O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (27) que a Telebras (Telecomunicações Brasileiras S.A), empresa de economia mista responsável pelas políticas de conexão no Brasil, vai trabalhar a serviço da soberania nacional. “Eu vim à Telebras porque quero dar um exemplo para o Brasil. A gente vai fazer que essa empresa seja brasileira, a serviço do brasileiro, a serviço da nossa soberania, a serviço do nosso conhecimento tecnológico, a serviço da nossa inteligência artificial, da concentração do nosso banco de dados, e para prestar serviços ao povo brasileiro, que está precisando de ter o melhor,” disse.
O Sistema Telebras foi privatizado em 1998, sob o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em abril do ano passado, Lula retirou a empresa do processo de privatização. Em agenda na sede da empresa, em Brasília nesta terça, o petista criticou privatizações de empresas públicas e defendeu que o Estado seja o detentor de alguns serviços essenciais.
“É importante colocar uma pedra no passado, porque já foi o tempo em que se acreditava que as estatais não funcionavam e que a solução seria abandonar todo o patrimônio construído ao longo de décadas pelo povo brasileiro. Nós não só refutamos essa ideia como podemos mostrar aqui o quanto compensa investir em nossas empresas”, acrescentou o presidente.
Segundo Lula, a Telebras representa uma garantia para discutir inteligência artificial. “Uma empresa como essa aqui é um ‘garante’ de que a gente pode discutir inteligência artificial sem precisar ficar subordinado a duas ou três nações que já estão na frente”, disse.
“O que é muito significativo é o interesse do nosso governo em recuperar essa empresa [Telebras]. Nós vivemos momentos no Brasil de muitos sonhos, esperanças. Depois vivemos momentos de incerteza em que tudo que era bom tinha que ser privatizado, tinha que vir do estrangeiro, ou tudo que era bom era o Brasil se abrir para o mundo”, criticou o presidente.
‘Ignorância elevada à sétima potência’
Ao comentar a retirada dos Correios e da Telebras de programas de privatização, o presidente afirmou que existem empresas que devem ser do Estado.
”No caso dos Correios e da Telebras, chegamos ao cúmulo da ignorância de que essas duas empresas estavam praticamente proibidas de vender serviços ao Estado. Elas não poderiam vender serviços ao Estado mesmo que oferecesse preço fosse mais barato. É ignorância elevada à sétima potência, um Estado que não se respeita, um governo que não tem visão de Estado, pessoas que não pensam no Brasil. Porque têm coisas que têm que ser inexoravelmente do Estado. É assim na Alemanha, na França, nos Estados Unidos. Muita gente foi levada pela famosa teoria de que tem que abrir o mercado para todo mundo, que o importante é livre acesso ao comércio e tal. Livre acesso ao comércio quando é para ele venderem o produto deles aqui dentro. Quando é para a gente vender lá fora, a gente sabe a dificuldade que é a gente vender as coisas que produzimos aqui.”
R7
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