O dólar mantém a trajetória de alta nesta sexta-feira (20), chegando a atingir R$ 4,18, em dia de cautela no exterior com o mercado ainda de olho nas negociações entre Estados Unidos e China. Mais cedo, a cotação chegou a cair de forma repentina devido a ajustes técnicos, mas logo voltou a subir.
Às 15h17, a moeda norte-americana subia 0,05%, a R$ 4,1643. Na máxima do dia até o momento chegou a subir 0,5%, a R$ 3,1835.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 1,43%, cotado a R$ 4,1623, acumulando avanço de 1,84% na parcial da semana. No acumulado no mês, a alta é de 0,5% e no ano, de 7,44%.
O dólar se afastou das máximas do dia após o Federal Reserve (Def) de Nova York anunciar operações diárias para controlar os juros no mercado interbancário local, onde a percepção de falta de liquidez tem ocasionado saltos repentinos nas taxas, destaca o Valor Online.
Guerra comercial
Negociadores comerciais de segundo escalão dos Estados Unidos e da China retomaram conversas presenciais pela primeira vez em quase dois meses na quinta-feira (19), enquanto as duas maiores economias do mundo tentam superar profundas diferenças e encontrar uma saída para a prolongada guerra comercial. As negociações, que se estenderão até esta sexta.
Intervenção do BC
Agentes do mercado aguardam sinais de qual será a postura do Banco Central diante da nova escalada do dólar sobre o real.
"O dólar está voltando a se aproximar do patamar de R$ 4,20 e não podemos esquecer que na última vez que isso aconteceu houve intervenção do BC, mostrando desconforto e derrubando as cotações. Isso pode ser justamente uma tentativa de provocar o BC", afirmou à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.
Mas as preocupações levantadas sobre o impacto do câmbio na economia nos últimos dias parecem não alterado o cronograma de atuações do BC. Na quinta-feira, o BC anunciou apenas a tradicional venda de US$ 580 milhões no mercado à vista para retirada do estoque de swap tradicional de novembro. Como nos pregões anteriores, a oferta foi inteiramente absorvida pelo mercado.
De olho nos juros
O avanço do dólar ocorreu após novos cortes nas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, influenciado por uma perspectiva de queda ainda maior do diferencial de juros entre os países.
Na quarta, o Copom anunciou um corte de 0,5 ponto porcentual na Selic, que foi reduzida de 6% para 5,5% (menor patamar da história), e rebaixou ainda mais as projeções de inflação para este ano e o próximos, reforçando as apostas do mercado de mais cortes nos juros.
Como consequência, o diferencial de juros com os Estados Unidos deve recuar ainda mais. Isso porque, lá fora, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) promoveu um corte de 0,25 pontos-base (p.p.), passando para a faixa de 1,75% a 2%, e sinalizou que pode moderar o ciclo de cortes.
Dessa forma, se a Selic encerrar o ano em 5%, projeção atual da Focus, o BC terá cortado 1,5 p.p., o dobro do que o Fed deve conceder até lá.
Para a equipe de análise da Correparti Corretora de Câmbio, a valorização do dólar no dia anterior também foi influenciada pela fuga de capital estrangeiro, especialmente de fundos especulativos, em busca de melhor remuneração.
No acumulado de setembro até dia 13, o fluxo cambial financeiro estava negativo em US$ 1,8 bilhão, segundo o BC.
G1
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