A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou contra o pedido da defesa do general da reserva Walter Braga Netto pela soltura do militar, que está preso desde o último dia 14. O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa foi indiciado em novembro por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Na investigação, a Polícia Federal apontou os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
No documento, a Procuradoria entende que as justificativas do general “de embaraçar a investigação em curso denotam a imprescindibilidade da medida extrema, dado que somente a segregação do agravante poderá garantir a cessação da prática de obstrução”. Segundo o texto, o recurso feito pela defesa não apresenta argumentos capazes de alterar o entendimento sobre os crimes cometidos.
Em meio a prisão, o militar informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que mudou a defesa dele em processos que tramitam na Corte. Na prática, sai Luís Prata e entra o criminalista José Luis Oliveira Lima, que já foi advogado de políticos denunciados no Mensalão e na Lava jato. Além disso, Lima também atuou como advogado do Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.
O novo advogado também já fez a defesa do ex-ministro José Dirceu e negociou a delação do ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro na Lava Jato. O médico Roger Abdelmassih também já foi defendido pelo advogado.
Suposta tentativa de golpe
A investigação da Polícia Federal que indiciou Braga Netto por suposta tentativa de golpe também acusou Jair Bolsonaro e mais 38 pessoas por envolvimento no suposto esquema.
Em relação ao ex-ministro, a corporação afirmou que “os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento”.
Ainda segundo a Polícia Federal, Braga Netto tinha conhecimento e aprovou os planos articulados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
R7
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