na escalação. A principal mudança no Tricolor pode ser no ataque novamente, dessa vez com Marinho fazendo companhia a Breno Lopes e Lucero. O atacante marcou dois gols na vitória por 4 a 1 diante do Bahia, pela Série A.
O técnico argentino costuma rodar bastante o elenco e deve usar o que tem de melhor para enfrentar o Timão, apesar das baixas. Confortável na tabela da Série A, o Leão do Pici mantém o foco em correr atrás da reação para sonhar novamente em brigar pelo título.
Provável time: João Ricardo; Tinga, Brítez, Cardona, Felipe Jonatan; Zé Welison, Hércules, Pochettino; Marinho, Breno Lopes e Lucero.
Quem está fora: Eros Mancuso (não inscrito), Santos (edema muscular na coxa direita), Bruno Pacheco (tendinite no joelho direito), Moisés (edema na coxa direita) e o volante Lucas Sasha (edema na panturrilha direita).
Pendurados: Pedro Augusto.
Arbitragem
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu desistir de participar de um evento organizado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, em Nova York, após um desentendimento entre os seguranças do presidente dos EUA, Joe Biden, e a delegação do governo brasileiro. O desentendimento não envolveu Lula.
Biden decidiu aparecer de última hora no evento, o que levou a uma reorganização da segurança local.
O Serviço Secreto americano impediu a entrada da equipe de Lula, o que criou uma situação tensa. O incidente foi motivado pelas medidas de segurança rigorosas impostas para garantir a proteção de Biden.
Diante do incidente, Lula optou por ir embora do evento.
Lula está em Nova York para participar da 79ª Assembleia-Geral da ONU.
De acordo com o blog do Valdo Cruz, o presidente vai subir o tom no seu discurso, na abertura do evento – em um ano em que o Brasil sofre com recordes de queimadas e enchentes.
O presidente brasileiro vai cobrar de seus colegas mudanças urgentes na agenda climática, porque o cenário mais grave chegou mais cedo do que se previa e atingiu em cheio o Brasil.
Lula antecipou um pouco desse discurso na Cúpula do Futuro, no domingo (22), já dentro da semana de eventos das Nações Unidas em Nova York.
Os principais líderes mundiais, no entanto – incluindo Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, que compõem o Conselho de Segurança da ONU –, não estavam por lá.
Na fala, Lula defendeu a agenda correta e fez os alertas necessários. Voltou a pregar a reforma da ONU e de outros órgãos multilaterais e alertou para o risco de fracasso coletivo mundial na agenda climática.
Os países com maior poder nas Nações Unidas não compareceram para ouvir. E resistem à agenda de mudanças estruturais, é claro, porque não querem abrir mão de sua posição atual.
Na terça, todos eles estarão na plateia. E Lula deve subir ainda mais o tom, aproveitando que terá mais tempo para discursar.
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Em seu primeiro discurso nesta viagem a Nova York, para a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais na cidade norte-americana, aponta uma direção a seguir, mas que falta “ambição e ousadia” para que a entidade consiga cumprir seu papel.
O presidente brasileiro discursou durante a Cúpula do Futuro, realizada neste domingo (22). Segundo ele, a crise da governança global requer transformações estruturais e citou os recentes conflitos armados existentes no mundo atualmente.
“A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir as suas decisões. A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o conselho econômico e social foi esvaziado”, disse Lula ao discursar na Cúpula do Futuro.
No ano passado, o Brasil não conseguiu aprovar uma Resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito envolvendo Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Na ocasião, o voto dos Estados Unidos – um Membro Permanente – inviabilizou a aprovação, mesmo após longa negociação da diplomacia brasileira. Outras resoluções apresentadas também fracassaram, seja por votos contrários dos Estados Unidos, seja da Rússia, outro Membro Permanente. Segundo as regras do Conselho de Segurança, para que uma Resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.
Pacto do Futuro
O evento prévio à Assembleia Geral da ONU reúne líderes mundiais para debater formas de enfrentar as crises de segurança emergentes, acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e abordar as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais.
