O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na tarde desta sexta-feira, que o aço e o alumínio do Brasil não serão sobretaxados pelos Estados Unidos. Bolsonaro disse que obteve o compromisso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma conversa de 15 minutos, nesta tarde.
Bolsonaro disse que seus argumentos convenceram Trump a não elevar a tarifa de importação do aço e alumínio. O anúncio foi feito por Bolsonaro em transmissão ao vivo pelo Facebook. Ele estava acompanhando do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do assessor especial de Relações Exteriores, Filipe Martins.
— Então, a notícia que eu dou a todos no Brasil, é que o aço e alumínio não serão sobretaxados pelo governo americano. E, nós, dessa forma, aprofundaremos mais ainda a nossa relação comercial, bem como a de respeito e admiração entre os nossos povos — disse Bolsonaro.
Durante a transmissão, Bolsonaro afirmou que, com a decisão de Trump, "a amizade pessoal e a simpatia" entre os dois "continuam mais fortalecidas ainda".
— Entendo o que ele queria, pretendia fazer, e dei os meus argumentos para ele. Ele se convenceu dos meus argumentos e decidiu dizer a nós todos, brasileiros, que nosso aço e nosso alumínio não serão sobretaxados. Repito: não serão sobretaxados — acrescentou Bolsonaro.
Logo depois, numa rede social, Trump disse que conversou com Bolsonaro sobre muitos assuntos, inclusive sobre comércio.
"Acabei de fazer uma ótima ligação com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Discutimos muitos assuntos, incluindo comércio. O relacionamento entre os Estados Unidos e o Brasil nunca foi tão forte!", escreveu Trump.
A sobretaxa ao aço e ao alumínio do Brasil havia sido anunciada por Trump no início deste mês. Na ocasião, o presidente norte-americano também anunciou que taxaria os mesmos produtos da Argentina e acusou os governos dos dois países sul-americanos de desvalorizarem suas moedas. Na época, o dólar atingia máximas históricas.
Na ocasião, Bolsonaro disse que não via a medida como retaliação e que, se fosse necessário, telefonaria para Trump.
Após a transmissão nas redes sociais, Bolsonaro seguiu até a portaria do Palácio da Alvorada para falar com os jornalistas. Ele voltou a classificar o telefonema como uma "conversa de dois estadistas" e disse que a amizade entre dois está "cada vez mais forte".
- Nossa amizade continua cada vez mais forte. Foi uma conversa de dois estadistas que chegaram a um ponto que eu já acreditava que chegaria porque não só o Ernesto como o Paulo Guedes já trabalhavam nesse sentido com o primeiro escalão do presidente americano - disse.
Bolsonaro afirmou que, desde que Trump anunciou a possível sobretaxa ao aço e alumínio, os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Paulo Guedes (Economia) passaram a conversar com as autoridades americanas, argumentando o impacto negativo para a economia do Brasil. O presidente brasileiro observou ainda que a medida poderia sinalizar que as relações entre Brasil e Estados Unidos estavam estremecidas.
- Poderia dar uma sinalização que politicamente estaria estremecido nosso relacionamento. Nunca esteve, muito pelo contrário. Tanto é que você não viu nenhuma manifestação minha quando anunciou a sobretaxa. Nós tratamos de forma diplomática, com muito respeito, essa questão que é muito cara para nós brasileiros.
Bolsonaro, no entanto, não deu detalhes de quais os argumentos foram usados para convencer Trump a não elevar a taxação ao aço e alumínio. Ele também não confirmou se antes desta sexta-feira já havia falado com o presidente americano.
O Globo
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