O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta quarta-feira (28) o economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC). Galipolo atualmente faz parte da diretoria do BC. A indicação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.
"O presidente da República me incumbiu de fazer um comunicado aqui de que hoje ele está encaminhando ao Senado Federal o indicado dele para a Presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo, que hoje ocupa a Diretoria de Política Monetária do Banco", declarou Haddad.
A escolha de Lula por Galípolo e o momento do anúncio haviam sido adiantados pelo blog do Camarotti.
Haddad também explicou que, a partir do anúncio, o governo vai "começar a trabalhar para definir os três nomes que irão compor a diretoria até o final do ano".
Escolhido pelo presidente da República, Galípolo ainda precisa receber o aval do Senado Federal antes de assumir o cargo.
Ele será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Em seguida, precisa ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa. A votação é secreta.
O indicado de Lula afirmou que é "na mesma magnitude, uma honra, um prazer e uma responsabilidade ser indicado à Presidência do BC pelo ministro Haddad e pelo presidente Lula. É uma honra enorme, é uma grande responsabilidade".
A indicação era esperada pelo mercado. Galípolo chegou a adiantar o retorno a Brasília após uma viagem e ficou de sobreaviso a pedido do petista, conforme apurou a TV Globo.
O objetivo era tentar costurar uma data para apreciação do nome dele no Congresso antes das eleições municipais.
Galípolo é um economista próximo de Lula. Ele atuou na campanha do petista, na equipe de transição de governo e no Ministério da Fazenda antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC.
Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), o atual diretor do banco chegou a substituir o presidente Campos Neto durante as férias dele, em julho.
Taxa de juros e BC autônomo
Como diretor de política monetária, Galípolo investiu em declarações que o mostrassem como independente das visões políticas de Lula. Em diversas ocasiões, o economista defendeu que a manutenção da taxa de juros é uma decisão puramente econômica.
No início de agosto, por exemplo, ele afirmou que "todos diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta [de inflação]".
O indicado de Lula também votou em junho a favor da manutenção da taxa de juros em 10,50%, em um sinal visto como de independência do Executivo.
No início da semana, Galípolo comentou as diferenças entre o cenário econômico brasileiro e dos Estados Unidos — que começou a dar sinais de moderação.
"A atividade está aquecida, se mostrando dinâmica no Brasil (...) Tem mostrado bastante dinamismo", afirmou, durante participação em evento de comemoração dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina (PI).
Segundo ele, a função do Banco Central, neste momento, é fazer com que esse crescimento da demanda "não esteja ocorrendo de maneira desordenada com a oferta, que vá produzir um processo inflacionário, que vá corroer esta renda que vem crescendo."
Galípolo observou que, mesmo com uma projeção do mercado de que os juros serão maiores nos próximos anos do que o estimado anteriormente, as expectativas de inflação do mercado seguem "desancoradas", ou seja, acima das metas de inflação.
Relembre a trajetória do economista
Veja abaixo os principais pontos da carreira de Galípolo até o BC:
g1
Portal Santo André em Foco
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