Lula apontou como pontos positivos do Pacto tratar “de forma inédita” temas importantes como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional; a criação de uma instância de diálogo entre chefes de estado e de governo e líderes de instituições financeiras internacionais. O que, segundo Lula, promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial.
O presidente citou ainda o avanço para uma governança digital inclusiva que “reduza as assimetrias de uma economia baseada em dados e mitigue o impacto de novas tecnologias como a inteligência artificial”. “Todos esses avanços serão louváveis e significativos, mas, ainda assim, nos falta ambição e ousadia”, disse.
Ele também criticou o Conselho de Segurança da ONU, afirmando que a legitimidade do órgão encolhe “cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”. Para Lula, as instituições de Bretom woods, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento.
“O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico", afirmou.
O presidente disse que houve pouco avanço na agenda multilateral de reforma do sistema ONU nos últimos 20 anos e citou como medidas positivas a Comissão para Consolidação da Paz, criada em 2005 e o Conselho dos Direitos Humanos, criado em 2006.
Ele ainda alertou que os objetivos de desenvolvimento sustentável, mesmo tendo sido o maior “empreendimento diplomático dos últimos anos”, caminham para se tornarem o “nosso maior fracasso coletivo”.
“No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo. Na presidência do G20, O Brasil lançará uma aliança global contra fome e a pobreza, para acelerar a superação desses flagelos”, discursou.
Lula disse ainda que, mantido o ritmo atual, os níveis de redução de emissão de gases de efeito estufa e de financiamento climático serão insuficientes para manter o planeta seguro. “Em parceria com o secretário-geral [da ONU, António Guterres], como preparação para a COP30, vamos trabalhar para um balanço ético global, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma de justiça, da equidade e da solidariedade”, continuou.
Direitos humanos
Em seu discurso, Lula disse que o mundo tem como responsabilidade não retroceder na agenda de direitos humanos e de promoção da paz.
“Não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero, nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação. Tampouco podemos voltar a conviver com ameaças nucleares. É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso. Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente”, afirmou.
“Precisamos de coragem e vontade política para mudar, criando hoje o amanhã que queremos. O melhor legado que podemos deixar às gerações futuras é uma governança capaz de responder de forma efetiva aos desafios que persistem e aos que surgirão”, disse o presidente ao terminar o discurso.
Cúpula do Futuro e Assembleia Geral
A Cúpula para o Futuro é um evento paralelo à Assembleia Geral da ONU. O evento produziu um documento, aprovado neste domingo. Ele foi negociado entre os estados-membros para reforçar a cooperação global e estabelecer compromissos para uma melhor adaptação aos desafios atuais, para o futuro do multilateralismo renovado e eficaz, para benefício das gerações futuras.
Na terça-feira (24), o presidente fará o tradicional discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas. Por tradição, desde a 10ª sessão da cúpula, o presidente do Brasil é sempre o primeiro país a discursar.
A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Para o Brasil, a abertura do Debate Geral da assembleia permite apresentar as prioridades do país, tanto internamente quanto internacionalmente.
Agência Brasil
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A pauta do Plenário está trancada, a partir desta segunda-feira (23), pelo Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que traz a primeira parte da regulamentação da reforma tributária. O texto chegou ao Senado no dia 7 de agosto e é analisado em regime de urgência, por isso precisaria ser votado até 22 de setembro para não sobrestar a pauta. Agora, as demais votações dependem dessa votação ou da retirada da urgência, que só pode ser feita pelo Poder Executivo.
A retirada do regime de urgência vem sendo cobrada por líderes partidários desde agosto. O argumento é de que o texto precisa de tempo para ser discutido na Casa. O projeto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde terá como relator o senador Eduardo Braga (MDB-AM). A designação do relator ainda não foi feita oficialmente e o projeto já recebeu mais de 1200 emendas dos senadores.
