As retiradas nas cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 6,3 bilhões, informou nesta sexta-feira (5) o Banco Central.
Com isso, houve queda na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando as saídas líquidas de recursos da poupança somaram US$ 9,87 bilhões.
De acordo com a instituição, no mês passado
No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, ainda segundo informações do Banco Central, as retiradas superaram os depósitos na poupança em R$ 57,48 bilhões (novo recorde para o período).
Com a saída de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou estabilidade em cerca de R$ 967,5 bilhões. Os rendimentos também são creditados no cálculo do saldo da poupança.
Cenário da economia
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de juros elevados e de inflação ainda pressionada.
Em 13,75% ao ano, a taxa básica da economia está no maior nível em seis anos e meio, com reflexos nas taxas cobradas pelos bancos — que somaram, em fevereiro, a maior taxa média em cinco anos.
Indicadores também mostram que o endividamento da população segue alto. Segundo o BC, ele somou 48,6% da renda acumulada nos doze meses até fevereiro desse ano.
O governo federal prepara um programa, chamado de Desenrola, para a renegociação de dívidas de cerca de 40 milhões de brasileiros negativados.
Rentabilidade
Em 2022, a poupança teve o primeiro ano de rendimento real desde 2018, após três anos de ganhos abaixo da inflação oficial do país.
No ano passado, a aplicação financeira mais popular do país registrou rentabilidade de 2%, já descontado o aumento de preços pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Apesar do ganho real, a aplicação segue com rendimento limitado. Quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
Um levantamento de Einar Rivero, da consultoria TradeMap, mostra que apenas cinco das 13 principais aplicações financeiras do país apresentaram ganho acima da inflação no último ano.
O maior ganho real foi registrado pelo IHFA, que é um índice do mercado financeiro que calcula a média do desempenho dos fundos de investimento multimercado, com alta de 7,45%. Já a maior perda real foi registrada pelo bitcoin, com uma queda de 68,27% no ano.
g1
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