O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou as críticas aos índices de taxa de juros no país, nesta terça-feira (8), mesmo dia em que o indicado dele para presidir o Banco Central, Gabriel Galípolo, passa por sabatina no Senado Federal.
Segundo o petista, apesar do patamar atual, a taxa "haverá de ceder", em meio aos demais resultados econômicos.
Uma das questões que pairavam em torno de Galípolo desde antes de sua indicação dizia respeito à independência dele como titular do BC, diante de declarações de Lula críticas à autonomia do banco.
Mas, logo no discurso de abertura aos senadores, Galípolo frisou que terá liberdade na tomada de decisões caso seja aprovado.
O titular do Planalto, por sua vez, se mostrou otimista sobre uma queda nos índices. A fala dele ocorreu durante evento de sanção da Lei Combustível do Futuro.
"Eu estou muito feliz porque a economia está razoável, a taxa de juros ainda é a mais alta, mas ela haverá de ceder. Nós temos a inflação controlada, nós temos a massa salarial crescendo, nós temos o emprego crescendo, nós temos leis para proteger os empreendedores individuais, o pequeno e médio empresário. Tudo já está feito", argumentou.
Se aprovado pelos senadores, Galípolo substituirá uma gestão duramente criticada por Lula à frente do Banco Central, em grande parte pelos movimentos na condução da Selic.
Campos Neto, que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, já foi classificado pelo atual titular do Planalto como um “adversário político”.
Independência à frente do BC
Gabriel Galípolo abriu a sabatina no Senado, nesta terça, assegurando aos parlamentares que recebeu a garantia do presidente Lula de que terá "liberdade na tomada de decisões" na autoridade monetária.
A legislação garante ao Banco Central independência do governo federal, estabelecendo mandatos aos diretores e aos presidente da instituição, que não coincidem com o período de mandato do presidente da República, mesmo que este seja responsável pelas indicações.
Em declaração aos senadores, Galípolo afirmou que Lula foi "enfático" a respeito de sua autonomia à frente da instituição em todas as oportunidades nas quais se reuniu com o petista.
"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro", declarou.
O nome de Galípolo precisa ser aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário do Senado, o que pode acontecer ainda nesta terça.
Conflito no Oriente Médio
Além das falas sobre a economia do país, o presidente Lula aproveitou a cerimônia de sanção do projeto voltado para a transição energética para reiterar que condena a ação militar de Israel na Faixa de Gaza e no Líbano, ao declarar que não se conforma com guerras no mundo.
"Eu não me conformo com a chacina que Israel está fazendo na Faixa de Gaza e agora a invasão no Líbano. Jó trouxemos hoje mais 220 libaneses para o Brasil e vamos trazer todos que quiserem vir. O mundo não precisa de guerra", disse o presidente.
Nesta terça-feira, a Força Aérea Brasileira trouxe o segundo voo com 227 repatriados do Líbano e já planeja um terceiro.
O conflito no Oriente Médio se iniciou há um ano, após o ataque terrorista do Hamas a Israel. Neste momento, os combates se alastraram da Faixa de Gaza para o Líbano e já envolvem o Irã.
g1
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