Com o trancamento da pauta, outros projetos deixarão de ser votados até que a urgência seja retirada pelo Executivo. Na terça-feira (24) isso deve acontecer com duas proposições. Uma delas é o Projeto de Lei do Senado (PLS) 170/2018, que determina que as atividades de monitoria no ensino médio deverão ser reguladas por normas dos sistemas de ensino.
O projeto foi sugerido por estudantes que participaram em 2017 do Projeto Jovem Senador. Aprovada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), a sugestão dos alunos passou a ser analisada como projeto de lei. Inicialmente, a sugestão (SUG 64/2017) estabelecia critérios de seleção de monitores, atividades pertinentes ao cargo, carga horária e salário mínimo dos profissionais.
Na análise do texto, o relator, então senador Telmário Mota, apontou impedimentos legais para a aprovação das alterações. A solução foi incluir uma referência à monitoria na Lei 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, mas deixar a regulamentação a cargo dos sistemas de ensino. O projeto já foi aprovado pela Comissão de Educação (CE), com relatório favorável do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN).
Outro texto que está na pauta de terça-feira, mas não deve ser votado, é o PL 398/2019, que inclui o Cerejeiras Festival, realizado no município de Garça (SP), no calendário turístico oficial do país. O projeto, da Câmara dos Deputados, já foi aprovado pela CE e pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), com relatório favorável do senador Izalci Lucas (PL-DF).
Agência Senado
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O Senado celebrou nesta segunda-feira (23) os 25 anos do Dia Nacional dos Profissionais de Nível Técnico (Lei 11.940, de 2009). Durante sessão especial no Plenário, parlamentares e autoridades da área apontaram a necessidade de valorizar o ensino profissionalizante e destacaram a importância do trabalho dos técnicos para o desenvolvimento do país.
— Sou um grande entusiasta do ensino técnico profissionalizante, que não é importante apenas para suprir as demandas do mercado de trabalho e da nossa economia. O ensino técnico é importante, sobretudo, pelo aspecto social, uma vez que permite o acesso mais rápido ao mercado de trabalho, com geração de renda e emprego para os nossos jovens. São profissionais de imenso valor para o crescimento econômico e a alavancagem tecnológica do país — afirmou o senador Castellar Neto (PP-MG), que presidiu a sessão.
De acordo com o senador Izalci Lucas (PL-DF), o Brasil investe pouco na formação de técnicos.
— O Brasil tem o desafio, a necessidade e a urgência em formar profissionais técnicos. Nos países mais desenvolvidos do planeta os alunos do ensino médio já saem com conhecimento de uma área técnica e podem iniciar as vidas profissionais. Na Alemanha, Dinamarca, França e em Portugal, por exemplo, mais da metade dos alunos do ensino médio cursam o ensino profissional. Somos um dos países que menos investe em ensino técnico no mundo. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os cinco países com menor percentual de estudantes matriculados na educação profissional — pontuou.
Realizada a pedido (RQS 326/2024) do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a sessão marcou a abertura oficial da 5ª Semana Nacional dos Técnicos Industriais. O presidente do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), Ricardo Nerbas, afirmou que o trabalho dos técnicos atualmente é norteado por três pilares: o ensino técnico, a normatização e habilitação das profissões e a fiscalização e orientação aos profissionais.
— O ensino técnico é a nossa principal pauta. Jamais podemos esquecer de onde viemos, que é a educação profissional. Enquanto conselho federal, uma das nossas funções é normatizar as mais de 200 habilitações profissionais que temos. Em seis anos de existência do conselho já foram normatizadas 61 delas. É preciso também fiscalizar a profissão e optamos pela fiscalização orientativa. Ela vem em primeiro lugar, a fiscalização punitiva a gente deixa para quando não conseguimos realizar o trabalho dentro da fiscalização orientativa — disse.
O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Inácio Arruda, disse que a fiscalização dos cursos de formação de técnicos no país e das atividades da categoria é um dos principais desafios do órgão. Para ele, o profissional com boa formação tem emprego garantido.
— Em qualquer lugar do mundo um técnico bem preparado, bem formado, sobreviverá. E, sobretudo, vai contribuir imensamente com o projeto de desenvolvimento do país — afirmou Arruda, que é ex-senador.
