O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que o presidente Jair Bolsonaro se equivocou ao escrever uma postagem em suas redes sociais afirmando que empresas estariam deixando a Argentina após a eleição de Alberto Fernández à presidência do país vizinho. A postagem foi feita nesta quarta-feira, mas pouco depois foi apagada. Rêgo Barros disse que o presidente " reconheceu " o erro e pedia desculpas.
A postagem foi o mais recente ataque do governo brasileiro ao resultado das eleições argentinas. Logo após a apuração, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chegou a dizer que as "forças do mal" estariam comemorando o resultado das eleições argentinas. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, presidida por Eduardo Bolsonaro, também aprovou moção de repúdio contra Fernández nesta quarta-feira.
O governo e o próprio presidente Bolsonaro apoiavam a reeleição de Maurício Macri e criticavam a eventual eleição de Fernández, cuja vice-presidente é a ex-presidente Cristina Kirchner , próxima a líderes de centro-esquerda como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"MWM, fábrica de motores americanos, a Honda, gigante de automóveis, e a L’Óreal anunciaram o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil. A nova confiabilidade do investidor vem para gerar mais empregos e maior giro econômico em nosso país”, dizia a publicação de Bolsonaro.
A informação, no entanto, foi desmentida pela Honda e pela L'Oreal . A MWM divulgou uma nota do dia 27 de setembro na qual informava que encerraria suas operações na cidade de Jesus Maria, na Argentina, e que o suporte dos seus produtos no Mercosul seria feito pela operação no Brasil. A nota, no entanto, não liga o fechamento das operações na Argentina à eleição de Fernández.
— Foi um equívoco. O presidente reconhece que foi um equívoco e pede desculpas. Em razão do reconhecimento e da identificação de que foi um equívoco, ele determinou que fosse sacado da sua mídia social esse post. Ele identificou o equívoco e determinou a retirada — disse Rêgo Barros.
Nas declarações à imprensa, o porta-voz confirmou que o presidente designou o ministro da Cidadania, Osmar Terra , para a cerimônia de posse de Alberto Fernández, no dia 4 de dezembro. O envio de um ministro de Estado é um recuo de Bolsonaro que disse que não haveria nenhum representante seu ao evento. Questionado, Rego Barros não disse o que fez o presidente mudar de ideia. Afirmou apenas apenas que Osmar Terra é qualificado para representar o país na cerimônia.
O Globo
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