A Petrobras informou que manterá o preço da gasolina nas suas refinarias nesta quinta-feira (16), completando 17 dias sem reajustes, de acordo com dados da petroleira compilados pela agência Reuters.
O preço médio atual do combustível fóssil vendido pela estatal às distribuidoras é de R$ 2,0450 por litro -- maior valor desde 23 de outubro de 2018.
O valor médio não muda desde 30 de abril, apesar de regra lançada em setembro do ano passado, pela gestão anterior, que impedia a estabilidade do combustível por um período superior a 15 dias.
Questionada se a regra dos 15 dias foi cancelada, a Petrobras afirmou que a política de preços de gasolina mantém-se inalterada e tem como base o preço de paridade de importação.
"O prazo de até 15 dias de manutenção dos preços da gasolina refere-se ao período máximo de aplicação do mecanismo de hedge. Este mecanismo, de aplicação opcional, visa dar flexibilidade adicional à gestão da política de preços da gasolina", disse a petroleira em nota.
Em abril deste ano, já na gestão de Roberto Castello Branco, a empresa chegou a completar 18 dias com a gasolina no mesmo patamar.
O preço médio do óleo diesel nas refinarias também foi mantido nesta quinta-feira, cumprindo a atual regra da Petrobras para esse combustível, que impede que haja reajustes em períodos inferiores a 15 dias. O diesel está congelado em R$ 2,3047 o litro desde 4 de maio.
A Petrobras tem afirmado que pratica preços de mercado, embora tenha aumentado os períodos sem reajustes. Para evitar perdas, a petroleira tem apontado a utilização de mecanismos de hedge (proteção contra oscilações inesperadas nos preços).
Competição
Mas, diante da falta de reajustes, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araújo, reiterou à Reuters na quarta-feira que suas associadas estão com dificuldades de competir com a Petrobras.
"Especificamente para a gasolina, produto para qual a Petrobras não vem praticando periodicidade fixa, é grande a expectativa do anúncio (de novo ajuste) para verificar se variações do preço doméstico seguirão a correlação do mercado internacional, o que daria mais segurança para a retomada das operações", disse a Abicom, em um boletim na quarta-feira.
Segundo a associação, como o preço do mercado internacional vem sofrendo quedas nos últimos dias, havia a possibilidade de anúncio de redução nos preços Petrobras nesta quarta-feira, da ordem de R$ 0,06 por litro, mas que não foi concretizado.
Além da precificação, a associação pontuou que o cenário da demanda também é crítico, já que o primeiro trimestre deste ano teve volume 9,4% inferior ao mesmo período do ano passado, enquanto o etanol, mais competitivo, está com vendas em ascensão.
Reuters
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