Agência Senado
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Diante da iminência de uma nova guerra entre Israel e o Hezbollah, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (23) que enviarão tropas ao Oriente Médio.
O anúncio foi feito pelo Pentágono, que não detalhou quantos soldados serão enviados e nem para quais bases eles irão. Mas disse que a decisão foi tomada após a escalada de conflitos entre Israel e o Hezbollah.
Nesta segunda, Israel fez o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra em Gaza, matando 356 pessoas. Aviões isaraelenses bombardearam regiões do sul e do leste do Líbano e a capital Beirute, que já havia sido atacada também na sexta-feira (20).
As tropas adicionais, segundo o porta-voz do Pentágono, o general Pat Ryder, se juntarão às forças norte-americanas que já estão na região. Atualmente, os Estados Unidos têm 4.000 militares que atuam em bases norte-americanas espalhadas pelo Oriente Médio.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Embaixada dos EUA no Líbano pediu a seus cidadãos que deixem o país por conta do risco de uma guerra regional.
"Devido à natureza imprevisível do conflito em andamento entre o Hezbollah e Israel e as recentes explosões em todo o Líbano, incluindo Beirute, a Embaixada dos EUA pede aos cidadãos americanos que deixem o Líbano enquanto as opções comerciais ainda permanecem disponíveis", alertou o Departamento de Estado no sábado.
Bombardeios de Israel
O Ministério da Saúde do Líbano disse que 274 pessoas morreram e mais de 1.024 ficaram feridas depois de Israel lançar um ataque aéreo amplo no país nesta segunda-feira (23).
Pouco antes, as Forças de Defesa de Israel haviam alertado a população civil para que se afastasse "imediatamente" de supostas posições e depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.
Entre os mortos estão 21 crianças e 31 mulheres, segundo as autoridades. O governo libanês informou que também há profissionais de saúde entre as vítimas. Já Israel afirmou que atingiu um dos comandantes do alto escalão do Hezbollah, identificado como Ali Karaki.
Pela manhã, Israel atacou regiões do sul e do leste do Líbano. Mais tarde, voltou a bombardear Beirute, a capital do Líbano alvo de um grande ataque na sexta-feira (20).
Com os ataques, esta segunda-feira (23) se torna o dia mais sangrento no país em mais de 18 anos, desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.
Cerca de 800 alvos do grupo foram atacados, segundo os militares israelenses. O bombardeio desta segunda é o mais amplo territorialmente já conduzido desde o início da troca de agressões entre as duas partes, há quase um ano.
Os moradores das regiões do Líbano atacadas receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel alertando sobre a iminência dos ataques.
Esse foi o primeiro alerta do tipo em quase um ano de conflito em constante escalada entre Israel e Hezbollah. O aviso foi enviado após uma intensa troca de tiros no domingo (22), quando o Hezbollah lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte de Israel. Os ataques foram uma retaliação ao bombardeio israelense que matou cerca de dez comandantes do grupo extremista, sendo um deles do alto escalão.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um "plano de destruição" executado por Israel.
"A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses", afirmou Mikati em um comunicado, no qual pede à ONU e aos "países influentes" para "dissuadir a agressão".
O ministro do Interior do Líbano disse que vai converter escolas em abrigos em Beirute, Trípoli e no sul do país para lidar com o "intenso deslocamento" de libaneses no país. As aulas em escolas e universidades foram canceladas.
Já o Ministério da Saúde ordenou que as cirurgias eletivas sejam canceladas em todos os hospitais para que as unidades de saúde tenham espaço para receber os feridos nos bombardeios.
Amplitude inédita
Os caças israelenses atacaram cidades ao longo da fronteira sul do Líbano e no Vale do Bekaa, cerca de 30 km a leste de Beirute. Na capital, há relatos de tráfego intenso de carros saindo da cidade em direção a locais que seriam mais seguros.
Segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, residências no Vale do Bekaa estão sendo usadas para alojar mísseis e drones, e os ataques visam atingi-los antes que eles sejam disparados.
