O dólar opera em alta sobre o real nesta quinta-feira (21), na reabertura do mercado de câmbio após o feriado do dia anterior em São Paulo, em dia marcado por mais incertezas no exterior relacionadas à guerra comercial entre China e Estados Unidos, e com os investidores de olho também na pauta política doméstica.
Às 15h55, a moeda norte-americana subia 0,19%, a R$ 4,2069. Na máxima até o momento, chegou a R$ 4,2237.
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,17%, a R$ 4,1988. Na parcial do mês, acumula alta de 4,71%. No ano, tem valorização de 8,38% frente ao real. Na segunda-feira, atingiu o maior valor nominal de fechamento da história, quando a moeda encerrou os negócios cotado a R$ 4,206.
Cenário externo e doméstico
Segundo Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest, não há um acontecimento específico que esteja orientando o movimento do dólar nesta sessão, e a alta anterior e volatilidade da moeda apenas refletem as incertezas comerciais e as tensões políticas recentes.
"A moeda está num patamar estressado", disse à Reuters. "As altas sugerem incerteza política tanto aqui como na América Latina, e também na eterna novela das negociações comerciais entre Estados Unidos e China."
O analista de investimentos da Mirae Asset, Pedro Galdi, destaca a questão entre Estados Unidos e China entre os fatores de incerteza no mercado. "O investidor perde a empolgação com tantas dúvidas, mesmo que os fundamentos para Brasil ainda sejam bons. Cada hora falam uma coisa e essa situação entre China e Estados Unidos ainda deve durar bastante", disse ao Valor Online.
O Ministério do Comércio chinês disse nesta quinta que o país se esforçará para chegar a um acordo comercial inicial com os Estados Unidos, na tentativa de acalmar os temores de que as negociações possam estar desandando.
O Wall Street Journal noticiou que a China convidou os principais negociadores comerciais dos Estados Unidos para uma nova rodada de negociações presenciais em Pequim. No entanto, uma notícia de quarta-feira de que a "fase um" de um acordo entre os dois lados pode ser adiada para o próximo ano limitava o otimismo, destaca a Reuters.
No Brasil, a atenção se voltava para as novidades políticas, após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovar na quarta-feira (20) a admissibilidade de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a prisão após condenação em segunda instância.
O mercado também acompanha a retomada do julgamento sobre compartilhamento de dados sigilosos para investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, votou para impedir que o antigo Coaf faça relatórios por encomenda do Ministério Público ou de polícias Federal e Civil dos Estados, o que pode beneficiar o senador Flávio Bolsonaro.
G1
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