Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do STF, Luís Roberto Barroso, não estarão presentes nas cerimônias que ocorrerão nesta quarta-feira (8) em Brasília para marcar os dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Pacheco está em viagem ao exterior, compromisso que já estava agendado anteriormente, e será representado pelo primeiro vice-presidente da Casa, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Arthur Lira está em Alagoas devido ao recesso parlamentar.
Barroso não comparecerá. Ele será representado pelo vice-presidente da Corte, Edson Fachin. Outros ministros, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, confirmaram presença na solenidade.
8 de Janeiro de 2023
Na manhã de 8 de janeiro de 2023, manifestantes que estavam em um acampamento no Setor Militar Urbano, em Brasília, seguiram em marcha para os prédios dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios.
Às 8h20, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) já havia alertado sobre a chegada de centenas de ônibus a Brasília, trazendo manifestantes. À medida que a manhã avançava, novos alertas eram emitidos, e as forças de segurança, como a Polícia Militar do Distrito Federal, estavam cientes da ameaça iminente.
A invasão começou por volta das 13h e rapidamente se transformou em um ato de violência e destruição. O Congresso Nacional foi um dos primeiros alvos: os vândalos conseguiram subir a rampa e invadir o prédio, quebrando vidros, danificando móveis e equipamentos eletrônicos, incluindo computadores e sistemas de votação.
O STF (Supremo Tribunal Federal) também foi alvo da fúria dos invasores. A fachada do prédio foi destruída, e o edifício foi invadido, com danos em diversas áreas. O Palácio do Planalto também sofreu sérios danos. Portas, janelas e vidros foram quebrados, e o interior do prédio foi devastado pelos manifestantes.
As cenas de destruição chocaram o país, com os invasores danificando mobiliário, vitrais e até obras de arte importantes, como o vitral “Araguaia”, de Marianne Peretti, e as esculturas de Alfredo Ceschiatti.
A invasão durou várias horas, e os danos foram consideráveis. No entanto, a reação das autoridades começou a se intensificar com a chegada de reforços, como o Batalhão de Choque da Polícia Militar do DF e a Guarda Presidencial, que expulsaram os invasores.
Ao final do dia, o governo federal decretou intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal e começou a prender os responsáveis pelos ataques. O evento culminou em um pedido de desculpas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
Consequências dos atos
Nessa terça-feira (7), o STF divulgou um balanço sobre as ações penais relacionadas ao 8 de Janeiro. Segundo os números, 371 pessoas já foram condenadas pelo STF por participação nos atos antidemocráticos.
Segundo o Supremo, 225 condenados receberam penas por crimes considerados graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado. Em alguns casos, as penas variam de 15 a 17 anos de prisão.
Outras 146 foram condenadas por crimes como incitação ao crime e associação criminosa. As penas são menores, de no máximo 3 anos de prisão, mas a grande maioria foi substituída por prestação de serviços comunitários e participação em cursos sobre democracia.
Além das condenações, ao menos 527 pessoas firmaram acordos com a Procuradoria-Geral da República (PGR), admitindo sua participação nos atos em troca de medidas alternativas à prisão, como o pagamento de multa e a participação em cursos educativos.
Os valores arrecadados com esses acordos, por enquanto, é de quase R$ 1,8 milhão.
Ao todo, 81 pessoas recusaram o acordo, e 5 foram absolvidas, incluindo quatro em situação de rua que estavam presentes no local durante as invasões.
R7
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.