A área fica entre aldeias cristãs e muçulmanas xiitas, e não havia sido atingida antes por ataques israelenses. O bombardeio revela que Israel está atacando uma área mais ampla do território libanês a partir de agora — antes, os bombardeios ocorriam exclusivamente no sul do país e no sul de Beirute, considerados bastiões do Hezbollah.
O Hezbollah afirma ter retaliado o ataque com o disparo de "dezenas" de mísseis em direção a Israel, tendo depósitos de armas da base militar de Nimra esntre os principais alvos. Os militares israelenses confirmam 35 disparos, com alguns deles caindo em terra, sem vítimas.
Balanço de forças está mudando, diz Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que havia prometido mudar o balanço de forças na fronteira norte do país, e é exatamente isso o que ele está fazendo.
Ele afirmou também que os bombardeios estão destruindo "milhares" de mísseis e foguetes que estariam apontados para cidades e civis israelenses.
Haifa em alerta
Segundo as Forças de Defesa de Israel, mais de 1 milhão de civis tiveram que buscar proteção em abrigos antibombas na cidade de Haifa, no norte do país.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, pediu para que os israelenses obedeçam às sirenes de alerta que indicam bombardeios inimigos e se refugiem em abrigos.
"À nossa frente estão dias em que o povo terá que mostrar compostura, disciplina e total obediência às diretrizes do Comando da Frente Interna. A diferença entre o sucesso e o fracasso está no fato de que os cidadãos entraram em salas protegidas e outros lugares de acordo com as instruções que demos a eles".
No domingo, foguetes disparados pelo Hezbollah atingiram a cidade de Haifa, ao norte de Israel. Segundo o grupo, o alvo eram complexos industriais militares da empresa Rafael, que desenvolve armas e tecnologia militar.
O ataque foi confirmado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), que afirmaram, no entanto, que os foguetes foram disparados “em direção a áreas civis”.
Em resposta, o Exército israelense realizou bombardeios em alvos do Hezbollah no sul do Líbano.
A troca de agressões entre Israel e Hezbollah se intensificou desde as explosões de pagers e de walkie-talkies de membros do grupo extremista no Líbano na semana passada.
As duas partes vêm trocando agressões desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza. O Hezbollah afirma que os foguetes lançados são uma retaliação contra o massacre de palestinos na Faixa de Gaza, iniciado após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023.
Por conta dos bombardeios partindo do Líbano, moradores do norte de Israel foram evacuados de suas casas.
Na semana passada, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que as operações no Líbano continuariam até que os israelenses removidos pudessem retornar em segurança. A fala indica um conflito prolongado, já que o Hezbollah, apoiado pelo Irã, prometeu lutar até que houvesse um cessar-fogo guerra de Gaza.
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A escalada do conflito entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah está causando pânico entre a população do Líbano.
Depois de uma manhã de bombardeios no país e alertas de evacuação recebidos por telefone e mensagens de texto, libaneses estão correndo para buscar áreas seguras.
Imagens postadas nas redes sociais mostram um grande êxodo de cidadãos do sul que estão fugindo em massa de suas casas. Há relatos de congestionamentos significativos nas estradas principais.
Em uma declaração após os primeiros ataques, o porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, orientou os moradores do Vale de Bekaa, no sul do território libanês, a deixarem o local e acusou o Hezbollah de armazenar mísseis e drones militares em casas de civis.
"O Hezbollah está colocando vocês em perigo. Colocando vocês e suas famílias em perigo", disse.
Israel diz que fará 'o que for necessário'
Questionado por repórteres sobre uma possível incursão terrestre no Líbano , Hagari disse que Israel fará "o que for necessário". Ele também falou sobre os moradores do norte do território israelense evacuados após os ataques entre Israel e Hezbollah deste domingo, e justificou que ofensiva visa devolvê-los em segurança às suas casas.
Na capital libanesa, Beirute, onde ocorreram os ataques que levaram à explosão de pagers e walkie-talkies de membros do grupo extremista na semana passada, o medo também predomina. A agência de notícias Reuters registrou imagens de pais indo às escolas buscar os filhos.
