O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, nesta terça-feira (18) e os dois debateram, entre outros temas, o avanço das tratativas para o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Segundo o francês, os dois líderes compartilham "a convicção de que a paz na Ucrânia só será possível por meio de negociações que reúnam Rússia e Ucrânia à mesma mesa".
Em uma rede social, Macron defendeu que a paz no Leste Europeu é possível, e que a comunidade internacional deve se mobilizar em torno desses esforços.
A mensagem foi publicada após os Estados Unidos e a Rússia anunciarem que formarão equipes para negociar o fim do conflito, mas sem ter o país de Volodymyr Zelensky como parte das tratativas.
Em resposta, Zelensky criticou negociações feitas "pelas costas" de Ucrânia e Europa e disse que os países europeus deveriam ser incluídos nas tratativas pelo fim da guerra.
Após a mobilização de Trump e Putin, os países europeus farão uma nova reunião sobre o tema nesta quarta-feira (19), para preparar uma reação. O encontro foi convocado pela própria França.
Macron disse ainda que ele e Lula também debateram os preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA).
"Nós também trabalharemos para que a COP de Belém seja um sucesso e temos, juntos, diversas iniciativas em prol do clima, da biodiversidade, dos oceanos, da democracia e do desenvolvimento econômico e agrícola", seguiu.
O francês também confirmou que Lula fará uma visita de Estado ao país, em junho.
Reação dos europeus
Segundo disseram à agência de notícias Reuters fontes da diplomacia europeia, o novo encontro de líderes europeus acontecerá na quarta-feira (19). O convite foi feito pela França, que já sediou, na segunda-feira (17), a primeira reunião sobre o tema.
Desta vez, o Canadá também participará da reunião, ainda de acordo com a fonte da Reuters.
O encontro acontecerá em reação ao desfecho da reunião realizada hoje entre o secretário de Estado dos EUA e o chanceler da Rússia na Arábia Saudita. Em uma parceria inédita, Washigton e Moscou concordarem em negociar o fim da guerra na Ucrânia sem a presença do governo ucraniano.
Desta vez, os convidados, além do Canadá, serão países europeus que não estiveram presentes na primeira reunião e que estão mais próximos da fronteira com a Rússia: Noruega, Lituânia, Estônia, Letônia, República Tcheca, Grécia, Finlândia, Romênia, Suécia e Bélgica.
A reaproximação entre EUA e Rússia, já ensaiada no início do mês com a ligação entre Trump e Putin reverteu anos de política de Washington contra Moscou e encerrou o isolamento do governo russo após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
A aproximação foi um choque à Europa, que agora se movimenta para não ficar de fora das negociações para um acordo de paz no conflito.
g1
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