O presidente Jair Bolsonaro inaugurou nesta sexta-feira (14) a obra de pavimentação de um trecho de 51 km da BR-163 que liga Mato Grosso aos portos de Miritituba (PA). Bolsonaro afirmou que a conclusão da pavimentação deste trecho da rodovia representa um “momento de alegria” para os moradores da região, após “40 anos de sofrimento”.
O presidente relatou que começou a discutir a obra ainda na transição de governo, em 2018, após a vitória eleição. A conclusão do trecho estava entre as prioridades da gestão.
“Governar é eleger prioridades. É também não buscar deixar obras paradas. Não é inventar obra para aparecer para ser reeleito lá na frente”, afirmou Bolsonaro, que disse não se preocupar com a reeleição – seu mandato vai até 2022.
“Não estou preocupado com reeleição. A reeleição é algo natural. Se você trabalhar, ela vem”, acrescentou.
No discurso, Bolsonaro defendeu a agricultura em terras indígenas. “Não demarcamos nos últimos 13 meses uma só terra indígena. Já temos 14% do território nacional demarcado como terra indígena. Criaram uma verdadeira indústria de demarcações”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro citou como exemplo os índios da etnia Parecis, que plantam soja há quase 20 anos, em uma área de mais de 10 mil hectares, na região de Campo Novo do Parecis.
Ele aproveitou para prometer o aumento na entrega de títulos de terra e voltou a criticar o que considera um excesso de demarcação de terras indígenas e quilombolas no país.
Para o presidente, a política de governos anteriores para questão de demarcações era “equivocada” e atendia “interesses” estrangeiros. “Gostamos, queremos o bem, amamos nossos irmãos índios, a política implementada é totalmente equivocada e atendia aos interesses de outros países”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, foi por isso que um “chefe de um grande estado da Europa atirou de modo figurativo” nele. Ele, no entanto, não citou o nome do presidente da França, Emmanuel Macron, com quem trocou farpas em 2019 sobre a preservação e soberania da Amazônia.
O presidente disse que enviou ao Congresso um projeto de lei que regulamenta a mineração e a geração de energia elétrica em terras indígenas. O texto ainda abre a possibilidade de as aldeias explorarem as terras em outras atividades, como agricultura e turismo.
“Queremos que nesse projeto que índio tenha o mesmo direito que seu irmão fazendeiro do lado tem. Garimpar, cultivar, arrendar sua terra, se for o caso construir PCHs, construir hidrelétricas. O índio é nosso irmão, estamos buscando integrá-lo a sociedade”, discursou.
Durante a cerimônia, Bolsonaro condecorou alguns militares do 8° Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC) que trabalharam na obra.
Queda no frete
Segundo o Movimento Pró-Logística, que representa os produtores que pagam pela carga transportada por caminhoneiros, o valor do frete por tonelada na BR-163, no trecho entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), caiu de, em média, R$ 230, no ano passado, para cerca de R$ 170, neste ano.
O principal motivo foi a conclusão da pavimentação da rodovia.
Em 2019, a viagem do caminhão de sete eixos, que transporta 38 toneladas, custava, em média, R$8,7 mil. Esse ano, a mesma viagem, vale, em média R$ 6,5 mil – economia da ordem de 26% para os produtores que pagam pela carga.
O valor do frete praticado leva em conta fatores como a distância percorrida, assim como facilidades e dificuldades enfrentadas na rodovia, como a pavimentação da via, por exemplo. A viagem fica mais barata porque o caminhoneiro faz mais viagens e gasta menos tempo no deslocamento e no tempo de parada.
Segundo o Comando Militar do Norte (CMN), em torno de 650 caminhões bitrens transitam diariamente em cada sentido da rodovia, com carga de soja e milho, principalmente.
G1
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