O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (2) que, se necessário, conversará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito do restauração de tarifas sobre a importação, pelos EUA, de aço e alumínio de Brasil e Argentina.
Nesta segunda, Trump afirmou, em uma rede social, que a desvalorização das moedas de Brasil e Argentina prejudicam agricultores norte-americanos. Por isso, vai restaurar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.
"Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para nossos agricultores", escreveu Donald Trump. "Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todo o aço e alumínio enviados para os EUA a partir desses países".
Na sexta-feira, o dólar fechou a R$ 4,2397, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.
De acordo com o presidente dos EUA, "o Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são muitos, não se aproveitem mais do nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas". Segundo ele, "isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa".
Após a manifestação de Trump, Bolsonaro foi questionado sobre o tema ao sair do Palácio da Alvorada, onde costuma conversar com apoiadores e jornalistas.
O presidente informou que conversará com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre as tarifas norte-americanas. Bolsonaro disse ter um "canal aberto" com Trump, que poderá ser usado nesse caso.
"Vou falar com o Guedes hoje. Alumínio? Vou falar com o Paulo Guedes agora. Vou conversar com o Paulo Guedes. Se for o caso, ligo para o Trump. Eu tenho um canal aberto com ele", disse.
Indagado se é possível reverter o anúncio de Trump, Bolsonaro insistiu que falará primeiro com Guedes.
"Converso com o Paulo Guedes e depois dou uma resposta, para não ter que recuar", afirmou.
Trump utilizou a sobretaxa do aço na guerra comercial travada pelos Estados Unidos com a China. O governo norte-americano impôs uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada país.
Em março de 2018, Trump impôs tarifa de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A decisão desencadeou uma série de retaliações pelo mundo e adoção de salvaguardas por outros países e blocos.
Na ocasião, a indústria brasileira classificou a sobretaxa à importação de aço e alumínio como medida "injustificada e ilegal" e com potencial de provocar "dano significativo" para as siderúrgicas instaladas no Brasil, uma vez que o país é o segundo maior fornecedor de ferro e aço dos Estados Unidos.
Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que excedam as cotas livres de sobretaxas. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e Argentina e do alumínio da Argentina.
Desde então, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno, as empresas norte-americanas que comprarem aço do Brasil deixaram de pagar 25% a mais sobre o preço original.
G1
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