O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou na manhã desta segunda-feira, (17/2), que quer um “bom relacionamento” com a Argentina, mas tendo a “democracia e a liberdade acima de tudo”. “Obviamente, o que nós queremos com a Argentina é o Mercosul, um bom relacionamento, mas tendo aí a democracia e a liberdade acima de tudo”, apontou.
O presidente deu a declaração após ser questionado sobre o fato de que o presidente do país vizinho, Alberto Fernández, não deve comparecer à posse do presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
“Tem um evento na Argentina nesse dia (da posse), e ele dificilmente compareceria. Eu disse: eu atraso minha vinda para cá caso ele vá prestigiar a posse. Parece agora que não vai dar tempo de cumprir essa agenda”, observou.
O chefe do Executivo disse ainda que um encontro entre eles agora dependerá dos chanceleres dos dois países.
Na última quinta-feira (12/2), Bolsonaro havia confirmado que estaria no Uruguai no dia 1º de março para a posse do presidente Luis Lacalle Pou. Lá, pretendia se encontrar com o presidente argentino Alberto Fernández. “Me interessa conversar com o Fernández. O embaixador (da Argentina) trouxe uma boa notícia ontem, disse que vai se empenhar para aprovar o acordo do Mercosul com a União Europeia”, disse.
O ministro das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Felipe Solá, se reuniu com Bolsonaro no dia 12 no Palácio do Planalto. De acordo com Solá, partiu de Bolsonaro a ideia de propor um encontro com Fernández. “Foi uma proposta do presidente Bolsonaro, que já contava que ambos iam se encontrar na posse e pediu um aparte (reunião bilateral) com o presidente Alberto Fernández”, disse o chanceler da Argentina.
A cerimônia em Montevidéu está prevista para o dia 1º. A presença do brasileiro e do argentino, disse Solá, pode significar “um passo intermediário” para amenizar a conturbada relação entre os dois presidentes desde a eleição de Alberto Fernández no ano passado. Após derrotar Mauricio Macri, Fernández irritou Bolsonaro ao clamar pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como resposta, o chefe do Executivo federal brasileiro se negou a parabenizar Fernández e disse que a Argentina havia escolhido mal.
Além disso, Bolsonaro não viajou a Buenos Aires para a posse do presidente argentino. Foi a primeira vez desde 2002 que um presidente brasileiro não foi ao país vizinho para prestigiar a posse presidencial da Argentina. O brasileiro ainda anunciou que não enviaria ninguém do governo para participar da cerimônia. Depois, cogitou mandar o ministro da Cidadania, Osmar Terra. No fim, escolheu o vice-presidente Hamilton Mourão para ser o representante do Palácio do Planalto.
Correio Braziliense
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