Em seu segundo dia de viagem à Índia, o presidente Jair Bolsonaro enalteceu os 15 atos de cooperação assinados com o país e ressaltou a importância de estreitar os laços do Brasil com o país asiático de 1,3 bilhão de habitantes.
“O sentimento que levo é de que realmente são dois países que, ao firmar grandes parcerias, irão nos potencializar e fazer com que o mundo olhe de maneira diferente para nós”, afirmou na Hyderabad House, um palácio tradicional em Nova Délhi usado para recepção de líderes internacionais. O presidente lembrou que Brasil e Índia estão entre as dez maiores economias do mundo e que somam 1,5 bilhão de habitantes. “Temos muito a oferecer para a Índia e a Índia tem muito a oferecer para todos nós”.
Antes da declaração de Bolsonaro, o primeiro-ministro Narendra Modi fez um discurso destacando que a visita para o Dia da República da Índia é um símbolo da forte amizade entre os dois países. “A parceria estratégica entre Índia e Brasil tem base nas ideologias e nos valores parecidos”, afirmou. “Apesar da distância geográfica entre nós, estamos juntos de mãos dadas em muitos fóruns globais e também somos parceiros de desenvolvimento”, disse. Bolsonaro é o terceiro brasileiro a participar do evento – Fernando Henrique Cardoso esteve em 1996 e Luiz Inácio Lula da Silva em 2004.
Segundo Modi, foi preparado um plano de ação até 2023 para áreas como comércio, facilitação de investimentos, agricultura e pecuária, aviação civil , energia e biocombustíveis, ciência, tecnologia, inovação, cooperação espacial e para o meio ambiente. Com isso, os países decidem aprofundar uma parceria estratégica lançada em 2006.
Um dos principais interesses da visita é a ampliação da produção de etanol na Índia. Modi quer aumentar a presença do biocombustível na matriz energética do país, o que faria com que parte da produção de cana fosse destinada do açúcar para o etanol. A medida interessa aos brasileiros porque a Índia subsidia parte de sua produção, a maior do mundo na última safra, exporta em alta quantidade e acaba distorcendo os preços no mercado internacional.
O primeiro-ministro afirmou ainda que o Brasil será um parceiro valioso na transformação econômica da Índia. “Quando olhamos as complementaridades de nossas economias, podemos aumentar”, afirmou. Em 2019, o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 7,5 bilhões.
Confira os cinco acordos fechados na visita de Bolsonaro à Índia
Além dos cinco acordos assinados, foram firmados outros dez atos de cooperação, para questões como segurança cibernética, medicina e recursos energéticos.
Veja os memorandos
Antes do encontro com Modi, Bolsonaro foi ao memorial do líder pacifista Mahatma Gandhi, para quem ofereceu flores, uma tradição que todos os chefes de Estado que visitam a Índia seguem. Ainda neste sábado há a previsão de um encontro com o presidente da Índia, Ram Nath Kovind e com o vice, Venkaiah Naidu.
Estadão
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