Após os atos em favor das medidas do governo e com críticas ao Congresso, o presidente Jair Bolsonaro recebe para um café da manhã nesta terça-feira no Palácio do Alvorada os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli , da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
No domingo, foram defendidas pautas nas ruas como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro Sergio Moro (Justiça), mas também houve críticas a parlamentares do centrão e ao presidente da Câmara.
No Rio, um boneco inflável de Maia com 3,5 metros de altura foi erguido na orla de Copacabana com termos como “Judas” e “171”. Procurado ontem pelo GLOBO, o presidente da Câmara não se manifestou.
Na segunda-feira, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, negou que, ao exaltar as manifestações em suas redes sociais, Bolsonaro incentive os atos, que ele mesmo tem reforçado que são espontâneos.
— A espontaneidade foi o mote deste movimento, e é em cima deste contexto, de características que são positivas, que o presidente vem reafirmando e vem opinando sobre este conjunto de manifestações. E é isso — afirmou Rêgo Barros.
No fim de março, Bolsonaro e Maia trocaram críticas em público. O presidente da Câmara chegou a dizer que Bolsonaro estava “brincando de presidir o país”. No mês passado, houve uma reaproximação entre os dois e os atritos em público cessaram. Maia chegou a se reunir com Bolsonaro para tratar da recriação do ministério das Cidades e da Integração Nacional, mas as negociações não andaram nas últimas semanas.
Rêgo Barros defendeu que “a voz das ruas não pode ser ignorada” e que é preciso um pacto entre os poderes para o país avançar:
— É hora de retribuirmos este sentimento. O que devemos fazer agora é um pacto pelo Brasil. Estamos todos no mesmo barco e juntos podemos mudar o país — disse o presidente, em mensagem lida pelo porta-voz.
Ao ser questionado sobre como Bolsonaro firmará um pacto com os demais poderes, o porta-voz observou que o presidente defende a participação da sociedade com o Executivo, Legislativo e Judiciário para a aprovação de pautas do governo.
— Este pacto há de conformar todos os poderes, toda a sociedade, ultrapassar obstáculos que naturalmente se impõem no ambiente político e no dia a dia da sociedade para que nós cheguemos a cruzar a bandeira final, que é o bem estar da nossa sociedade — respondeu Rêgo Barros.
O Globo
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