Novembro 24, 2024

Produção industrial tem 2ª alta seguida e cresce 0,3% em setembro

A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em setembro, na comparação com agosto, puxada principalmente pela produção de veículos automotores, segundo divulgou nesta sexta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi a segunda alta mensal seguida e o melhor setembro em 2 anos. O resultado de agosto foi revisto para um avanço de 1,2%, ante leitura anterior de alta de 0,8%.

No acumulado no ano, entretanto, o setor industrial ainda acumula queda de 1,4%.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 1,1% em setembro, o primeiro avanço depois de 3 meses resultados negativos consecutivos nessa base de comparação.

Os resultados, entretanto, ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de alta de 0,9% na variação mensal e de 1,9% na base anual.

"Temos o crescimento na produção da indústria por dois meses consecutivos, algo que não vemos desde março e abril de 2018. A observação é que esse crescimento está concentrado em poucas atividades", afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

No acumulado em 12 meses, a produção industrial mostrou uma redução da intensidade de perda, ao passar de -1,7% em agosto para 1,4% em setembro, mas ainda ficou acima do registrado em julho (-1,3%).

Alta de 0,3% no 3º trimestre
Com o resultado de setembro, o setor terminou o 3º trimestre com alta de 0,3% sobre os três meses anteriores. Foi o primeiro avanço desde o 3º trimestre do ano passado, depois de ter recuado 0,5% no 2º trimestre, 0,4% no 1º trimestre e 1,4% no 4º trimestre de 2018.

Na comparação com o 3º trimestre do ano passado, entretanto, a indústria registrou queda de 1,2% – perda maior que a registrada no 2º trimestre (-0,8%) nesta base de comparação. Segundo o IBGE, o resultado é explicado principalmente pela queda de ritmo de três das quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de consumo duráveis e bens de capital, pressionadas, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis e de bens para equipamentos de transporte.

Produção de veículos puxa alta
Segundo o IBGE, apenas 11 dos 26 ramos pesquisados registraram alta na produção em setembro. O resultado positivo no mês foi puxado principalmente pela produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que registrou avano de 4,3%, revertendo queda de 2,4% no mês de agosto.

Outros setores que tiveram impacto positivo no resultado geral de setembro os de confecção de artigos de vestuário e acessórios (6,6%), de bebidas (3,5%), de produtos de metal (3,7%), de móveis (9,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (1,4%).

Já entre as quedas, os desempenhos de maior impacto no índice geral foram: impressão e reprodução de gravações (-28,6%), indústrias extrativas (-1,2%), máquinas e equipamentos (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e produtos do fumo (-7,7%).

Entre as grandes categorias econômicas, o melhor resultado foi entre o da produção de bens de consumo duráveis (2,3%). O setor de bens de capital (-0,5%) foi o único que registrou queda em setembro. Já a produção de bens de consumo semi e não-duráveis registrou alta de 0,5%, e de bens intermediários avançou 0,2%.

A indústria tem mostrado perda do ritmo de recuperação desde o último trimestre de 2018. No acumulado em 12 meses, apenas 9 das 26 atividades industriais pesquisadas registram alta.

Recuperação lenta e perspectivas
O resultado da indústria em 2019 tem sido afetado pelas incertezas da economia, que inibem o consumo das famílias, e também por fatores adicionais, como a queda das exportações para a Argentina, devido à crise econômica no país vizinho, e recuo da atividade extrativa mineral, como reflexo da tragédia de Brumadinho (MG) na Vale.

O índice que mede a confiança da indústria atingiu em outubro o menor valor desde em 1 ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), sinalizando aumento da cautela dos empresários em relação aos próximos meses.

"Novas fontes de incerteza têm surgido com relativa frequência, com origem tanto no cenário internacional como na esfera política doméstica, dificultando uma reação mais consistente do investimento, já muito prejudicado pela elevada ociosidade do parque produtivo e por mudanças nos tradicionais mecanismos de financiamento de longo prazo do país", avaliou, em nota, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Para o consolidado de 2019, os economistas das instituições financeiras projetam uma queda de 0,73% na produção industrial, segundo pesquisa Focus do Banco Central. Para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 do Brasil, a previsão atual do mercado é de uma alta de 0,91%.

A indústria também tem perdido participação na composição do PIB. Série elaborada pela economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que o peso da indústria de transformação caiu de 16,8% do PIB em 1995 para 11,2% do PIB no 1º trimestre de 2019 – menor patamar desde 1947, ano em que se inicia a série histórica do IBGE.

G1
Portal Santo André em Foco

Rate this item
(0 votes)

Leave a comment

Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.

© 2019 Portal Santo André em Foco - Todos os Direitos Reservados.

Please publish modules in offcanvas position.