"Eles estão ligando para todo mundo e ameaçando as pessoas por telefone. Então, estamos aqui para tirar meu filho da escola. A situação não é tranquilizadora”, contou um cidadão.
Telefonemas com alerta de ataque
Um homem que não quis se identificar afirmou ainda que, em Beirute, os libaneses também receberam telefonemas alertando sobre um ataque.
No distrito de Sassine, no leste de Beirute, o funcionário público Joseph Ghafary disse temer que o Hezbollah respondesse aos ataques intensificados de Israel e que uma guerra total eclodisse:
"Se o Hezbollah realizar uma grande operação, Israel responderá e destruirá mais do que isso. Não podemos suportar isso. Israel quer atacar, quer continuar, o que significa que está pressionando Sayyed Hassan para começar uma guerra. É definitivamente perigoso", lamentou o libanês, referindo-se ao líder do Hezbollah.
Troca de ataques
O Ministério da Saúde do Líbano disse que 182 pessoas morreram e mais de 727 ficaram feridas depois de Israel lançar um ataque aéreo amplo no país nesta segunda.
Mais de 300 alvos do grupo foram atacados, segundo os militares israelenses. O bombardeio é o mais amplo territorialmente desde o início do mais recente conflito entre Israel e Hezbollah, há quase um ano, e o mais mortal no Líbano desde então.
Os moradores das regiões do Líbano atacadas receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel alertando sobre a iminência dos ataques.
Esse foi o primeiro alerta do tipo em quase um ano de conflito em constante escalada entre Israel e Hezbollah. O aviso foi enviado após uma intensa troca de tiros no domingo (22), quando o Hezbollah lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte de Israel. Os ataques foram uma retaliação ao bombardeio israelense que matou cerca de dez comandantes do grupo extremista, sendo um deles do alto escalão.
Segundo o governo libanês, os mortos e feridos no ataque incluem mulheres, crianças e profissionais de saúde.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um "plano de destruição" executado por Israel.
"A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses", afirmou Mikati em um comunicado, no qual pede à ONU e aos "países influentes" para "dissuadir a agressão".
O ministro do Interior do Líbano disse que vai converter escolas em abrigos em Beirute, Trípoli e no sul do país para lidar com o "intenso deslocamento" de libaneses no país.
Já o Ministério da Saúde ordenou que as cirurgias eletivas sejam canceladas em todos os hospitais para que as unidades de saúde tenham espaço para receber os feridos nos bombardeios.
Amplitude inédita
Os caças israelenses atacaram cidades ao longo da fronteira sul do Líbano e no Vale do Bekaa, cerca de 30 km a leste de Beirute. Na capital, há relatos de tráfego intenso de carros saindo da cidade em direção a locais que seriam mais seguros.
Segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, residências no Vale do Bekaa estão sendo usadas para alojar mísseis e drones, e os ataques visam atingi-los antes que eles sejam disparados.
A área fica entre aldeias cristãs e muçulmanas xiitas, e não havia sido atingida antes por ataques israelenses. O bombardeio revela que Israel está atacando uma área mais ampla do território libanês a partir de agora — antes, os bombardeios ocorriam exclusivamente no sul do país e no sul de Beirute, considerados bastiões do Hezbollah.
O Hezbollah afirma ter retaliado o ataque com o disparo de "dezenas" de mísseis em direção a Israel. Os militares israelenses confirmam 35 disparos, com alguns deles caindo em terra.
Ministro de Israel pede para cidadãos obedecerem a alertas
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, pediu para que os israelenses obedeçam às sirenes de alerta que indicam bombardeios inimigos e se refugiem em abrigos.
"À nossa frente estão dias em que o povo terá que mostrar compostura, disciplina e total obediência às diretrizes do Comando da Frente Interna. A diferença entre o sucesso e o fracasso está no fato de que os cidadãos entraram em salas protegidas e outros lugares de acordo com as instruções que demos a eles".
