Setembro 19, 2024

'Prévia do PIB' do BC: atividade econômica tem queda de 0,4% em julho, a primeira em quatro meses

O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 0,4% em julho na comparação com o mês anterior, informou a instituição nesta sexta-feira (13).

O resultado foi calculado após ajuste sazonal – um tipo de "compensação" para comparar períodos diferentes.

Essa foi a primeira queda do indicador desde março deste ano (-0,2%) e, também, a maior retração da atividade econômica mensal desde maio de 2023 (-1,8%).

  • Na comparação com julho do ano passado, entretanto, o indicador de nível de atividade do BC registrou crescimento de 5,3%.
  • Na parcial dos sete primeiros meses deste ano, cálculo feito sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais, houve um crescimento de 2,6%.
  • Já em 12 meses até julho, o índice apresentou crescimento de 2%. Nesse caso, também foi calculado sem ajuste sazonal.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

No segundo trimestre, o indicador avançou 1,4%, frente aos três meses anteriores, e surpreendeu positivamente os economistas do mercado financeiro.

Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem estar social.

Atividade aquecida
Apesar da retração em julho, os indicadores têm mostrado atividade econômica aquecida no decorrer deste ano.

Em agosto, o Banco Central avaliou, por meio da ata da do Copom que a "atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado".

  • Em junho, o BC estimou uma expansão de 2,3% para a economia neste ano, mas o dado será revisado no fim de setembro.
  • Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica deve revisar a projeção de crescimento da economia em 2024 para um valor acima de 3%.
  • Se confirmada a projeção do governo, o resultado do PIB neste ano mostrará aceleração em relação ao patamar de 2023 — quando houve uma expansão de 2,9%.

Entretanto, o cenário de forte expansão da economia, com o mercado de trabalho apresentando bom desempenho, tem suscitado preocupações com pressões inflacionárias.

O mercado financeiro projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltará a elevar os juros básicos da economia na próxima semana, de 10,5% para 10,75% ao ano. Se confirmado, será o primeiro aumento em dois anos.

O BC calibra a taxa de juros para atingir a meta de inflação dos próximos anos, que é de 3%, com teto de 4,5%. As expectativas do mercado estão acima da meta central.

  • PIB em alta, emprego, gastos públicos, juros, recorde na Bolsa: os pontos altos e os pontos de alerta na economia

IBC-Br X PIB
O IBC-Br do BC é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE.

O cálculo do PIB, divulgado pelo IBGE, e do IBC-Br é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

g1
Portal Santo André em Foco

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