O governo federal revisou a estimativa oficial para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 e passou a prever um tombo de 4,7%.
O número foi divulgado pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (13) por meio do relatório de receitas e despesas do orçamento de 2020.
A previsão anterior, divulgada em março, no início da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, era de que a economia teria crescimento de 0,02% neste ano.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
A nova revisão da estimativa acontece em meio à adoção de medidas restritivas e de isolamento social para frear a pandemia do novo coronavírus, que levaram, por exemplo, ao fechamento de boa parte do comércio e de fábricas ligadas a áreas consideradas não essenciais.
Os reflexos da pandemia têm derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma forte recessão.
Na semana passada, os economistas do mercado financeiro estimaram um recuo de 4,11% para o PIB neste ano.
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimam queda do PIB brasileiro de, respectivamente, 5% e 5,3%.
Nesta terça-feira (12), o Banco Central informou seu cenário básico engloba uma queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre de 2020.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
Para 2021, 2022 e 2023, respectivamente, o Ministério da Economia projetou um crescimento de 3,2%, de 2,6% e de 2,5% para o PIB brasileiro.
Principais medidas anunciadas
Nos últimos meses, a área econômica tem anunciado uma série de medidas para proporcionar melhores serviços de saúde para a população, para auxiliar os vulneráveis e, também, para impedir que a crise econômica tenha impacto muito grande no nível de emprego.
O governo estimou que essas ações representarão um custo de cerca de R$ 350 bilhões neste ano. O balanço foi apresentado no começo de maio. Dessa estimativa total, R$ 66,2 bilhões foram gastos até o momento.
As principais ações do governo são:
Meta fiscal abandonada
A retração do PIB neste ano representará queda da arrecadação federal neste ano. Entretanto, o governo não terá de efetuar bloqueio de gastos públicos.
O contingenciamento seria necessário para tentar atingir a meta de um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida pública) de até R$ 124,1 bilhões em 2020.
Entretanto, com a aprovação do decreto de calamidade pública pelo Congresso Nacional, a meta fiscal, que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, não precisará ser atingida.
Inflação
Segundo previsão da Secretaria de Política Econômica, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, a expectativa para este ano passou de 3,12% para 1,77%.
Na semana passada, o mercado financeiro estimou um IPCA de 1,76% para 2020.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%. Foi a maior inflação anual desde 2016.
G1
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