No domingo, foguetes disparados pelo Hezbollah atingiram a cidade de Haifa, ao norte de Israel. Segundo o grupo, o alvo eram complexos industriais militares da empresa Rafael, que desenvolve armas e tecnologia militar.
O ataque foi confirmado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), que afirmaram, no entanto, que os foguetes foram disparados “em direção a áreas civis”.
Em resposta, o Exército israelense realizou bombardeios em alvos do Hezbollah no sul do Líbano.
A troca de agressões entre Israel e Hezbollah se intensificou desde as explosões de pagers e de walkie-talkies de membros do grupo extremista no Líbano na semana passada.
As duas partes vêm trocando agressões desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza. O Hezbollah afirma que os foguetes lançados são uma retaliação contra o massacre de palestinos na Faixa de Gaza, iniciado após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023.
Por conta dos bombardeios partindo do Líbano, moradores do norte de Israel foram evacuados de suas casas.
Na semana passada, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que as operações no Líbano continuariam até que os israelenses removidos pudessem retornar em segurança. A fala indica um conflito prolongado, já que o Hezbollah, apoiado pelo Irã, prometeu lutar até que houvesse um cessar-fogo guerra de Gaza.
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O homem preso em uma tentativa de atentado contra Donald Trump na semana passada pretendia disse em uma carta que pretendia matar o ex-presidente, revolou nesta segunda-feira (23) o Departamento de Justiça na segunda-feira, argumentando que ele deveria permanecer preso enquanto o caso avança.
O suspeito, identificado como o norte-americano Ryan Wesley Routh, foi preso com um fuzil AK-47 com mira e uma câmera GoPro perto do campo de golfe de Trump em West Palm Beach, na Flórida. O ex-presidente estava no local no momento, mas não ficou ferido.
O Departamento de Justiça, que conduz uma investigação sobre o caso, disse que encontrou uma carta escrita pelo suspeito dentro de uma caixa na casa de uma pessoa próxima a ele que, após a prisão, entrou em contato com autoridades e entregou o material.
Na carta, ele confirmou que tentou matar Trump e pedia à pessoa, cuja identidade não foi divulgada, que "termine o trabalho".
"Esta foi uma tentativa de assassinato de Donald Trump, mas eu falhei. Eu tentei o meu melhor e dei toda a coragem que pude reunir. Agora cabe a você terminar o trabalho; e eu oferecerei US$ 150.000 (cerca de R$ 832.000) a quem puder concluir o trabalho", dizia a nota, de acordo com o Departamento de Justiça.
Promotores responsáveis pela investigação disseram também ter encontrado uma lista manuscrita de datas e locais onde Trump estaria no último mês, ainda segundo o Departamento de Justiça.
Tentativa de atentado
Ryan Wesley Routh foi encontrado em 15 de setembro próximo ao clube de golfe de Trump em West Palm Beach, na Flórida. Agentes do Serviço Secreto trocaram tiros com Routh, que foi preso.
Um agente do Serviço Secreto estava fazendo a segurança de Trump enquanto o ex-presidente jogava e viu o cano de um fuzil em um arbusto perto da propriedade, segundo o xerife Ric Bradshaw, do condado de Palm Beach. O republicano estava a cerca de 400 metros do Routh.
Os agentes enfrentaram o suspeito e dispararam pelo menos quatro cartuchos de munição por volta das 13h30. Routh então largou seu fuzil, duas mochilas e outros itens e fugiu em um carro preto. Segundo o xerife, uma testemunha viu o homem e conseguiu tirar fotos de seu carro e da placa, e ele foi capturado.
O episódio também gerou uma série de críticas ao FBI e ao Serviço Secreto por supostas falhas na proteção de Trump — nos EUA, agentes do Serviço Secreto devem fazer a segurança de candidatos à presidência.
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Apesar de frustrações importantes de receitas, como a dos processos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o governo manterá a meta de déficit primário zero em 2024, com a devida margem de tolerância, disse nesta segunda-feira (23) o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Gustavo Guimarães. Para este ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o novo arcabouço fiscal preveem margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).
