Depois de ter sido criticado por declaração sobre "novo AI-5", o ministro da Economia, Paulo Guedes , aproveitou evento no BNDES , nesta sexta-feira, sobre saneamento básico, para afirmar que defende a "grande sociedade aberta" e que não há razões para pessimismo, pois "as instituições brasileiras (estão) robustas, florescendo, se aperfeiçoando". De acordo com Guedes, a democracia brasileira absorve "da extrema esquerda à extrema direita", mas "dispensa os excessos".
Há algumas semanas, Guedes afirmou que as pessoas não deveriam ficar assustadas se “ alguém pedir o AI-5 ”, em entrevista coletiva a jornalistas brasileiros e estrangeiros em Washington. A afirmação foi feita enquanto o ministro explicava que o governo considera adiar as reformas tributária e administrativa por causa dos protesto em países latino-americanos e citava o chamado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a população seguisse o exemplo do Chile e da Bolívia para “lutar, resistir”.
Guedes foi criticado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Em entrevista à Rede Record, o presidente Jair Bolsonaro revelou que chegou a ser pressionado para afastar o ministro depois da declaração. Mas o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou esta semana que "houve exagero" na reação à fala de Guedes.
— Fizemos uma muito bem-sucedida transição no plano político. Uma democracia resiliente, vibrante, forte, que tem todos os espectros, da extrema esquerda à extrema direita, todo mundo absorvido. Essa é a defesa que eu faço do sistema. Eu defendo a grande sociedade aberta, tenho dito isso seguidamente. Ela dispensa os excessos — afirmou Guedes, nesta sexta-feira, diante de uma plateia de ministros e governadores.
Guedes não fez qualquer nova referência ao AI-5 nem às críticas que recebeu. Também não falou com jornalistas após seu discurso.
Na opinião de Guedes, o Brasil tem hoje três Poderes independentes, citando os processos de impeachment dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff e fazendo referência ao mensalão e à Lava Jato.
— Primeiro, o Legislativo declarou sua independência, fez um impeachment à direita, depois fez um impeachment à esquerda. Quando o Executivo tentou comprar sustentação política, ele despertou o Judiciário, que também declarou sua independência. Condenou e botou na cadeia quem vendeu e quem comprou voto. Ninguém está acima da lei — acrescentou — Eu estou vendo um desenvolvimento institucional extraordinário. Estou vendo as instituições brasileiras robustas, florescendo, se aperfeiçoando. Não há nenhuma razão para pessimismo.
Mas, segundo o ministro, o Brasil está passando por um processo de "correção" das instituições, e essa seria uma das razões do baixo crescimento econômico.
— "Ah, mas não está crescendo muito..." Está corrigindo suas instituições. Já cresceu muito fazendo besteira. Vai voltar a crescer fazendo a coisa certa. Não há nenhuma razão para pessimismo, é um sistema democrático vibrante — disse Guedes.
O Globo
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