Com essa margem de tolerância, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – poderá fechar 2024 com déficit primário de até R$ 28,75 bilhões. O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública.
Apesar de críticas do mercado financeiro à capacidade do governo de cumprir a meta, Guimarães disse que as estimativas estão próximas da realidade. “Fizemos ajuste nas metas dos anos seguintes sem alterar a de 2024. Mesmo após essa mudança, sempre havia algum ruído de que poderia ter alteração de meta este ano. E a gente tem mostrado a cada bimestre todo o esforço do governo para que isso não aconteça, como não vai acontecer”, disse Guimarães, durante entrevista coletiva sobre o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento.
Divulgado na noite de sexta-feira (20), o relatório descongelou R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2024. O aumento na estimativa de arrecadação fez o governo reduzir para R$ 28,3 bilhões a estimativa de déficit primário em 2024. O valor é R$ 400 milhões inferior ao limite mínimo da margem de tolerância para o cumprimento da meta.
O atual marco fiscal exclui da meta os R$ 29 bilhões em créditos extraordinários para reconstruir o Rio Grande do Sul nem os R$ 514 milhões para o combate a incêndios florestais anunciados na semana passada, assim como outras despesas excepcionais. Sem os gastos fora do arcabouço fiscal, o governo encerraria o ano com déficit primário de R$ 68,8 bilhões.
Contabilidade criativa
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, reagiu às críticas de que a equipe econômica esteja recorrendo à contabilidade criativa para fechar as contas deste ano. Ele disse que o crescimento econômico acima do previsto e medidas de arrecadação sobre os mais ricos, como a tributação de offshores (empresas de investimento no exterior) e de fundos exclusivos, trarão as receitas necessárias para o governo cumprir a meta.
“Há, de fato, incômodo na equipe econômica quando a gente percebe alguma irracionalidade na repercussão, quando se ignora alguns fatos da realidade, alguns números que se apresentam. O fato é que o fiscal se recuperou e tem superado as expectativas. Isso é um fato. Outro fato é que a economia está surpreendendo em sua performance, também superando expectativas”, rebateu.
Valores a receber
Para liberar o R$ 1,7 bilhão do Orçamento e reduzir a previsão de déficit primário para R$ 28,3 bilhões, o relatório elevou as previsões de receitas não administradas diretamente pela Receita Federal. O principal destaque foram R$ 18,3 bilhões das medidas para compensar a desoneração da folha de pagamento, que entrarão nos cofres federais este ano, R$ 10,1 bilhões adicionais de dividendos de estatais ao Tesouro Nacional e mais R$ 4,9 bilhões de royalties do petróleo.
Essas receitas extraordinárias compensaram a queda de R$ 25,8 bilhões na entrada de recursos com o voto de desempate do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão administrativo da Receita Federal. Durigan, no entanto, esclareceu que os R$ 8,5 bilhões de valores esquecidos no sistema financeiro, que também ajudaram a compensar a desoneração da folha de pagamento, não entraram no relatório.
“Como houve atualização nos códigos e critérios do Banco Central, é preciso hoje que se faça um batimento com a nomenclatura para que não haja dúvida em relação a isso. Como a gente ainda está debatendo esse tema, um ajuste redacional, de que forma ele deve ser feito, ele ainda não foi considerado para fins de relatório bimestral”, justificou o secretário-executivo da Fazenda.
Divergências
Apesar de aprovada pelo Congresso, a forma de contabilizar os valores esquecidos no sistema financeiro ao Tesouro Nacional opõe a Fazenda e o Banco Central (BC). Para o BC, a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro não pode entrar no cálculo da meta zero de déficit primário porque representa dinheiro dos correntistas.
O Ministério da Fazenda alega que há precedentes que permitem a inclusão dos recursos como receitas primárias, como os R$ 26,3 bilhões parados no antigo Fundo PIS/Pasep. O montante entrou na conta única do Tesouro em dezembro de 2022, com a emenda constitucional da transição.
Agência Brasil
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